Não
precisarei ser longo: o cheiro de “pizza” é muito forte.
“Sinto” (sem mediunidade– basta acompanhar o noticiário) que está sendo tramado m tenebroso acordão para acabar com a Lava-Jato, envolvendo parlamentares,
membros do Executivo e do “sacrossanto” Supremo(sem risos, por favor!), e
diversos Partidos(além
de advogados das maiores bancas do país).
Desde a nossa colonização,
prevaleceu o senso de impunidade, de que os “maiores” eram os donos do país, e a plebe só deveria servir aos maiores –, aos donos do poder.
Raymundo Faoro, no seu precioso livro “Os Donos do Poder”, já apontava – com mais refinamento e
sofisticação
–
tal problema.
Patrimonialismo, corrupção
etc.
Gente grande na cadeia? Nunca.
Quando se tenta, uma
vez , mina-se de todas as maneira o esforço
honrado de homens de bem de punir os corruptos– venham de onde vierem.
São
as “tenebrosas
transações”, não só feitas na calada noite. De dia
mesmo...
Não
sei se a sociedade brasileira está
tão
anestesiada, desiludida, amarga e individualista para não perceber o que está acontecendo.
Os cidadãos
percebem sim, mas sentem-se impotentes diante do grau de desonra, de
privatização
da “res” pública em torno dos “grandões”– os coronéis de hoje (eletrônicos ou não).
Não
sei se regimentalmente, o ministro Edson Fachin poderia levar os processos que
estão
com ele para o Plenário,
e não
apenas para Segunda Turma.
Seria a única
chance de não
“perder” todas.
O senhor José
Dirceu eu conheço
desde os embates contra a ditadura, em 1968– lutas duras foram travadas, e
lidar com pessoas sem escrúpulos
é
mais difícil.
No poder, expulsou amigos e conhecidos do PT, stalinista que
sempre foi (meu saudoso líder
e querido amigo, Luiz Travassos, sabia disso). E eram pessoas da melhor estirpe
(havia gente boa naquele partido que nos seus inícios, prometia: “não rouba e não deixa roubar”).
Foi bom para os expulsos. Como respirar um ar tão viciado e maléfico?
“Cuidado
com os idos de março”: foi com essa frase que os oráculos avisaram Júlio César (100 a.C- 44 a.C), o grande
general romano, sobre a conspiração
que se tramava contra ele no Senado Romano.
(Apenas um comentário
evocativo: no antigo Curso Clássico,
no ano de 1963, estudamos (a missão
do aluno era traduzir do latim para o Português – eu tinha 18 anos) – a obra de César: “De Bello Gallico” – “Comentários sobre a Guerra Gálica”
Ele manda ao Senado romano, uma frase muito poderosa, lembrada até
hoje pelos maiores estudiosos da História:
“Veni,
Vidi, Vinci”
(Vim, Vi, Venci”).
Voltando à
previsão
dos oráculos:
César
não
se importou com as previsões
dos adivinhos e, em meados de março,
diante do punhal que tirou a sua vida (eram 60 senadores), pôde apenas exclamar, ao ver o filho
adotivo entre os assassinos: “Et
tu, Brute?”
Lembrai-vos dos idos de maio (e de junho também, e dos outros meses, na esperança de que desse fedor republicano,
um dia a apareça a luz).
(Salvador, maio de 2017)
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A corja política nos tornou marionetes de um cenário crítico.
Gerson Castro
Já pressinto o rodízio
Jaime Amparo