A Ed. Costelas Felinas e o Clube de Poetas do Litoral em parceria realizam o concurso Cardápio Poético.
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NÃO HÁ TAXA DE INSCRIÇÃO -
INSCREVA SEU POEMA PARA O MÊS DE ABRIL/2014
INSCREVA SEU POEMA PARA O MÊS DE ABRIL/2014
maiores informações: cacbvv@gmail.com
COMO FUNCIONA:
O concurso inicia em novembro de 2013 e termina em novembro de 2014 -
SELEÇÃO:
Serão escolhidos 02 poemas por mês - O poeta selecionado poderá participar quantas vezes quiser durante o ano.
Ao todo serão selecionados 24 poemas (02 por mês) - o júri será composto pelos integrantes do Clube de Poetas do Litoral (CPL).
PREMIAÇÃO:
No fim do ano de 2014, já com todos os poetas participantes selecionados, a ed. Costelas Felinas editará a ANTOLOGIA CARDÁPIO POÉTICO e cada poeta selecionado receberá sem custo nenhum 05 exemplares da antologia.
COMO PARTICIPAR:
TEMA E ESTILO: LIVRES
- cada poeta poderá participar até com 02 poemas
- o poema deverá ter no máximo 15 linhas/versos - caso contrário será desclassificado.
- NÃO USAR PSEUDÔNIMO - (somente nome verdadeiro ou literário)
- deixe seu poema como comentário logo abaixo - inscrição até dia 28/04/2014.
ATENÇÃO: - seu poema só será postado depois de aprovado. Confira sua participação olhando mais tarde seu poema no comentário.
Comentários
Sento, tento, leio e teclo
Palavras, sons e ícones
Do sentir , do sorrir,
Do ir e dos profundos
Dedos da tecla
Que imprime desejos,
Versos, risos e achares
Do que tento e teclo.
Minhas palavras deixadas
Deixam no papel metálico
Os sons inaudíveis da poesia
Que flui tecla e tinta
Impressas nas horas depois
Ao encontrarem pessoas
Que leram o que teclei.
Dos ícones precursores,
Meus poetas prediletos,
Não teclei seus versos
Nem apoderei de suas
Manhas e artimanhas
Do fazer meu poético:
Apenas sento, sinto e teclo...
Meus sons internos externam
Ícones solenes e prosaicos
Do ir profundo da tecla
Que tecla sentires rimados
Do sentimento desejado
Nos versos, risos e achares
Do instante em que
_poema da segunda ou não _
Sentei, tentei, reli e teclei
Esse instante (meta)poético.
sentir o frio que me penetra
nas noites quentes de inverno
é deixar que a dor me leve
aos desconhecidos gelos
sentir o gelo que me penetra
nas noites quentes de inverno
é deixar que a dor me leve
aos desconhecidos apelos
de uma vida pulsando...
sentir o frio que me penetra
nas noites quentes de inverno
é deixar que a dor me leve
aos desconhecidos gelos
sentir a vida pulsando
e o gelo que me penetra
nas noites tórridas de inverno
é conviver com a dor leve
de um prazer realizado...
Ainda é sentir frio penetrando,
deixando que a dor me leve
aos desconhecidos recantos
nas noites quentes de inverno
e ir me encontrando...
Tentei ser feliz a vida toda
tentei inclusive esquecer de mim
pra lembra só de você.
Vi você todo dono, proprietário de minha alma
quando cuidei, minha vida já não me pertencia.
Respiro o ar que você respira
Não consigo dizer pra mim que já não sou eu
Vivo porque Você está vivo
Tentei deixar pra lá mas não consigo
Quando dei por mim até meus sonhos te pertenciam.
E, por pensar que tinhas para comigo o mesmo amor,
te perdi.
Sarah Holanda Uchôa
Quando sinto teu olhar,
Chego ao cume,
Viajo pelo infinito,
Me envolvo em sonhos,
São apenas simplesmente sonhos
Pois a eles não poderei contemplar
Quando toco teu olhar
Sinto a menção de tocar um punhado de rubi
No começo, sinto o prazer um amante
No intermédio o gosto adocicado
No fim, o gosto amargo dessa obstância
Quando provo teu olhar
Sinto o sabor da vida,
Sinto prazer em viver,
Mas a distância nos faz separar
Carlos H. N. Barros
Pergunta sutil
Em cada coração
Para que nascemos?
Questão crucial
Perturba a razão
Buscando vivemos
Resposta simples
Atravessando o tempo
Só a encontramos
Quando ao subirmos
A vida e o mundo
Melhores deixamos
Em meu coração surge uma sinfonia
Ao escrever a letra dessa canção
Injeto um vírus que contagia
A alma dos que de antemão
Possuem a mente atlética
E correndo as milhas da inspiração
Faz muita frase poética
Em todo tipo de situação
Com o intuito de levantar o morto do sepulcro
Sem a menor pretensão
De conseguir algum lucro
E sim com boa intenção
Ressuscitar o morto da sepultura
Para com uma nova instrução
Ele crie versos e amplie sua escritura
Fernando Paixão
Eu sou a chuva que cai sobre ti
E alaga tua face de beijos
Chuva a molhar teus anseios
E canta e se encanta ao toca-te
Eu sou a chuva que cai sobre ti
E afaga o teu rosto formoso
Como se fosse um racimo invernal
Na recamara do amor fraternal
Eu sou a chuva que cai sobre ti
Nos olhos um doce colírio
Que exala o aroma dos lírios
Na estação primaveril
Eu sou a chuva que cai sobre ti
E a chuva que cai sobre ti sou eu
Fernando Paixão
Por Andréa Gustmann Gomes
Longe de mim, no alto luar.
Aqui perto, só saudade.
Peixe fora d´agua, total falta de ar.
Tanto no céu quanto no mar.
Aqui, vai e vem da onda.
Maré alta, bandeira vermelha.
Deitados na areia, amor de praia.
Encantado e Puro coração de baleia.
Longe de mim, soltos no mar.
Longa espera para amar.
Litoral, aqui perto só desejo.
Temporal, boca, língua e beijo.
Choro de peixe, tormenta,mar agitado.
Adeus dos amantes no oceano.
Acena a baleia com o rabo avistado.
O amor explode e
Joga no ar
Bolas furta-cores
Que se transformam
Em um grande arco íris.
Sublime,
Como o canto
Que implode na terra!
Pego a chave
Do meu dia,
Tranco a porta
Do infinito e
Espero
As lembranças
Surgirem
Na noite
Que traz um sonho,
E faz-me amanhecer
Em extrema solidão!
(Jogo a chave fora,
e deixo aberto
esse meu coração.)
Elder Poltronieri
O amor explode e
Joga no ar
Bolas furta-cores
Que se transformam
Em um grande arco íris.
Sublime,
Como o canto
Que implode na terra!
Pego a chave
Do meu dia,
Tranco a porta
Do infinito e
Espero
As lembranças
Surgirem
Na noite
Que traz um sonho,
E faz-me amanhecer
Em extrema solidão!
(Jogo a chave fora,
e deixo aberto
esse meu coração.)
Elder Poltronieri
Poesia: Soneto da Infância verde.
Pelo tempo da goiabeira, da alegria desvairada
Do mato verde e do pula cerca
Dona sinhá gritando com a gente...
E minha mãe dando varada.
É pelos tempos da goiabeira, em que árvore também falava...
Pelas noticias que ela me dava...
Em uma delas perdeu a prosa
Falando de um menino que me amava.
Aos velhos tempos da goiabeira, recito versos que me acordam
Pela manhã sinto aroma quente do café que sinhá passava,
Pelas ruas da minha memória choro o verde que ainda assolam.
Em cada tempo em que ainda vivo de nada perdi a pauta...
Pois o menino a vida trouxe
Mas a goiabeira somente a falta.
Maria Da Rocinha
Maria que sobe a ladeira
Cantando e dançando, gira toda a rua
Ela canta a lágrima que cai
O menino que vai
E a fome que dói,
Que sorte é essa minha Maria?
Que corre o morro despenteada
Chora o assombro do meio dia
E sorri chorando a cama feita.
Na maldade do homem cala
O sorriso de Maria
Que desde sempre foi santa
A rezar pela escadaria
Minha doce, jovem Maria
Teu canto me salva a noite
Teu choro me salva o dia.
Conjunção que nos faz refletir,
nos faz argumentar,
nos faz magoar,
nos faz enganar,
nos faz pensar,
nos faz amadurecer,
nos faz viver no passado,
nos faz mentir para nós mesmos,
nos faz ver o que realizamos na vida.
É ela que nos leva ao sucesso e ao fracasso,
é ela que nos mostra os dois lados da moeda,
é ela que nos perpetua ou nos aniquila.
“SE” – Uma simples conjunção que, se não cuidarmos... pode nos levar à dependência e ao costume de viver um eterno ontem.
Libertar-se do “SE” é viver o hoje sem culpa e sem medo de errar.
É não procurar subterfúgios para nos justificar.
É .... crescer.
Ivanise Mota
Quando jovem – TUDO é eternidade
TUDO é primordial
TUDO é principal[
TUDO é para sempre
TUDO é para ontem
TUDO é para toda a vida
TUDO é essencialmente TUDO
Com o passar do tempo – TUDO é reflexão
TUDO é casual
TUDO é secundário
TUDO é para o agora
TUDO é para manter a vida
TUDO é realmente o que resta
E o que resta?
Saudades, lembranças, registros de uma passagem feliz, repleta de acertos e erros, ... de carinho.
As amarguras se vão, só ficam os momentos eternos, aqueles que demonstram nossa estadia no mundo – livre de rancores e cheios de recordações e harmonia.
O TUDO torna-se PAIXÃO e AMOR.
Ivanise Mota
Eu vi
A lua cheia
Cheia de amor!
Beijar o sol
O sol, radiante
Então ficou!
Iluminando a terra toda.
Sob aquela claridade
Debrucei-me na janela
Querendo ter pra mim
Aquele beijo.
Verdade
Mentira
Mentira
Verdade
Verdade
Roleta Russa
Ou Húngara?
Ou Austríaca?
Suicida tem nacionalidade?
Puxou o gatilho
Bum
(Johnathan Bertsch)
Sopre
Tire o cisco do meu olho, por favor
Traga-me os ventos do leste
Juntamente a calmaria
Dos céus azuis
Dos mares mais azuis ainda
Do fogo em seu profundo azul
Azul
Azul
Quero meu universo azul
Dos mais sinceros olhos
Azuis
Nas gemas mais preciosas
Turquesa
Das notas que aqui mais valem
Azuis
Com a imensidão de planetas vermelhos
Somos um pontinho
Finalmente azul
(Johnathan Bertsch)
**********************
ADEUS DE BALEIA
Por Andréa Gustmann Gomes
Longe de mim, no alto luar.
Aqui perto, só saudade.
Peixe fora d´agua, total falta de ar.
Tanto no céu quanto no mar.
Aqui, vai e vem da onda.
Maré alta, bandeira vermelha.
Deitados na areia, amor de praia.
Encantado e Puro coração de baleia.
Longe de mim, soltos no mar.
Longa espera para amar.
Litoral, aqui perto só desejo.
Temporal, boca, língua e beijo.
Choro de peixe, tormenta,mar agitado.
Adeus dos amantes no oceano.
Acena a baleia com o rabo avistado.
Ao riso escolho
a melancolia,
autêntica,
que intocada
deixe-me alegre
por sua caridade
e ausência
de desprezo
Aos outros deixo
a somente a dúvida
e a certeza
de que nada além existe
se não o silêncio
e a perfeita harmonia entre
uma nota e suas oitavas
Sutilmente encadeadas,
ligeiramente cadenciadas,
entre um intervalo
e um encantamento
entre uma suite
e um concerto
Meu coração parou
em meio a rua,
em meio ao tédio,
em meio a lua
Parou porque viu
um coração de mãe
apertado,
uma criança nua
no viaduto,
um cão manco
que andava por saltinhos
Parou porque percebeu
sua impotência,
sua insignificância,
sua inocência
Parou porque
era de carne,de sangue,
porque era fraco,
porque não era
capaz de ver os homens
sujos, caídos, machucados,
ínfimos, ríspidos, despedaçados
mas, acima de tudo,
parou porque batia
em meio ao silêncio.
Perdi minha barriga, partiu,
Ninguém sabe, ninguém viu
Minha companheira de dias de anil
De frio, de calor, de amor
Minha barriga,
Mata setentrional
Meu Calo- sexual
Travesseiro da menina
OH! Saudades da minha querida
Das danças bem juntinhas
Com a morena flor
Das tripas felizes
Das madrugadas de amor
Simone Rodrigues
Tão bom viver noites
De constelações
De sentimentos grávidos
De felicidade plural
Compartilhar com os meus
E com os nossos
Sentir vontade de gritar
Para rosa dos ventos
Que consegui realizar um sonho
Digo com o último volume do som
Obrigada por melhorarem meu olhar
Obrigada por cada um ser a razão da minha coragem
Obrigada por ontem, hoje e pela noite de sempre.
Simone Rodrigues
Vida:
Causa perdida.
Causa um arrepio
Pensar que esse rio
Não desaguará
Em nenhum oceano
Só secará
Na estiagem
Do próximo ano.
*
DA INGENUIDADE
Quem rouba a paz de alguém
é o ladrão mais ingênuo de todos:
toma aquilo
que nunca conseguirá usufruir.
Mas também tinha eu.
Eu! além de mim e tão possível,
Intacta ruína indestrutível,
Que a pedra por haver se constrangeu.
(Vinicius Mahier)
Uma borboleta entra pela janela
E ela é amarela
Como o sorriso emoldurado em minha boca
E minha carta guardada na gaveta
Até daria um bom poema
Mas eu detesto borboleta
Amarela, vermelha, azul, violeta
Eu detesto borboleta
E essa mania que elas têm
De enfeitar um dia cinza
De resistir à feiúra da cidade
Da qual faço parte, da qual sou paisagem
Eu e meu sorriso amarelo
Amarelo como uma borboleta
Como a carta de amor na sua gaveta
Amarela como o que passou.
A borboleta vai embora
Guardo meu sorriso e fico cinza
Lembrando da carta na gaveta
E frio como a cidade
Palavra por palavra
Filtro o que ainda é
verdade.
________________________
fogueira de espelhos
ontem
vasculhei
a fogueira de espelhos
só para ver
minha imagem
em brasas
procurei
decorar minha
fotografia
mas não pude
encontrar-me
sou
centelhas de uma tarde
calefação da mensagem
por fibra ótica
Johniere Alves Ribeiro
**************************
1922
a Tarsila do Amaral e seus feitos
A
B
A
p
Or
Ú
otimisticamente
BRA UP ORA. - aBAproUne … [ / ] Paêbirú
**
Johniere Alves Ribeiro
******************
Acreditei em algo, que nem existia
De tanto pensar
Confundi minha cabeça com o que eu nem sentia
De tanto pensar
E de tanto pensar
Percebi que não é fácil assim se entregar
Era só vontade de falar
Vontade! Essa eu não quero nem pensar
Ouvi falar que sou fria
Mas, também sei me jogar
Por pouco tempo, eu sei
Até chegar aquela vontade louca de pensar.
Gosto desse jeito sensato de levar a vida
Certo é quem diz:
"Que ela é simples e a gente que complica.
Alexia Oliveira
****************
"O bom dessa vida é descobrir
Que o que planejamos nem sempre funciona
Querer o mundo e usufruir
Porém, a verdade sempre vem à tona
Prepare-se! Surgiram surpresas
Sejam bem-vindas, gosto de novidades
Mesmo que o sentimento seja um tanto quanto desesperador
Gosto de tudo que é estranho, desajeitado, misterioso
Aliás, não sou a normalidade em pessoa
Sinto que descobri eu mesma
Só que de um outro ângulo
Intensidade! Você me move
Mas, venha! Pode continuar a me rodear
Mesmo que a picada seja grande
Venenos iguais não haverão de matar."
Alexia Oliveira
*******************************
Chove na minha emoção
Chorei, sorri e vibrei
Durante tanto tempo
Agora tudo parece sem graça,
Minha imaginação perdeu as asas.
Consigo lembrar brevemente do passado,
Da alegria espontânea, da liberdade
Que era minha verdade mais profunda,
Hoje sei apenas enxergar a escuridão adiante
Que me provoca e que me conduz ao erro.
Anda chovendo na minha emoção
Parece até confusão, sinto paixão e ódio pelo mundo,
Tudo ocorrendo ao mesmo tempo,
Tento fugir da indecisão, da preguiça movediça.
Mas é tão difícil aguentar as turbulências do coração,
Que, sem ação, espero as nuvens se abrirem de novo pra mim.
Gabriela Claudino
**************************
Velório do amor
Sem ao menos se despedir
Ele se foi, e partiu meu coração
Deixando toda minha esperança no chão.
Choro de bruços sobre esse amor ingrato
Que se tornou fraco sem explicação.
Partir não é a solução, ao menos para minha alma
Que sempre desejou que a felicidade prosperasse...
Agora, no velório do amor,
Só me resta esperar em vão por uma revolução.
Quero meu rosto limpo, lindo como antes,
Procuro por amantes que me tragam
Sorrisos e mimos.
Nesse velório entrego o fardo e as correntes,
Chega de ser carente, quero viver decentemente
Meu coração cansou de ser doente, e eu, de ser tão paciente.
Gabriela Claudino
Eram vozes aos milhares a edificar cidades e mais cidades,
Dentro, preparavam camas para que eu me acomodasse
E banquetes para que eu me fartasse.
Acomodei-me e fartei-me, cantei-me até em uníssono
Com as vozes aquelas aos milhares.
De se confundir eram nossos sons.
Ruídos tantos que cidades então
Ascenderam a ruir, dissonantes de mim.
De seca e anseio é a estação a retirar estilhaços e ruínas,
De suave retratação, ainda que breves movimentos,
É a estação de voz única e própria: novas moradas construir.
Não me consta das horas serem contadas
Mas reconheço do tempo o cintilar e o conceber
E que as histórias narrem fatos e rodas e graças e caos,
E que ora a vir, ora a ir-se, confundam-se vida e morte.
A beleza incrustada na face,
A luz infinita no brilho do olhar,
A alegria inefável no sussurrar do sorriso,
A serenidade do vento que vem me afagar.
Ó soberba, sempre a deslumbrar
com teus passos de princesa!
Que na realeza do teu corpo,
Na sublimação dos teus lábios,
Na negritude como a noite dos teus olhos,
esteja sempre,
A fascinação...
Autoria: Edir Paixão.
A beleza incrustada na face,
A luz infinita no brilho do olhar,
A alegria inefável no sussurrar do sorriso,
A serenidade do vento que vem me afagar.
Ó soberba, sempre a deslumbrar
com teus passos de princesa!
Que na realeza do teu corpo,
Na sublimação dos teus lábios,
Na negritude como a noite dos teus olhos,
Esteja sempre...
A fascinação!
(Autoria: Edir Paixão)
A cena mais bonita do filme?
A luz da tela refletindo em teu rosto,
revelando, em teus olhos fascinados,
um brilho lírico que jamais percebi antes!
Carlos Brunno Silva Barbosa
Não pensei que as trevas fossem tão úmidas...
Revejo a moça na estrada deserta
Dançando sozinha, de alma liberta,
Com passos leves sobre as terras ríspidas.
Ela traz nos olhos a noite incerta,
Mas seu sorriso sustenta a luz lânguida
De uma perspectiva estranha, translúcida,
Qual vento que ampara a porta entreaberta.
E quanto mais o tempo lhe atropela,
E quanto mais a vista se esfacela,
Mais sons no escuro seus pés encontram.
E quanto menos o tempo lhe cede,
E quanto menos a vida concede,
Mais choro se meus olhos a encontram...
Carlos Brunno S. Barbosa
Rosa viu seu Colibri
oscular a doce Margarida,
mocinha namoradeira.
Chorou ela intensamente,
até ficar tão murchinha
que morreu em poucos dias.
Foi cremada pelo bom Sol.
Fez então chorar o jardim.
[[[ Comendador Oliveira Caruso ]]]
Sei que o céu se pinta no mar!
Quando ninguém vê,
ele mergulha nas águas,
sai colorido de azul
e se põe pra secar no varal!
No varal da infinitude.
Houve uma exceção...
Alguém o viu se aprontando... Eu.
Eu o vi fazer isso!
Afinal, sou poeta.
[[[ Comendador Oliveira Caruso ]]]
Que as mãos limpas de paz
De alma irmã nunca se sujem
Guarde a consciência tranquila
Para que contigo se orgulhem
Pobre é a existência
Dos que vivem armados
A bala é o alimento
Desses indigentes acovardados
Que as casas se encham com a esperança
De um amanhã humanizado
Que o amor vire rotina
Em um mundo transtornado
Peço vida em abundância
Para nós seres mortais
Que não nos tirem o direito
De desfrutar a paz como iguais
Lorena Guimarães
Eram vozes aos milhares a edificar cidades e mais cidades,
Dentro, preparavam camas para que eu me acomodasse
E banquetes para que eu me fartasse.
Acomodei-me e fartei-me, cantei-me até em uníssono
Com as vozes aquelas aos milhares.
De se confundir eram nossos sons.
Ruídos tantos que cidades então
Ascenderam a ruir, dissonantes de mim.
De seca e anseio é a estação a retirar estilhaços e ruínas,
De suave retratação, ainda que breves movimentos,
É a estação de voz única e própria: novas moradas construir.
Não me consta das horas serem contadas
Mas reconheço do tempo o cintilar e o conceber
E que as histórias narrem fatos e rodas e graças e caos,
E que ora a vir, ora a ir-se, confundam-se vida e morte.
Um sujeito simples, composto de muitas tantas vozes,
Verbos ocultos, desejos intransitivos, objetos diretos de figuras
Com linguagens desclassificadas, descategorizadas, figurativas de sentido,
Substantivos concretos de sua imaginação.
Sujeito simples, composto ainda de determinado e indeterminado,
Mesmo que por vezes elíptico, é constante que se verifique seu núcleo,
Embora de muitos tantos elementos, sempre singular.
Sujeito simples, composto de nome próprio,
Maiúsculo e de reticências, não pontua sem inventar,
Complemento que dá nome aos verbos, nunca só adjunto, mas ativo de voz.
Sujeito simples, composto de muitos tantos predicados,
Por vezes de núcleo descritivo, vezes outras de ação.
Sujeito não à técnica ou ao formalismo, conhece mais variações de pretérito,
Ainda que honre sua conjugação do presente,
Está sempre com as terminações no futuro.
Abri uma Porta
E nada vi
Estava escuro
Caminhei sem rumo
Parei!
Nesse momento eu vi o mundo
Ao abrir meus olhos!
O casulo se desfez
E a podre lagartinha
Agora é uma linda borboleta
Que voa livremente
Sem rumo e sem destino
Pois a vida lhe deu escolhas
E ela sabiamente voa
Em busca da melhor.
quando a gente
fica assim
meio indício
inteiro do fim?
Samuel Malentacchi Marques
passe depois, por favor,
estou no que pude:
dentro do Momento,
enviesando instantes
em minha desumanidade.
Samuel Malentacchi Marques
Se te queres matar, ó, meu querido,
Uma navalha afiada te darei
Ou numa corda forte te atarei,
Para teres o fim que é merecido.
Se o teu corpo não queres ter ferido,
Um veneno fatal te entregarei
Ou em águas bravas te empurrarei,
Porém, terás um fim bem dolorido.
Só não deixe no teu corpo uma marca
Que a mim possa identificar
E que me acuse da tua triste morte.
O teu drama, querido, não me marca,
Pois nem lembrança em mim há de ficar:
Nunca culpe a ninguém por tua má sorte.
De onde vem essa voz que me encanta?
De que mundo de Deuses ela vem?
E o fascínio que só essa diva tem?
Por que vira ouro tudo que ela canta?
A voz que os palcos todos abrilhanta
É do panteão dos céus que ela provém;
E o fascínio é da família de onde vem,
Por que lá a poesia é sacrossanta.
Ela é o raio maior de Iansã,
Da Bahia é a filha mais perfeita
E da música mais bela é capitânia.
Brasileira, na voz, é dessa chã
A artista que há de mais inteira:
Senhores, com vocês, Maria Bethânia!
****************************
EM VÁRIAS PRAÇAS DO MUNDO
MÃES CHORAM DESEGANADAS
FILHOS MORTOS OU TORTURADOS
BANDEIRAS CONTRA ARMADAS
EM VÁRIAS PRAÇAS DO MUNDO
MÃES CHORAM DESESPERADAS
FILHOS PRESOS E VICIADOS
ELITES E FAVELADOS
QUAL SERÁ A PRAÇA DO MUNDO
QUE ABRIGARÁ TODAS AS MÃES
MÃES DOS RIOS E DOS PEIXES
DA ONÇA E DO MACACO
MÃES DE TODA A PASSARADA
QUE PRAÇA ABRIGARÁ AS MÃES
DA FLORESTA ANIQUILADA?..
Luiz Alberto dos Santos
O silêncio é uma caixinha de segredos
A prisão de um grito
Uma conversa com Deus.
Nele, há uma tela de lembranças
Um sarau de estórias
Amores que jamais foram meus.
Marcio Gotierre
O rabisco é amante da palavra.
No texto se casam
e depois se divorciam.
Velhos, amarelam o papel e
a retina, e depois se escondem
na memória até o último suspiro.
Marcio Gotierre
O medo é o opressor da humanidade
Não há ninguém que ao vil temor resista
Medo da morte ou de dar entrevista
Ele atormenta e causa ansiedade!
Medo de ouvir mentira ou verdade
De fracassar; da hora no dentista...
Do desemprego ou de ato terrorista
Da dor da perda e de sentir saudade...
Ferir alguém também é um receio
daquele que é sensível, solidário,
sentindo o susto a doer-lhe em cheio.
E nesta luta contra o temerário,
que seja sem paúra todo o anseio:
de haver sossego em nosso itinerário!
(Cris Dakinis - São Pedro da Aldeia / RJ)
No último dia, mil mimos me chegarão
Rirei dos motivos por que um dia chorei
Pedirei desculpas, darei meu perdão
E algum livro adiado, enfim, eu lerei
E a noite? Bem fresca e iluminada
Recheada de luz, ainda que artificial
Sem nuvens ou chuva, a lua aclarada
Guiará meus passos ao mundo normal
Música de um cravo tocará meus ouvidos
Mas eu vislumbrando um mundo distante
Ouvirei sussurros de uns versos lidos
E para o último dia será o bastante!
(Cris Dakinis - São Pedro da Aldeia / RJ)
feliz em tê-las
ainda que fora
do alcance das mãos.
sois como as estrelas.
feliz em sabê-las
distante, diante
do impossível encontro
observo estrelas
teu brilho intocado
mescla o hoje com o outrora,
despe a culpa do meu desejo.
Jardim
que me encerram e que eu não me atrevo
a tocar por serem inalcançáveis.
teu ligeiro olhar fatalmente me descerra.
embora eu tenha me fechado em uma casca
me abres sempre pétala por pétala.
Jardim
Se em cárceres alheios hei de empenhar meu Espírito,
Que sejam eles despojados de qualquer Santidade.
Se a peles outras hei de confiar minha própria,
Que sejam elas não altivas e de igual qualidade.
Pois falta-me a nobreza e a arte retórica.
Faltam-me os requintes e as lapidações.
Pois falta-me o polimento em minhas arestas.
Faltam-me os moldes e as incondições.
Minha história não conta, define ou altera.
Meu berço não diz, condiz ou desfaz.
Minh'alma é uma chaga, ferida aberta
Que não ousa sangrar e não fecha jamais.
Jamais.
"De que valia é o abster
Se é o não ter que me incomoda?
P'ra quê vou me arrepender
Se é a vida que discorda?
Eu prefiro me perder
Entre todas essas faces
Do que ter que esperar
Até que essa dor se passe"
Mas tudo isso eu disse ontem
Hoje é tudo diferente
Depois do escape momentâneo
Não é mais prazer o que se sente
É só um mórbido remorso
Misturado a esta culpa
De não te ter no pensamento
De te usar como desculpa
Momentos marcam, mas o tempo não para,
E dos olhos que veem o trocar de ponteiros,
Cai água, pequena pesada lágrima.
Água salgada que não está no mar,
Sai do meu peito, coração rarefeito,
Num efeito nada raro de me chuviscar.
Com ou sem significado, talvez triste ou emocionado,
Quero apenas me molhar em luzentes brilhos,
Deixar escorrer o encaminhado
Par nublado, que cai na boca e trovoa sorrisos.
Gotas d’água, grande par de lágrimas,
Enxugadas pelo vento que esperança,
Criem asas, pinguem à saudade
Da liberdade de (re)viver uma lembrança.
Miguel Lima da Silva
Parece que não houve começo,
Meu sentimento foi de reencontro;
Teu deslumbre ao qual me vi tonto,
Despertou a poesia contida no avesso.
E apaixonado te prometo o mundo,
Pois de paixão, foste a primeira;
Inigualável brisa suave e certeira,
Qual arrepia em troca de olhares profundos.
Sempre juntos consolaremos a dor,
Prometo perante infinito universo,
Não tão valioso quanto nosso amor,
Que dentro de coração tal submerso,
Dentre incertezas onde jogo sua flor,
Estão cravadas vidas em simples versos.
Miguel Lima da Silva
Eu tenho esperança...
No vento que balança a folha,
Na semente que germina,
Na água que cai do céu e molha a terra.
Eu tenho esperança...
Na música que toca,
Na palavra que transforma,
No passar dos anos,
Nas ações dos homens.
Eu tenho esperança...
Na fé que me sustenta,
No pão que me alimenta,
No sorriso da criança,
No amanhã, no hoje e no agora.
Eu tenho esperança!
Minha alma maltrapilha
chora a tristeza da perda
a irresistível paixão aniquilada.
Profundas lágrimas de adeus
compondo uma cruel cicatriz
que em silêncio marca meu peito.
A ferida da saudade está presente!
Meu estúpido coração traumatizado
sorrateiramente resiste
na fantasia da esperança,
de vislumbrar seu feliz retorno
que reascenderá a luz do nosso amor.
Fabiano Sorbara
José Carlos Teodosio
uma sombra,
que me assombra.
Uma chuva,
sem sombra,
ainda me assombra.
Vem a lua
e a sua sombra,
que me assombra.
Apago a luz,
fim da sombra,
que me assombra.
José Carlos Teodosio
Eu quero ler você
Quero interpretar você
Quero saber você
Quero perceber os seus sinais
Quero presumir suas entrelinhas
Quero adivinhar o que está pensando
Quando diz coisas que me irritam
Irritam-me tanto!
Será que você sabe
Que o que eu mais quero
É que diga logo
Que também me ama?
(Elaine Cristina Corrêa)
Olho o semblante sombrio à sombra: Assombro.
A treva imunda emana de mim mudada: Maldito.
A pessoa aperta o passo com pressa: Paro.
Na pausa penso, um flagelo me aflige: Reflito.
Confuso, continuo caminho cansado: Conflito.
Por: Rodrigo Luis Mingori
Defronte este humor vítreo
É possível ver
Além de carne, osso e pele?
Translucida piada.
Fala com olhos irônicos
A observar as vidas todas
Ocas e pobres.
Então responde:
O que há em cada um?
Nada, digo-te.
Um espelho no vácuo,
Um semblante borrado,
Nada? Eu sei.
Só o morrer
De tempo.
Por: Rodrigo Luis Mingori.
crua a carne que me sacia
vermelha
obelisco que a boca suga e regurgita
em branco, em ânsia, em pressa
crua a carne que me lavra
morna
insone que me adentra e desabita
em riste, em sede
sismo
não broto mais
sou pé de seca
biruta sem vento
leito sem água, chão
cuspido
de escarro, de escárnio
lama funda
não vingo mais
nem rama, nem cama
multiplico vazios
Quando o primeiro raio de sol veio me abraçar
senti um pouco do seu conforto,
mas não havia seu cheiro.
Passar. É só isso que o tempo faz.
Ninguém jamais saberá tudo sobre nós;
Especialmente nós.
(Denivaldo Piaia)
***************************************
SÚPLICA
Quente é o suspirar que ela solta,
Exalando perfumes como uma flor,
Inebriando a Primavera, a estação do amor,
Deixando zonzo o passarinho a sua volta.
Seu terno olhar é encantador,
Amacia a brisa, é mel que adoça,
É luz perene que se apossa
Da alma do poeta, o seu senhor.
Seu beijo, sabor que não se desperdiça,
Seus lábios, soltos se perdem sem saber,
Seu ventre, um gozo fremente que atiça!
Vem mulher, sai da chuva, do sereno,
Vem tornar o meu desejo mais ameno
E o meu querer mais que um prazer!
ARRANJOS D'ALMAS
_ João Gonçalves de Abrantes _
Meu velho pai: eis o tema,
A homenagem neste belo dia,
Fiz prá ele este poema,
Com amor e alegria.
Vem meu pai, meu velho amigo,
Embarcar na fantasia,
Caminhar junto comigo,
Vem ser minha sinfonia.
Vem! Quero compor contigo,
Fiar em perfeita e sutil sintonia,
Partituras, acordes, letras e melodia.
Arranjos D’almas pra musicar teu abrigo,
Escritos com esmero, saudade, harmonia,
Compostos num sonho, enquanto eu dormia.
Raniery Dantas de Abrantes
E se o coração dispara,
Quando você fala?
Na verdade ele quase para
O corpo todo amolece
Fico que nem bobo
Precisa ver minha cara
Mas eu tenho medo,
O coração é ingênuo
Se engana por sorriso
Perde o compasso
Se aquece por felicidade
Mas se parte,
E aí tudo vaza
Vaza como lágrima,
Pra regar tantas palavras
Respiro fundo ao iniciar a incursão,
Na pretensão de buscar sentidos
Arrisco minha razão
Pra tentar colocar pingos,
nos “is” dessa desilusão.
Não posso contar com amigos,
nem amores nem paixão.
Tenho que lidar sozinho
Com os poréns do meu porão.
Só quero abandonar os espinhos,
dessa vida em aflição,
E finalmente acordar sorrindo,
abraçando o mundo, sem objeção.
ou A Mãe da Pátria que pulsa.
Escorrendo: tudo gira! É normal, acredite em mim.
vire, em círculos! Mais rápido!
sobe e desce- o beep eterno da vida e a vida das marés, sincronizados.
Agora abaixe e levante!
morto vivo- vivo vivo- vivo morto
a roupa sendo tirada escorre junto com a vida
pelo ralo enferrujado.
Ela teve um filho aos 14. Brotam possibilidades.
Do primeiro cliente. Não há, já houve?
som e luz, sombra e vácuo
ausência de sentimentos- em sobra, e o oco universal?!
a cabeça do filho tem cor estranha: verde ou amarela?
azul, talvez- enquanto estrelas brancas passam pela testa.
Como é delicada ao fechar os olhinhos dele!
Parou de pulsar? Agora não precisará mais do cobertor.
Larissa Moura
(concebido no telemarketing)
Ela tinha a cabeça de sol
e cabelos laranja
quando chorava
suas lágrimas eram
afluentes que surgiam
e desapareciam logo que ela
esquentasse a cabeça
Ás vezes podia fritar um ovo.
Larissa Moura
O androide
Vejam o androide e seus artigos de série!
Vejam como é esguio, brilhante, altivo e sério!
Ouçam os seus bordões, apertem-lhe a mão segura!
Sigam-no ao seu campo de exercício
Notem a perfeição com que monta outros iguais a si
Inspirem-se na sua frieza diante as situações mais delicadas
Contagiem-se com o seu sorriso imaculado rangendo da satisfação do dever cumprido
Ninguém melhor que ele reconhece sua função no mundo
É um incansável soldado do progresso
Determinado a lutar mesmo nas piores condições
Adorador do sol, sombra alguma lhe contamina
Liga-se automaticamente de manhã
E a noite recolhe-se sem açoite ao seu sarcófago
Seus sonhos são vagos desejos de superação operária...
Tiago Simão de Queiroz - Taquarituba/SP
Cemitério de Garrafas
A vida havia lhe dado uma rasteira
Seus velhos amigos já não eram mais os mesmos
Ou será que sempre foram aqueles imprestáveis!?
Andava triste e parado “tristava”
Só ele e os astros enquanto a multidão os atravessava
As sombras da rotina se alongavam
Como serpentes cientes de sua insaciedade...
Moravam num cemitério de garrafas
Ele, os livros, os discos e as baratas
Havia vida crescendo nalgum resíduo de sol
Sobre um canteiro de pizza
Havia música ordinária tocando nalgum luxuoso hall
Alguma esperança tinha aquele animal envenenado
Senão não perderia tanto tempo
Remexendo no lixo do passado...
Tiago Simão de Queiroz - Taquarituba/SP
A marca registrada,
dos românticos de plantão.
Aquele que abre portas,
aquele que define...
Os próximos que virão.
Não são dos lábios,
e sim dos olhos...
Pois o alvo é o coração.
Cristiano Vieira
sofridas,
caídas
a rolar...
Andar
abatido,
ressentido
no Ar...
Momentos
de dor,
ao perder
um Amor.
Cristiano Vieira
Não se vive simplesmente
Vive tão e uma somente
Na busca de querer
Encontrar me livremente
Com a saudade de você
Hei que um dia viveremos
Na eterna e louca vida
E assim acabaremos
Com a nossa despedida
Triste busca
Do além
Daquilo que
Não me convém
E queria te dizer
Encontre o que encontrar
Estarei lá para sempre
A te ver e desejar
Como nunca e urgentemente
Hei de sempre me lembrar
Liberdade!
Traz-me tuas asas!
Liberta-me das amarras da ignorância!
Ignorância da vida e de suas inúmeras instâncias.
Quero tuas asas
Para ser livre e ter a inocência da infância
Não carregar a ganância e não atropelar as vivências
E muito menos, cativar a arrogância.
Oh! Liberdade!
Ergue minhas asas caídas
Alivia minhas dores de alma combalida.
Se há responsabilidade em tudo que se cativa,
Que seja sempre minha companheira
E que eu jamais a perca de vista.
(Adriana Pavani)
Natália sonhou em ser um rio
E saiu correndo pelo mundo.
Como são soubesse passar os vales,
Parou em um lago não muito profundo.
O lago queria muito voar
E entre um pássaro e uma borboleta,
Escolheu ser a pequenina
Que parecia viver uma vida completa.
Quase ficou presa no casulo,
Que era um tanto quanto apertado ,
Sem janelas para que olhasse
E visse lá fora o céu estrelado.
Então Natália acordou incerta:
O que uma lagarta quer ser quando desperta?
João Camilo de Oliveira Torres
Há quem ame um livro: tão estranho
amar a um livro somente.
São tantos os livros que ganho,
gosto de todos igualmente.
Amo, amo mesmo, a alegria da rosa,
o destino da lua no horizonte.
Amo mais a poesia do que a prosa,
a camponesa buscando água na fonte.
Mas um livro é quase nada,
se já não estou amando antes
é apenas uma quinquilharia inanimada:
moinhos que jamais serão gigantes...
E o pior é quando os abandono:
tenho muitos outros livros na estante.
Amor não pode ser entre um servo e um dono
nem pode estar confinado a um instante...
É preciso estar livre para poder ser amado,
e a liberdade escapa das capas de couro.
Não é livre que é livre apenas no passado
nem que ama o fugaz brilho do ouro...
João Camilo de Oliveira Torres
ELEJA-SE. ESCREVA-SE
Escreva histórias com sangue
Pinte muros e fachadas restantes
Para jamais cogitar desistir do destino.
O passado foi só um compromisso
E o futuro dependerá somente de sua promessa
Feita nos comícios.
Williany Souza
ELA CHORA...
Quando ela chora?
Chora quando avista uma fumacinha numa floresta! ( onde há fumaça, há fogo!)
Chora também quando houve um eco de um disparo, e ela sabe; que onde houve um tiro pode haver uma morte!
Também chora ao sentir um cheiro de combustível agrupado com um ronco de motor...
Pois uma árvore pode estar caindo!
Ela chora quando vir um grande volume de água acumulado, pois pode ser que á um esgoto entupido por lixo!
Chora muito... Muito mesmo!
Quando percebe uma viatura de uma polícia próxima ao lixão, pois ali poderá ter sido encontrado um feto abandonado!
Ela chora, quando eu e você não procura compreende-la,e não a respeita!
A natureza não morre! Mas chora...
Por criarmos situações que poderia até matá-la!
"DESPREZO"
Um dia essas letras se queimarão se apagarão...
Vagarão pelas ruas... Em papéis amassados, serão levadas pelo vento e terminarão no lixo!
Terão seu fim sem ao menos serem contempladas, exceto ao serem criadas!
Nasceram sabendo dos sabores e dissabores que teriam!
Às vezes criadas, às vezes inventadas ou copiadas, mas... Também inspiradas!
Essas letras terão seu fim...
O que a letra um dia disse, marcará para a eternidade os ouvidos daqueles que ás ouviu!
Desaparecerão... Mas jamais perderão os seus valores!
"DESPREZO"
Um dia essas letras se queimarão se apagarão...
Vagarão pelas ruas... Em papéis amassados, serão levadas pelo vento e terminarão no lixo!
Terão seu fim sem ao menos serem contempladas, exceto ao serem criadas!
Nasceram sabendo dos sabores e dissabores que teriam!
Às vezes criadas, às vezes inventadas ou copiadas, mas... Também inspiradas!
Essas letras terão seu fim...
O que a letra um dia disse, marcará para a eternidade os ouvidos daqueles que ás ouviu!
Desaparecerão... Mas jamais perderão os seus valores!
Se você voltar a tempo
nós vamos sair pela cidade escura.
Vou contar os prédios novos e abrir metade do vidro para
não desmanchar nosso amor.
Se você voltar, vou separar
o dinheiro exato da felicidade,
pedir duas taças de sorvete derretido
e você vai ficar derretido comigo.
Gosto quando atende o celular no caminho de casa
porque sei que tem um fio invisível
trazendo você pra mim.
Você odeia celular, eu amo.
E quando te perco para o trânsito,
brinco de te maldizer, sem culpa.
Querido pai, espero feito cachorro na porta
até seu carro encostar.
Tenho saudades em cada brechinha
de distância real ou imaginária.
Você é meu melhor amigo.
Priscila Machado
Uma amiga me disse que ando curvada.
Fisioterapeutas, vendedores de cintas para endireitar os ossos,
professores de pilates se ofereceram.
Não! Estou me reerguendo de dentro para fora – eu disse.
São muitos fantasmas que carreguei durante a vida.
Sou táxi dos meus medos
Por isso meus ombros se afundaram como rio nos períodos de seca.
E o mais bonito é que a água para completar esses vazios
brota de uma bica dentro de mim.
Um dia enfeitarei essa mesma amiga
com as flores das encostas verdejantes do meu rio,
porque eu floresço primaveras tardias
no coração das pessoas.
Porque a grande vantagem de ser lenta é que ainda terei flores no inverno.
Priscila Machado
Me diz dentro dos ouvidos
aquela frase que abençoa toda minha trajetória.
Aquela palavra específica naquele momento certo
para acalmar meus instintos
E racionalizar meus medos.
Só você, com sonhos brancos, bonitos, brilhantes,
pode apertar os meus numa aura carinhosa.
Eu te acompanho
por ruas eternas antes que o dia amanheça
ou a gente anoiteça.
Não gosto de seguir, prefiro conduzir,
mas nesse caso, apenas nesse,
posso botar os braços no seu pescoço pra variar um pouco.
E dançar sob a luz dos seus olhos
até a realidade permitir nós dois.
Priscila Machado
O meu barquinho de papel pode desmanchar,
Por isso eu passo horas admirando,
Ele pelo espelho d'água deslizar
Enquanto os meus sonhos vou fomentando,
Fui eu quem fabricou esse barquinho
Pra ser meu companheiro mais feliz
E com ele evoluí bem devagarzinho
Era o brinquedo que eu sempre quis.
O meu barquinho é forte e persistente,
Juntos, já enfrentamos muitos temporais,
Lembrarei dele sempre, eternamente,
Não posso esquecer, nunca, jamais,
Quando meu barquinho parou por um momento...
Como eu gostaria de caber lá dentro!
(Joamila Brito)
quem inventou as placas
as rotas, os mapas
e dividiu o mundo em leste
oeste, ou este,
não conhecia os caminhos mais rentes
enfrente, o teu caminho com unhas e dentes
pois entre a esquerda e a direita
o teu caminho é seguir em frente
Raphael Alves
Afronta a frota afrente
enfrentem os fracos, insolentes!
isolem do solar e só lamentem
A sós ,lá, mentem
E aqui, a mente, em mantra
que manda, desama, proclama
A morte e o Ode à quem vos
clama, em ordem profana
Raphael Alves
Descongelo as lágrimas
No micro-ondas.
O coração malpassado
Com batatas
Fica remoendo um discurso
Surrado
Sobre o que é o amor,
Mas se cala na última garfada,
Meio desapontado,
Com meus caninos...
Jogo fora os restos
Secos e mudos
De átrios e ventrículos.
Não gosto de sentimentos
Mexidos.
Henrique de Almeida Barbosa do Vale
Descongelo as lágrimas
No micro-ondas.
O coração malpassado
Com batatas
Fica remoendo um discurso
Surrado
Sobre o que é o amor,
Mas se cala na última garfada,
Meio desapontado,
Com meus caninos...
Jogo fora os restos
Secos e mudos
De átrios e ventrículos.
Não gosto de sentimentos
Mexidos.
Henrique de Almeida Barbosa do Vale
Se num choro de mágoa reviso
Vejo que sou poeta, não sou mais eu
Ou sou eu no meu mais perfeito papel
Se o que sinto é o que me faz escrever
Então sei quando amo
Se ao ler me sinto renascer
É porque de fato amo como penso que amo e não canso de dizer...
Se a tinta não vejo
É porque tenho sentimentos
Estes são transparentes como vento
Por isso, não quero, não tento, não vejo passar o tempo
Escrevo o que me vem à mente
Te escrevendo nos meus pensamentos
Se é triste ou alegre o poema
Depende do nosso momento, dos nervos à flor da pele daquele sentimento
Se é bonito ou válido o que escrevo
Depende do ponto de vista
Se a perfeição do sentimento é sentida
è porque a poesia vale a pena ser lida
No papel, rabisco
Se num choro de mágoa reviso
Vejo que sou poeta
Ou sou eu no meu mais profundo papel
Se o que sinto é o que me faz escrever
Então sei que amo
Se ao ler me sinto renascer
É porque de fato amo como penso que amo e não canso de dizer
Se a tinta não vejo
É porque tenho sentimentos
Estes, transparentes como o vento
Por isso não quero, não tento, não vejo passar o tempo
Escrevo o que me vem à mente
Te escrevendo em meus pensamentos
Se é triste ou alegre o poema
Depende do nosso momento, ods nervos à flor da pele daquele sentimento
Se é bonito ou válido o que escrevo
Depende do ponto de vista
Se a perfeição do sentimento é sentida
É porque a poesia vale a pena ser lida
E ao poeta contemporâneo,
já não cabe o papel de Arlequim,
pois frente aos primeiros fatos,
sempre se manifesta a insanidade
de perder a modéstia ao escrever sua história,
de se por acima de toda humanidade,
de pedir para si todo Amor e toda Glória,
de escrever com um princípio, mas sem um fim.
(Amarildo Ferreira Júnior)
Conto? Não conto.
Conto num canto.
Canto, não conto.
Canto num canto.
Conto com meu canto.
Por: José Huguenin
Para o Concurso Cardápio Poético - Abril
saudade ansiosamente
me lavo de angústias,
respiro perdões e
canta-me o peito podre
em flor....
Este meu tão teu jeito
de viver enforca o passo
à lágrima caída em vão
e respiro - amor, e
me choro - amor, caíndo
em mim....
Ass. Rui Sobral
Ai, que de sempre nunca
te senti sem que sem ti
te amasse mais que ontem,
mais que nunca, mais que
sempre e morro de viver
em nós.
Ai, que me dói a mente
e sem que minta, minto-me
sem me mentir e canto-me de
flores em brasa por amores
amar, insanos em riachos verdes
e céus cinzentos.
Ass. Rui Sobral
******************
AMOR ROUBADO
Quero poder,
Roubar teu amor...
E sentir tuas caricias envolvendo-me
De paixão e loucura para acalentar meu coração...
Que este desejo de prazer por ti, meu amor.
Deixa-me cheia de saudade de você...
De querer sentir em teu corpo todo, entrelaçado ao meu.
Num instante apenas de poder-te amar
Sem pensar em tudo que me disseste
Para saber o que me prende a você.
VIVIANE SCHILLER BALAU
Estou velho
Morro aos poucos
E nos raros momentos de lucidez
Sinto que estou ficando louco
Estou louco
E a essa altura
Minha cabeça gira
E aceito minha loucura
Estou morto
Refugio-me em meu ser
E descubro segredos
Que não deveria saber
Estou jovem
E agora vivo
E quando me sinto adormecer
Grito!
IAN LOPES DE JESUS
Enrosca queima
Coça investigações de meias respostas
- Não com as sobrancelhas.
Ela disse
Demarcando finitudes
Os limites da efêmera esperança
Pele envelhecida
expressões impressionadas
dentro do cubo fecha a porta de metal e sobe
esvaindo o ar escasso entre narinas
o silêncio da respiração
controlada, compassada
não, são suspiros
o ar envolvido do fenômeno
perceber não basta
mas é só isso
O meio aquático é algo
Que devemos preservar
Por isso As nossas águas
Não devemos prejudicar.
De rios a mares que existem
Existem grandes segredos
Especies novas, diferentes
Que dos homens sentem medo
E isso sempre acontece
Devido a pesca predatória
Afastando os seres dos rios
E os levando a ir embora
Então Iara mãe dágua
Senta numa pedra e Chora
E pede a Deus com ternura
que aqueles homens vão embora.
Trazendo de volta seus filhos
Ao nascer de uma nova aurora.
Gleis Kellen B Santos.
Elas rolam pelo chão
espalham areia no ar,
deixam um rastro na terra
difícil de decifrar.
Esfera perfeita
Como um olho de gato
Sinal de nobreza
Que enche a garrafa de plástico.
Um lance perfeito exige concentração
e no final do caminho um estalo baixinho
se ouve com atenção.
TEF! Algumas pulam,
outras correm,
umas se enterram,
outras fogem.
TEF! Algumas quebram,
outras trincam,
muitas se perdem
e poucas ficam.
Ao ver cores tão fortes Pedrinho fácil se ilude,
brincando com meninos maiores
acaba de mãos abanando,
sem nenhuma bola de gude.
A poesia é branda, serena, suave, é bela, amigável, afável.
Ela encanta e acalma, ela abraça a sua alma, te acalenta,
te transforma, te tormenta...
te agride, te denigre as ideias, ela pesa como um fardo amarrado ao coração, ela é a razão pra você rir e chorar, para cantar e gritar, de alegria ou de dor.
Ela termina e recomeça, te vicia, te guia para o abismo sem fim da compreensão alheia, ela judeia,
te confunde e te esclarece,
te derruba e te fortalece,
ela te esquece... por um tempo. Depois ela te resgata e trás de volta, te enriquece sem te dar nenhum tostão, ela te atiça, torna a mente submissa a seus caprichos, ela esclarece o dia e complica a noite. Ela torna a morte mais bela, singela, e a vida não seria viva sem ela. Ela te aprisiona, te doma e te torna selvagem, te açoitando com sentimentos, ela te molda, como? Eu não sei, no final ela te abandona como um leão enjaulado rosnando palavras de rei.