Num mundo cada vez mais mercantilizado, pautado
pela lógica da rapidez das máquinas e marcado pela dura sobrevivência da
maioria das pessoas perguntamos: Qual a função da arte, da poesia? Que tempo
sobra para a contemplação, para o necessário e saudável ócio?
Se a poesia não se
presta à visão de mercado, não é útil a reprodução do sistema vigente já é, em
minha opinião, razão de sobra para degustá-la como uma criança aconchega-se com
seu pirulito.
É para isto que deve
servir a arte, a poesia e as demais formas de expressão da nossa genuína
condição humana. Para nos fazer mais inteiros, mais íntegros com a nossa
espécie e mais respeitosos na relação com outros seres e a natureza.
A poesia deve nos
ajudar a animar a vida, a dar mais densidade ao nosso cotidiano. Só
assim, me parece, a arte estará verdadeiramente cumprindo o seu papel: o de
propiciar espaços para a criatividade, para o exercício crítico e para o
deslumbramento do verdadeiro sentido do que é ser humano.
- Dinovaldo Gilioli
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