“Apenas um fio de esperança... Mas a vida já se mostra impiedosa, severa e cruel para os que, desprovidos de bonança, amarguem as duras penas impostas pelo frio que castiga sem piedade a região da Calábria. De longe tudo seco por sobre os morros, os carneiros montanheses se agrupavam de tal forma a deixar a paisagem assim. Numa pequena calosidade no calcanhar da Itália, deitada nos braços de Morfeu, coberta por seu manto fino da mais pura névoa vinda do mar,
abafado pelo surdo canto das ondas, que deitam seus olhos aos faróis longínquos que são os braços de Tritão, ao cair o sono sobre o sol, antes vibrante do Mediterrâneo, tudo parece agora muito distante. A brisa gelada que desce sobre a cidade, nada mais é do que o sopro da morte, que adormece, diante da solidão, que ainda queima e aquece os guerreiros de bronze fincados por sobre a rude testa dos montes guardiões da aurora escondida. No limiar da loucura que se anuncia, nem Marte e nem Vênus, largadas em meio ao turbilhão da noite que se anuncia, tiradas das luzes do astro-rei é jogada nas sombras de Plutão, da mão pesada de Netuno, que atirada ao mar, debruça sem dó, morta nos braços de Poseidon. Assim é Riace quando começa a anoitecer. Na escuridão de uma noite fria na colina descampada, onde o céu parecia beijar a terra e cobri-la com o sopro frio da morte
abafado pelo surdo canto das ondas, que deitam seus olhos aos faróis longínquos que são os braços de Tritão, ao cair o sono sobre o sol, antes vibrante do Mediterrâneo, tudo parece agora muito distante. A brisa gelada que desce sobre a cidade, nada mais é do que o sopro da morte, que adormece, diante da solidão, que ainda queima e aquece os guerreiros de bronze fincados por sobre a rude testa dos montes guardiões da aurora escondida. No limiar da loucura que se anuncia, nem Marte e nem Vênus, largadas em meio ao turbilhão da noite que se anuncia, tiradas das luzes do astro-rei é jogada nas sombras de Plutão, da mão pesada de Netuno, que atirada ao mar, debruça sem dó, morta nos braços de Poseidon. Assim é Riace quando começa a anoitecer. Na escuridão de uma noite fria na colina descampada, onde o céu parecia beijar a terra e cobri-la com o sopro frio da morte
Inevitável de um soldado que da guerra saiu herói, mas da desgraça se fez derrotado... No seu último momento de lucidez pode ter como consolo as lágrimas de dois jovens filhos... Estendido por sobre um colchão quase na lona onde as palhas lhe servem de conforto para o corpo ossudo e já quase rígido. Aquele pobre homem ali deitado espera agora a hora de sua partida, já não há mais esperança para ele, porém o seu coração dói por deixar tão jovens os dois únicos filhos que a vida lhe deu... Infelizmente não gerados das suas entranhas, mas lhe chegaram ao coração e tudo por eles tentou fazer, mas os infortúnios da vida não lhe permitiu mais do que desgraças e fome. Os dois filhos ainda eram crianças para terem de enfrentar tamanha dor. O velho Victorio, com suas poucas forças, olhava com lágrimas nos olhos para aquelas duas tristes figuras a seu lado, primeiro virou a cabeça para onde estava o seu filho Giuseppe Benedetto, chamado por ele simplesmente de Benetto, menino de 15 anos, magro, rosto fino, cabelos encaracolados, olhos pequenos e puxados, sobrancelhas grossas, nariz grande, boca pequena. (Página 63 in Brasiliana: A menina em Riace)".
Acompanhe o debate sobre Brasiliana:a menina em Riace da Autora Nanda Gois aqui mesmo,no Cículo do Livro,amanhã,sábado,dia 29 de outubro,às 19 horas,horário de brasilia.
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