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Apresentação
Acompanho o desenvolvimento
intelectual de Benedita Azevedo desde seu primeiro livro, com o título Trajetória. Lá se vão mais de dez anos!
Desde então, tenho tido o privilégio de editar e publicar quase todos os seus
livros. Nesse período, vi crescer e florescer a poeta e escritora que anima
Benedita. Anima, do latim alma, que dá alma.
Na obra de agora, ela começa
exatamente pelo Drama que a levou a escrever seu primeiro livro. Porém,
Benedita não é vítima de seu destino. Ela é senhora! Guerreira, muitas e muitas
vezes ela desatou os nós em que a vida a enredava e saltava para outras bandas.
Maranhense nascida de pais lavradores, a valente mocinha logo foi parar no
extremo sul do Brasil, em Santa Catarina. E percorreu outras cidades país
afora.
Para desatar um outro nó, certa
vez ela mudou, literalmente, com a casa e tudo de lugar!!! Confesso que ainda
hoje me sinto impressionado. E tem o dia em que Benedita, precisando
desesperadamente de um emprego, parou no alto de uma rua comercial e decidiu
que só voltaria para casa quando encontrasse um posto de trabalho. Desceu a
rua e, quase ao final, depois de bater em diversas portas, foi aceita num
estabelecimento comercial. Ufa!!! Mas a
vitória daquele dia ficaria mais completa quando o proprietário a pediu em
casamento, tempos adiante. Bom, o sonho da moça
posteriormente se trans-formaria em pesadelo, como é frequente acontecer aos
sonhos dourados.
No entanto, essa desatadora dos
próprios nós trans-formou o fel em narrativas fortes, que nos estimulam a agir
tal qual ela quando a vida vem, sorrateira, nos enredar. Fortes, sim, mas não
amargura-das, rancorosas. Benedita não perde tempo com isso. Ela logo está em
outra! Passada a fase de colocar no papel o início de vida conjugal, de fazer
sua catarse, Benedita desenrolou a memória de profissional do magistério, de
mãe extremosa e amada, de amiga, companheira...
Nesse crescimento, ela chegou ao
haicai, indo om-brear-se com os melhores do assunto no país e sendo
formalmente reconhecida por seus pares.
A cada nó que a vida insistia em
apertar Benedita, ela o desatava com bravura e inteligência, aprovei-tando a
corda para subir ainda mais. Ela é a prova viva do provérbio japonês que ensina
ser o bambu forte devido a quantidade de nós que possui. Para seus leitores,
ela transforma esses períodos, bons ou ruins da vida, comuns a todos, em
narrativas deli-ciosas. Nesta obra ela mostra passo a passo, em ordem cronológica
os nós que foi transformando em arte.
Fiquei sabendo que acaba de se
lançar em nova modalidade de poesia, as aldravias que eu ainda não conheço, Benedita participa da
Primeira Antologia com um grupo de 51 poetas consagrados em outras modalidades
e que são pioneiros nesta nova forma. Ela acabou de chegar de Portugal onde foi
com o grupo idealizador lançar a nova poesia, com DNA genuinamente brasileiro.
Com destreza e conheci-mento, Benedita agora transita fácil pela prosa, pelo
haicai, pela poesia, pelo que quiser. Afinal, técnica é adquirível, mas talento
já vem de berço. O dela é sua anima, que a acompanha desde que deixou as terras
dos pais, no Maranhão, para desatar seus nós pela vida afora.
Benedita não é santa, é
guerreira! E escreve bem pra caramba!!!
Paulo França – Jornalista e editor.
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