A Ed. Costelas Felinas e o Clube de Poetas do Litoral em parceria realizam o concurso Cardápio Poético.
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NÃO HÁ TAXA DE INSCRIÇÃO -
INSCREVA SEU POEMA PARA O MÊS DE ABRIL/2014
INSCREVA SEU POEMA PARA O MÊS DE ABRIL/2014
maiores informações: cacbvv@gmail.com
COMO FUNCIONA:
O concurso inicia em novembro de 2013 e termina em novembro de 2014 -
SELEÇÃO:
Serão escolhidos 02 poemas por mês - O poeta selecionado poderá participar quantas vezes quiser durante o ano.
Ao todo serão selecionados 24 poemas (02 por mês) - o júri será composto pelos integrantes do Clube de Poetas do Litoral (CPL).
PREMIAÇÃO:
No fim do ano de 2014, já com todos os poetas participantes selecionados, a ed. Costelas Felinas editará a ANTOLOGIA CARDÁPIO POÉTICO e cada poeta selecionado receberá sem custo nenhum 05 exemplares da antologia.
COMO PARTICIPAR:
TEMA E ESTILO: LIVRES
- cada poeta poderá participar até com 02 poemas
- o poema deverá ter no máximo 15 linhas/versos - caso contrário será desclassificado.
- NÃO USAR PSEUDÔNIMO - (somente nome verdadeiro ou literário)
- deixe seu poema como comentário logo abaixo - inscrição até dia 28/04/2014.
ATENÇÃO: - seu poema só será postado depois de aprovado. Confira sua participação olhando mais tarde seu poema no comentário.
Comentários
Escrevo porque escrever
é o bicho furão
que me fura todo dia
para escrever.
Escrevo porque
escrever é a faísca
que brilha na escuridão
quando escrevo.
Mauricio Duarte
Um jorro de lágrimas chorei
Ao ver o nada da minha vida
Caminhei, caminhei e então parei
Resignei-me e morri na triste lida...
Mauricio Duarte
************************
Os sonhos
Tal como o tempo, os sonhos são invisiveis; mas diferentes,
à medida que não passam como as horas, os dias, o vento...
Os sonhos auxiliam-nos na construção do amanhã,
alertando-nos quanto à necessidade de preservar
o combustível vital à nossa alma: a esperança.
**********************
O Meu Sorriso.
Encontrei o meu lindo sorriso
brincando, feliz
no rosto de uma menina
Sei que esse é o meu sorriso
E também sei que ele
nunca estará em meu rosto
Ele apenas brincou
com os meu olhos,
no delicado rosto
daquela menina
Juarez Florintino Dias Filho
A sabedoria rege a imensidão
desde o seu plano elevado
na Terra ainda reina a confusão
e o mal indesejado
devido à separação
dos filhos da mesma casa
Escorre o sangue da Terra
que rega o ódio e a guerra
Mas a sabedoria impera
na ignota imensidade
Só que um milénio na Terra
é um dia na divindade!
Zeca Castro
A alma na trave.
Sem comer bola
Beethoven vai tocando
"fur elise".
Um jardim de pus colorido
no seu quintal.
Comeu macarrão?
Um exemplo de massudo.
Um amoroso.
Como entender o medo,
cujos ossos
de molho e sangue
flutuam nas línguas
dos "rottweilers"?
Não consigo imaginar
Quintana chorando,
cortando soluços sentidos,
a não ser lágrimas de extrema alegria, para lavarem suas faces
queimadas pelo arco-íris,
pois a palavra Quintana
sugere criança brincando
alheia a tudo
imune a qualquer risco
longe desta vida
de direitos e deveres
de ordens e obediências
reduzidas a números e papéis,
aliás como Quintana sempre quis.
Antonio Cabral Filho - RJ
Um dia talvez você entenda, com a asperidade do tempo
O que outrora te coloquei com a suavidade das emoções mais intimas,
Esse sentimento indevido,atrevido,
Que me enleia feito um vendaval, que invade meu mundo
A bater as portas e janelas da minha alma inquieta
Provida de desejos singelos acompanhados dessa culpa
De esferas instantaneamente destrutivas.
Um tempo, talvez você entenda que as palavras me dispõem melhor através das mãos
E que as palavras ditas, se perdem dispersas entre as dores semeadas.
Edinéia Machado
Em asas de borboleta
escrevi a minha dita
Na cor da violeta
imprimi a minha rima:
Sou feliz
sou aprendiz do amor
Sou carente
do sabor da tua boca
do calor da tua roupa
Sou escrava
do favor dos teus agrados
do fervor dos teus afagos
Estou nua
Verdade crua?
: sou tua
na rede do tempo
a idade pesca lembranças
agarradas às treliças da varanda
samambaias rendadas
sacodem suas saias rodadas
a brisa da tarde
invade a sombra
um sol filtrado fosco
colore de laranja o horizonte
poeira dourada brinca
suspensa nas frestas de luz
uma velha cochila no balanço
e sorri quando se vê criança
enroscada na infância
nas tramas daquela rede
na rede do tempo
a idade pesca lembranças
agarradas às treliças da varanda
samambaias rendadas
sacodem suas saias rodadas
a brisa da tarde
invade a sombra
um sol filtrado fosco
colore de laranja o horizonte
poeira dourada brinca
suspensa nas frestas de luz
uma velha cochila no balanço
e sorri quando se vê criança
enroscada na infância
nas tramas daquela rede
Em asas de borboleta
escrevi a minha dita
Na cor da violeta
imprimi a minha rima:
Sou feliz
sou aprendiz do amor
Sou carente
do sabor da tua boca
do calor da tua roupa
Sou escrava
do favor dos teus agrados
do fervor dos teus afagos
Estou nua
Verdade crua?
: sou tua
Tua carne não é só tua carne
é antes disto a carne
dos teus antepassados.
Por isto, não reclames
das dores nas costas
— é tua trisavó
moendo café (ou ossos),
queimando lenha (ou corpos)
pra se aquecer do frio...
o frio de agora: o frio
dos séculos passados.
[André Foltran]
Horas depois do efeito do veneno,
O corpo do suicida estava estirado
Sobre a calçada imunda
Daquela rua deserta.
Poucos carros passavam,
E simplesmente não havia testemunhas
Para assistir àquela cena dramática.
Apenas os micro-organismos agiam,
Cumprindo seu papel na cadeia alimentar
E desfalecendo a carne ainda quente
Daquele que desprezava a vida por medo de sofrer.
Certamente a vida irradiava
Daqueles seres imundos
Mais que do homem que fugia do sofrimento.
Ronaldo Henrique Barbosa Junior
Nada diz a beleza da aparência.
Ela apenas defasa
A brasa confusa da vida,
Prezando a imagem que repousa
Na rasa casa da alma,
A casca visível de cada coisa,
O que torna desuso o invisível sentimento
E preza a imagem vistosa e sem fundamento.
Oh, vida, Musa que se extravasa no tempo!
Talvez tua grandiosa beleza conduza
Os humanos reclusos a prezarem teu talento,
Pois a profundeza de tua majestosa poesia
Torna visível que prezar a rasa beleza da aparência
É puramente desistir de ti, a mais graciosa Musa.
Ronaldo Henrique Barbosa Junior
Mas você vem
sorrateira
pela porta...
Você sempre vem...
revirar a mesa, espalhar
os discos, tocar fogo
nos tediosos dias
— aqueles mesmos dias
a que nós loucos chamávamos
úteis...
[André Foltran]
O que lhe rendeu duas multas por excesso de velocidade
e alguns pontos na carteira
Eu só queria um corpo ao lado do meu
E uma mente que me ajudasse a pensar
Que me mostrasse a realidade do seu eu
E dissesse tudo aquilo que eu queria falar
Que meus sonhos eu pudesse divagar
Que fosse a razão do meu viver
Que me ensinasse de amor falar
Que fosse raça e vida pra valer.
Um peito pro meu peito acalentar
Pros meus olhos, um olhar matreiro
Um coração pro meu coração amar
Um amor imenso um amor verdadeiro
Elisabete Lemos Da Cruz
Todo carinho ainda é pouco
para coração assim
tão frágil.
Sim, cuidado! Pois meu coração
é frágil como um faquir
ou professor de física
tísico e desgrenhado.
Fragilíssimo!
Como a moça de porcelana e celulites
que, às quintas, cospe fogo
em circos de quinta.
Frágil como uma réstia de luz
no derradeiro instante
de um crepúsculo azul.
Francisco Ferreira
Minha poesia não dá ponto sem vírgula
ou nó, sem laçada, como nos meu sapatos
de menino, gastos de escrever caminhos
nas folhas sem pautas do meu passado
almaço, em que requestei a vida.
Minha canção - e meu destino -, composta
em dó(r) maior, singulares tons de cinza
se azuis me fossem, infâncias
e infâmias douradas, doidas, doídas
desbotadas de guri arteiro, vibrátil
que flertava com a morte.
Minha pintura abstraída no concretos
tatuagens que me fez a vida, em cicatrizes e psicoses.
Talvez, porque escreva torto em linha certas.
Francisco Ferreira
Sento-me nos degraus do tempo
E sinto as horas que passam
Apressadas, como só a pressa tem
Das horas de um tempo que vem
Perco-me em minutos incontáveis
Que não fazem mais do que perder
Em minutos que se desfazem no ar
Um tempo que teima em me apressar
São segundos na volta do relógio
São ponteiros que giram ao contrário
Que me empurram sem conjugação
De um tempo que perdeu a razão.
Rosa Margarida
Meu coração é um porto vazio
Sem barcos, naus ou caravelas
Sem prisioneiros e sem sentinelas
Num oco espaço onde habita o frio
Há quanto tempo já não vivo
Que triste razão em fenecer
Que vive sem saber como viver
No passado me mantem retido
Sinto a débil e leve ondulação
De um mar submisso e gelado
Que congela qualquer tipo de emoção
Não sei se fui, se sou ou se serei
Temo um futuro malfadado
No porto onde me abarquei.
Rosa Margarida
Nenhuma nova história...
Palavras sem sentido tentando fazer sentir.
Sorrisos sem sabor, abraços sem laços.
Sarcasmo no olhar, ironia no andar.
Nenhuma nova história...
Marketing de bons samaritanos
Apatia no pensar..
Nenhuma nova história...
Humanos...demasiadamente humanos.
Anderson Rodrigues
Nenhuma nova história...
Palavras sem sentido tentando fazer sentir.
Sorrisos sem sabor, abraços sem laços.
Sarcasmo no olhar, ironia no andar.
Nenhuma nova história...
Marketing de bons samaritanos
Apatia no pensar..
Nenhuma nova história...
Humanos...demasiadamente humanos.
Anderson Rodrigues
O vento em seu majestoso esplendor Assopra a alma,repercute no físico.
Estremeço, arrepio de longínquos e intermináveis segundos,
Infinitos de um momento.
Sua lembrança na penumbra do meu ser,Pálida, lívida, quase que um espectro.
O vento. O beijo. O assobio...tudo se desfaz, fragmenta
Na intensa e nebulosa noite.
E eu permaneço inerme, ao vento, ao beijo, ao assobio á você.
Anderson Rodrigues
Escrevo, escrevo para me afastar
Desse turbilhão dos dias normais.
Afasto prosa de gramaticar.
Verso neologismos sentimentais.
Busco, busco poder me completar
Em águas profundas. Chega! Não mais
Quero trago insosso. Só quero amar
Poesia que não cessa jamais.
Tempo tão bom era voar no céu
Sem se preocupar com os aviões.
Minha vida era a poesia e o papel.
Não consigo completar emoções
Simples, pois normalidade cruel
Mata-me do mundo como Camões.
Aurélio Mendes
Te amo como as águas movem os moinhos
de trigo esperando companhia de chuva.
Águas, que inundam nossos caminhos,
são como o mistério vestindo-se com sua luva.
Porque no escuro a verdade é para ser bebida como vinho,
com menos tato, em que há de eu sentir apenas com o beijo o sabor dessa uva.
Te amo como as mães fazem seus filhos dormirem e preparam seus ninhos
imersos na escuridão, que é palco das lágrimas de alguma e qualquer viúva.
Oh, elas sabem, porque transsentiram apenas enquanto enxergavam,
e a noite ela vem de uma forma ou outra, ela vem porque é a verdade.
E são. E são incapazes de buscar aquela maçã no escuro, aquela maçã que amavam.
Te amo como as crianças brincam, como se nomeia o tempo de saudade,
Como se é ficar sentado descalçado lembrando as coisas que nos alegravam.
Só isso, nada mais que isso, já que eu te amo na poesia da simplicidade.
Aurélio Mendes
Verdades Melodramáticas
Quando não há inspiração
Canção
Coração
Quando a alegria
Magia
Sintonia perde-se em alguma parada
Repleta de mágoa
Quando a alma chora
Implora
Suporta nada mais que o fato do fardo insuportável
O amor
A dor
O labor nos faz lembrar quando deprimidos e esquecidos
Que o sofrimento precisa haver
Verdades melodramáticas revelam
É assim a incontestável arte de viver
Lorena Guimarães
compostura de poucos botões no figurino,
no fino do dedo e o fedor do dente canino
ingrata vida que se perde atordoada e intata.
Verdadeiros atores inserindo a interpretação plena
Contínua /Privatizadora /Depredadora vida.
Compostura de suspense e terror da tarde
Compostura de ditador na dilatação da noite.
Laranja é laranja e a casca se descasca
suco de laranja de graça nas calçadas nobres e brancas
suco exprimido de graça nas calçadas de poeira e de gente sem calças.
(Juan Castelo)
Compostura sinistra de esquerda - à - direita
compostura de poucos botões no figurino,
no fino do dedo e o fedor do dente canino
ingrata vida que se perde atordoada e intata.
Verdadeiros atores inserindo a interpretação plena
Contínua /Privatizadora /Depredadora vida.
Compostura de suspense e terror da tarde
Compostura de ditador na dilatação da noite.
Laranja é laranja e a casca se descasca
suco de laranja de graça nas calçadas nobres e brancas
suco exprimido de graça nas calçadas de poeira e de gente sem calças.
(Juan Castelo)
Quando não há inspiração
Canção
Coração
Quando a alegria
Magia
Sintonia perde-se em alguma parada
Repleta de mágoa
Quando a alma chora
Suporta nada mais que o fato do fardo insuportável
O amor
A dor
O labor nos faz lembrar quando deprimidos e esquecidos
Que o sofrimento precisa haver
As verdades melodramáticas revelam
Essa é a incontestável arte do viver
Lorena Guimarães
Sonhei, sonhei, como foi bom sonhar...
Acreditei, acreditei, e pude imaginar...
Que para se chegar a um grande sonho, é necessário passar, pela arte de sonhar e acreditar!
Tenho saudades....
Saudades de brincar,
Saudades de correr,
Saudades de dançar,
Que pena! o tempo não pode voltar,
Já estou envelhecido,
e como queria voltar....
Voltar aos tempos de sonhar,
E como criança ser feliz!
Que leve os meus sonhos a brisa leve
Para um canto seguro, onde haja encanto,
Onde não há de entrar o triste canto
E nem a fria neve a entrar se atreve...
Ah! se é que nesta vida tanto breve
Pode-se resguardá-los sob o manto
Da doce paz e do acalanto santo
Em um mundo em pranto e com o amor em greve...
Sim, é esta a verdade que me invade
A melancólica alma em soledade:
Ah! não quero vê-los morrer tristonhos!...
Não quero que se vão mui solitários
No vão dos falsos sentimentos vários,
Pois não há vida — nem nada — sem sonhos!
Renan Tempest
Quisera dizer-te tão-somente,
Sem abster-te da alegria ou não,
Que a alegria de ter-te inda sente
O meu tão plangente coração;
E também falar-te ternamente
Que em vão beijar-te é amar-te em vão,
E rente sonhar-te eternamente
É somente amar-te em solidão.
Mas não coubera a mim que a amargura
Da lembrança dura que perdura
Perdurasse co'essa agrura triste!
Não, eu não pensara que o passado
Tornar-se-ia um fado nodoado
E o amor o porquê que tu partiste!
Renan Tempest
Vem de novo como sempre
Sorrateira e impaciente
Entre papéis e palavras puras
Falar da angústia iminente
Não há mais o que temer
O segredo enfim foi revelado
A inspiração só vem à tona
Quando o coração é destroçado
Milhares foram escritos
A custa de muita dor
Mas os melhores poemas serem foram
Os que falam da dor que vem do amor.
Lorena Guimarães
Rosas vermelhas para
Fazer-lhe sorrir,
Fazer seus olhos brilharem,
Fazer a tristeza que lhe
Rodeia e assombra morrer
Com sintomas do seu
Próprio veneno,
Em sua cruz ou
Em sua solidão sem
Que sofra com seu tempo,
Força e
Garra para superá-la e
Supri-la com toda audácia
Que he fez sofrer
[...]
Seja pela fumaça e
Resquícios de fogo
Que fez-lhe sorrir enquanto
Que exalava em seu
Coração a ilusão e
Assim [...]
Seus sentimentos e
Emoções morriam [...]
Até o coração parar
De respirar o ar de
Amor que acalmava-lhe
Com instancias de uma
Paixão verdadeira e eterna
Que lhe fazia sonhar e
Fantasiar um amor perfeito.
Ha tanto tempo
Penso em ti,
Em como lhe fazer
Feliz,
Em como lhe guardar
Para sempre e
Não deixar quê
Nada de ruim lhe
Aconteça,
Em como ser seu
Protetor.
Seu anjo da
Guarda
E seu segurança.
Ha tanto tempo
Penso em ti
Conquistar,
Em ti reservar,
Em te propor
O maior amor,
Carinho,
Felicidade e
Tudo que uma
Bela esfera
Merece.
Ha tanto tempo
Penso em te dizer
Eu te amo
Tanto que meu coração não suporta
Vou confiar
Vou confiar,
Vou acreditar que
Podes,
Que aquele que és
Nosso pai esteja
Sempre comigo
E com você,
Para que eu tenha muita
Paciência com você,
Com seu coração
Fascinado por esse
Amor que envenena
Sua alma,
Vou confiar e te
Entregar na mão do
Nosso pai,
Que como eu,
Você e
Todos nós
Somos filhos de um
Só senhor que nós
Consagrou com
Sua beleza eterna
Dando as opções
De acertar ou
Errar e não abandonar
A nossa vivência e
O trabalho constante
Na transformação
Da alma,
Não basto só eu
Confiar em ti se
Você não se garante
Mantendo a sua
Auto-estima nas
Alturas.
Enquanto caminho pelas ruas
nubladas
pensando no fundo
das nuvens cobertas
e paro com a vida num fio
eu vivo o : Não!
No inverso do termo humano
Só nega
quem sonha consciente
só entende o contínuo da vida
quem supera
a verdade em movimento
quem contesta
um positivo inconsequente!
Bárbara Pinheiro
Nascem mil balões
com raros orgulhantes,
a cada disputa que me extermina,
cada busca no aperto inconstante.
Nasce o frio da minha luz
contra o mundo em larga escuridão.
Cresço ontem,
cresço agora
e cada espelho rua afora
desextende minha imensidão.
Bárbara Pinheiro
Giordana Bonifácio
A solidão faz mais fria à madrugada.
Corações vazios, tão cheios de saudade,
Clamam ao amor um tanto de piedade.
A noite chora a rosa macerada
Que, caída no chão, jaz abandonada.
E a brisa gélida às almas invade.
Doem-me as feridas, mas não é novidade.
Longe se ouve uma música magoada.
Ó vigília cruel, ó tormenta infinda,
Por que fazem do insone um ser tão triste?
Ó recordações, por que vagam a esmo?
Não percebem o quanto machuca ainda?
Não veem a mágoa que no peito existe?
As noites mudam, só, o penar é o mesmo.
**************************
Romance de Jardim
No brilho do olhar eu me calei
Sorriso temperado, lábios nus
O desejo atravessa a ilusão
Fugiu partindo meu coração
Sentidos e aromas eu notei
Era o doce perfume de jasmim
O êxtase transformou-se em solidão
Cultivo-te num romance de jardim
A saudade torna-se a esperança
Eu sinto você de flor em flor
Pra que um dia, seja num belo dia
Um passarinho traga a mim o seu amor.
Marcelo Moreira
(Salvador - BA)
*****************
Estação Divina
O ser despertou
Ligou o rádio interior
Sintonia com o infinito.
Marcelo Moreira
(Salvador - BA)
Pego um trem...
Chego a Katmandu.
Serei eterno?
Acho que não quero...
Só quero por um terno
quando for posar para uma 3x4
no lambe-lambe da praça.
lambida é bom e baba.
Baba, só é boa a de moça.
Moça...
São todas boas!
gostaria de voar...
Marcelo Fontes
Eu sei do Amor – o grande cachalote
Que aos plânctons segui para arpoar.
Acab eu era, rústico e velhote
Caçando Moby Dick pelo Mar.
A prótese de osso de baleia
Riscava impaciente no convés,
Lembrando que implantei a perna feia
Depois de meu romântico revés.
Enquanto no Pacífico recordo,
Meu grande baleeiro vos avista.
E grito forte: Amor a estibordo!!!
E a quilha treme – quebra-se tão fácil...
Envolto em dentes sinto a besta quista
Abrir-me a boca imensa de cetáceo!
Autor: Aquino de Souza
Certo dia a cor negra conversar com outras cores.
Conversar o quê? A cor negra chorou. Um rio branco de lágrimas se formou. A cor azul penalizada no rio mergulhou.Toda a água azulou. A cor negra maravilhada gritou:
- Já fui renegada. A dor da chibata magoou demais, com lamentos de dor meu povo gemeu derramou muito sangue.
Outras cores sensibilizadas no lago mergulharam.
Logo o rio se transformou em uma linda aquarela.
Sou negra que quer liberdade livre de preconceitos que ferem demais. Sou negra valente cor do grafite. Sou negra de axé!
***********************
AMARRAS
Onde o ferrolho da minha cela?
Onde os grilhões, as algemas?
Nas raízes dos meus medos,
no enredo dos pesadelos,
no rubor da timidez.
São ferragens virtuais.
O carcereiro? Sou eu.
Maria Cecilia Cosentino Franco
*********************
ESPERA
Para escalar o meu amor
levarás senha de fogo,
usarás capa de amianto.
Teus olhos e tua boca,
que a capa não cobrirá,
tem que estar em brasa.
Inferno? Fornalha? Não sou.
Alta pira de troncos,
muito tempo ao sol,
a estalar de secos.
Quando galgares o monte,
levando a senha de fogo,
hás de lavrar um incêndio
que nunca se apagará.
Maria Cecilia Cosentino Franco
As lembranças da família permanecem na poeira.
O ar dentro da casa jaz imóvel.
Os estilhaços das janelas vibram,
com o riso das crianças.
Os ecos das vozes ressoam por toda a casa...
As lembranças.
Ah! As lembranças...
Mas a casa está vazia.
Sim! Definitivamente vazia...
Como o tempo futuro que nunca virá.
O passado, o único presente...
(Flaviana Alves Leandro)
Vertentes de chuvas de amor
Regam o vale árido do coração
Como folhas de muitos orvalhos
Mares transtornados por saudades
Teu é o meu desespero de esperar
As vertigens de sementes loucas
Que fogem da lamina desse arado cruel
As feridas abertas de minha alma
Sou intimo guardião silencioso
Guardo as promessas das estações
Se o inverno derrama a neve de um olhar
Ainda aguardo o outono de teus sorrisos
(Clavio J> Jacinto)
Na Serra, serviam-se os sádicos...
Serravam-se ossos, tiravam dentes,
Estripavam à la Jacks do Regime.
Sem impressão e banguelas
As vítimas da carrascaria,
De segredos nus, até os ignorados,
Desciam as correntes de sangue...
Escafedidos nos rios maculados
Em sacos com medida de pedras,
Sem tripas não flutuam
Das ceifas sanguinárias
Mas levitam sempre as almas nobres
E os legados dos corpos heroicos
E das mentes libertárias. Amiranda
Ter
Pra crer
No ser
Que
Não vê
O invisível,
Não toca
O imaginável.
Viver
Pra não
Crer
No porquê
De não
Ser
Apenas
Ter!
Flávia Borges
Essa noite tive um sonho,
foi medonho,
de imensidão insana,
cobriu meus olhos,
da harmonia a escuridão,
os dois extremos,
a guerra declarada!
Eu senti,
Da mais linda luz
a mais completa destruição,
meu mundo,
simbolizado em arte,
Eu vi,
o lado escuro da lua!
Flávia Borges
Olhei para o palco de meu lugar
rosto querido lentamente procurei
rápidas, como um flash a piscar
imagens longínquas visionei:
daquele menino lindo,
daquele menino travesso,
daquele menino alegre,
daquele menino resoluto.
De meu lugar o palco revi
em seu som me concentrei
num foco de luz seu porte vi
dei um zoom e constatei:
um gigante na beleza,
um gigante na presença,
em gigante na destreza!
Roberth Fabris
Partilhar o pão
Partilhar o amor
Partilhar o perdão
Cristo na ceia
Cristo na mesa
Cristo na cruz
Amigos da vida
Amigos da colheita
Amigos do bom Jesus
Roberth Fabris
Eu vivo aqui
Eu vivo ali
Eu vivo nas águas de Santa
Eu vivo na estrada
Eu vivo nas pétalas das rosas
Eu vivo nas conchas em festa em alto mar
Eu vivo na tela que se pinta o belo mar
Eu vivo na aquarela em tons de azul celeste
Eu vivo na poesia que se encontra em Navegantes
Eu vivo nas águas
Eu vivo nos barcos
Eu vivo nos mares desta vida bela e aquática.
Vou prosseguir a caminhada
Eu não sei se queres vir ou queres ficar
Mas eu sim vou caminhar.
Os Seus passos vou seguir,
Até lá chegar, até chegar
À nova Jerusalém eu vou dançar;
Com os anjos vou cantar e vou bailar;
Vou-me alegrar nos lugares celestiais,
Não sei se queres vir ou queres ficar;
Mas eu sim, vou caminhar.
Já estou indo pela jornada
Pois há uma grande caminhada;
Montes e vales vou ter que atravessar;
Mas sei que com fé e persistência vou chegar.
Parei, ouvindo o sino, em frente à escadaria,
então me aproximei do altar vazio e triste.
Toco em cálices... bíblia... e o círio ardendo em riste,
onde um fingido ‘sim’, outrora, a igreja enchia.
Pelos vitrais a etérea hóstia, além, se ergue fria...
Nada mais da outra data agora em mim existe,
triunfa o vulto atroz das ilusões que assiste
ao órgão com a nupcial e antiga melodia.
Ajoelhado aos pés da santa, lá ao fundo,
nas orações, revelo o ansiar de um moribundo...
E quando os olhos abro, a visão prende e encanta:
no santuário, um quadro único de sintaxe,
baixando o pedestal, ela beijou-me a face...
Cabeça oca me ocorre!... E se não for a santa?...
Ao limpar o porão, a um canto abandonado,
certo objeto me atrai... Arcaico ferro a brasa,
onde repousa frio, autêntico, entravado,
na humildade mais digna e silente da casa.
Dúbia claridade enche a mesa no outro lado...
O mistério confunde e súbito extravasa:
o ferro vibra... e vai... volta... E novo, exumado,
retorna à antiga glória e de pronto me atrasa...
Imagino em redor histórias de amizade...
E o estalo da fagulha em veloz remoinho,
traz no brilho a ilusão de um grito de saudade...
A brasa acalma o fogo e embaraça a visão...
Sopro as cinzas e avivo um duende bonzinho
que espalha, às pressas, mil lembranças pelo chão...
Humanidade,
Em qual caminho há escolha de liberdade?
Há algum desvio ou travessia?
Em que trecho teu desejo seguia?
Humanidade,
Qual doutrina não dissemina a crueldade?
Com destreza, implantando a tristeza.
Por onde se esconde toda a beleza?
Unanimidade,
Teu sorriso tão preciso, que saudade!
Teu martírio, meu colírio tão distante.
Tão interno, meu eterno de um instante.
Unanimidade,
O carinho no caminho da amizade.
Que alegria teu olhar quando sorria.
Não sabia quanto amor em mim cabia!
Diego de Souza Santana
São José dos Campos SP
Visões crepusculares reflorescem meu ânimo algemado.
É tempo para curar, para unir-se ao bravo espetáculo sobrenatural.
Meu espírito anseia pelos remédios da noite, a um enfermo fadado.
Que produz nas profundezas extensas do útero da mãe natureza ancestral.
Esperando pelo presságio, o aparecimento da lua cheia.
Encantando forças primárias nos quatro elementos,
Com a intensão de unir micro e macrocosmo em cadeia.
Em uma busca em áreas difusas, através dos tempos.
Eu abro o atlas para esferas solitárias,
Mapas desenhados com sangue em pergaminhos arcaicos,
Como a lua que levanta-se para libertar minha alma sacrária.
Esguicho emoções apreciadas em mosaicos.
O eclipse lunar,
Eu posso sentir a eminência do meu espectro vazio,
Tanto quanto o abismo como o mar.
Corre em minhas veias o mais selvagem rio.
Um visitante no vácuo em campos cobertos de florestas.
Subindo a escada da sagacidade,
Tocado pelo beijo noturno do vasto céu estrelado, é o que resta.
O mais apaixonado romance entre o ocultismo e a humanidade.
Observando, obedecendo, obtendo o absoluto.
Deixando meu hospedeiro carnal.
Na caverna dos sonhos um mensageiro oculto,
Passando visões para o corpo em uma aurora boreal.
Uma criança esporádica em zonas oculares,
Obstinado a encontrar a chave.
Para revelar a alma da prisão de carne,
Flutuando em uma brisa suave.
Diego de Souza Santana
São José dos Campos SP
*****************************
MELANCÓLICA MADRUGADA
Abro a porta da sacada...
E o frescor da madrugada
Banha meu rosto...
Chuva fina caindo,
Cheiro de mato,
De grama molhada!
Contemplo o céu sem estrelas.
Manto escuro cobre a noite,
Saudade no fundo do peito,
Amarga, teima, alucina...
Melancólica madrugada!
Ao longe, claridade!
Novo dia...
HELOISA CROSIO
RIBEIRÁO PRETO
Setembro 2009
**************************
EM MIM
Em mim, encontras a paz,
O sol, a luz!
Em mim, encontras o desejo,
Tesão, a volúpia!
Sou vida, sou vento,
So momento,
Teu alento!
Sou loucura,
Devaneio!
Sou saudades!
Te aqueço, no abraço!
Te prendes em mim!
HELOISA CROSIO
Ribeirão Preto
Junho 2011
Novos rumos
Antigos mapas
Conversa certa
Na medida exata
Gota a gota
Enche-se a taça
E viva a descoberta
Do preenchimento lento
Porém constante
A mágica do sextante
Mede a não distância
Entre eu, você e o horizonte
Sil Crusco
Nem para você
E nem para mim
Chegamos agora ao fim
Que é o início do princípio
Do tudo fica como antes
Enquanto nada será mais igual
Se me ligar, eu atendo
Se me escrever, eu leio
Se me procurar, vai encontrar
E se jurar que me quer
Tudo começa outra vez
Sil Crusco
************************
PARTILHA
Luiz Otávio Oliani
a mão estendida
abençoa o trigo
à procura do ponto
ágeis dedos
manipulam a massa
do mundo
mas a vida só faz sentido
quando se reparte o pão
Josué Brito
Olho a imensidão do mar, tantas águas... tantos cheiros... tantas falas... presencio também os sons que vem das florestas grandes em sua imensidão. Sinto o ar que entra pelas minhas narinas que sopram em meu peito. O que se chama sopro de vida. Sinto peso do passar dos homens que vem e vão e
o quão importante é um segundo
da vida (efêmera), todavia nada...
Nada mesmo é tão impressionante
em minha vida...tão necessário para existência, como é aquele seu doce e aconchegante olhar.
Josué Brito
Perco-me na ilusão
dos teus olhos,
saboreando em mente
os teus lábios.
Pelos teus cabelos
acaricio teu rosto,
macio e singelo
tal como a neve do amanhecer.
Sinto em teu perfume
o disfarce do corpo
que rosa já é.
Sinto na tua proximidade
a tentação que me faz
mais teu amor querer.
"No tempo de passar o tempo
Passa o tempo, o tempo passa
Quando o tempo era criança
Que saudade desse tempo".
forma de vasilha
vazia e sem sentir
da fonte se enche
d’água fresca
cristalina,
sacia
Ilda Pinto
Teces tua teia
Enredas tua rede
Tecelão da tua fome
Torce os fios
Nos teares do teu ventre
Paranhos são tuas toalhas de mesa
(Rubens Menezes Rau)
Habito um corpo
Que tem no copo um hábito
Acabo na boca
Alocando um hálito
É meu mau hábito
Que me dá mau hálito
(Rubens Menezes Rau)
**************************
Partida
O amor perdeu a doçura
Fui tomada por tua censura
Insegura
Aos poucos notei o engano
Vi o lado mundano
Insano
Sofri e menti pra mim mesma
Insisti na incerteza
Fraqueza
Não encontrei razão no caminho
Deixei o meu ninho
Sozinho
Minha mente clama liberdade
Não é mais covarde
É tarde
E um dia um perfume senti
Uma porta eu abri
E parti
Cristiane Biazzin
Pelas artérias da metrópole...
Pedais soltos
Entre rodas de totens
Refrescam psiques
Suadas de prazer
Até o escuso para-choque...
Frágeis ciclos de rua
Postam pálidas mortes
Misturadas ao vento:
Almas livres da roca jazida,
Cheiro de asfalto,
Óleo e sangue
Na catraca da vida.
André Miranda
Passos cegos
Caminho sem cor
Trilhas tortuosas
Coração sem amor
Olhos abertos
Mas não despertos
Mundo desconhecido
Sentimento esquecido
Do caos da vida, como acordar?
Sonho confuso pra se despertar
É só amar, amar
Clarisse Souza
Quero ser o teu primeiro pensamento
a cada manhã
Quero ser o primeiro nome velejante ;
rosto vicejante no tráfego imenso
dessa tua alma-irmã
Teu céu pede surpresa -
amarelo intenso
cortado no azul
monocromático do tudo;
Inverso de lâmpada-sol
No marinho da tua pele noite
Quero vermelho magma, quente
nesses teus rios canalizados
a correr entranha´baixo e
Coração adentro
No teu corpo eu quero ser,
com a força de um grito
E deixar na tua alma o
eco de um silêncio, vácuo.
Andressa Barichello
BOCA
É minha a tua risada,
É teu o meu sorriso
e não há nada mais certo
e preciso:
Foi você quem leu a
rima desse verso; o
aviso imerso na palavra nenhuma
desses meus dentes!
Coração assuma
a verdade dos nossos repentes
se é sempre tão pura
a gargalhada de um novo amor
Essa alegria cheia de pudor
que despida sobre a cama
dorme entre nós
e acorda toda manhã
um bom dia.
********************
Conflito
Teima em destruir
Surge do nada
E do nada
Se vai
Marcelo Ignácio
********************
Marcelo Ignácio
Horas
Escravizam
Os movimentos
Rapidos
Lentos
Minutos
Segundos
Tudo na sua hora
Vou embora
Já está na hora
De retornar a vida
Sem um corpo
Apenas alma
Joan Saulo
Sou imarcescível, até quando não
Protagonizo minha noite horrível,
Onde verei que Deus não passa de Silêncio,
Que as suas próprias leis também profana.
Com a malícia d' uma serpente, gargalha
Diante da desgraça de um Crente e atinge
O orgasmo ao ver os corpos que sangram.
Todavia, não hei de ficar triste.
Colocarei o meu corpo em riste
Para extinguir, em mim, o espaço
Do ser que manda.
Só vence quem persiste. Então,
Se existe um Cristo que se mostra
Fogo para cada Triste, bem sei
Que posso ser Chama.
Já não são blasfêmias o que da
Minha boca emana. Mas palavras
Desavisadas de tudo. Produto de
Alguém tanto surdo, quanto mudo,
E que cansou de estar preso a teia da Aranha.
Joan Saulo
Ainda bem que assim como o barro tudo pode ser moldado.
Pois, se do contrário fosse, teria que usar a bruta força do amasso.
Seja por vias telecinéticas, que em tudo muito faço,
Seja seguindo a crista da onda, encoberta pelo embaraço;
Ou, fechando os olhos para os “trezes” e protegendo-me em um estranho quarto.
A vida - life molda tudo o quanto nesse micro espaço pode ser moldado...
Eu desses tantos quantos me retiro, pois pouco penso e muito faço:
Pelo lado do avesso, pelo lado do olho, pelo lado do tato.
Estou além do lado do corpo. À beira da janela do Todo,
Assistindo a implosão do espaço que não há: Enquanto eu for Espaço.
Tulio Rodrigues
Manter-te preso e não ser condenado,
sequestrar o teu corpo em sã loucura,
amar-te em dia claro, em noite escura,
fazer do amor um cárcere privado!
Manter-te presa em mim é minha jura,
sequestrar o teu beijo tão molhado,
amar-te em dia quente ou mais nublado,
perpetuar em mim toda esta mistura!
Quero a condenação por meu defeito
de amar-te tão sedento e amiúde,
de amar-te tanto assim como um insano!
Permaneceste triste no meu leito
e condenado por minha virtude,
morri de solidão a mais de um ano!
Nossos vestígios
Tulio Rodrigues
A cidade submersa, amores vãos,
estranha pressa, exploração de amores
não realizados, vírgulas em flores
não plantadas, o Rio, você, desvãos...
Explorei o seu corpo, alma, suas dores...
Vi antigos vestígios em suas mãos,
tais fragmentos de cartas, poemas, grãos
de histórias felizes, dissabores...
Passaram os momentos mais distantes,
passamos por milênios de abstinências
e só acordamos quando os assovios
ecoaram, e nós fomos dois amantes
sem pontos finais, traços, reticências,
a deixar por aí nossos vestígios!
Vem de novo como sempre
Sorrateira e impaciente
Entre papéis e palavras puras
Falar da angústia iminente
Não há mais o que temer
O segredo enfim foi revelado
A inspiração só vem à tona
Quando o coração é destroçado
Milhares foram escritos
A custa de muita dor
Mas os melhores poemas serem foram
Os que falam do sofrer que vem do amor.
Explode em meu peito
A vontade de falar
Poesia é o único texto
Que veio a calhar
Posso falar com o coração
Utilizar a razão
Sensibilizar todos ao redor
E sangrar de emoção
Poesia é vida adentro
É levantar fantasmas
Dos baús dos tormentos
Mofo guardado nas lembranças
Traças corroendo o papel amarelado
Poesia é comer um dobrado.
Fabiani Taylor
Explode em meu peito
A vontade de falar
Poesia é o único texto
Que veio a calhar
Posso falar com o coração
Utilizar a razão
Sensibilizar todos ao redor
E sangrar de emoção
Poesia é vida adentro
É levantar fantasmas
Dos baús dos tormentos
Mofo guardado nas lembranças
Traças corroendo o papel amarelado
Poesia é comer um dobrado.
Fabiani Taylor
de tão rotineiro que é
algumas vezes
as manhãs passam despercebidas
ou se esquece que todo dia
a gente também amanhece,
girando em torno do sol
como os corpos celestes.
acontece que qualquer dia destes
independente do céu
as cores do arco-íris
irão rebentar de dentro da gente.
MATHEUS JOSÉ
Outro dia fui ver
O riacho do fim da minha rua.
Sentei-me à sua margem
E observei uma folha
que se desfolhava
E caía...
Imitando uma bailarina
Nos teatros do vento.
E foi conhecer outros mundos
Nos braços do rio...
******************
DA LUVA PARA O SAPATO
A alegria dá prazer
Onde o corpo sobrevive no desejo
O coração de um homem
É como um floco de neve
Não derrete, vai derretendo!
Não sonha, vai sonhando!
Como o ar cruza os ventos. As marés os mares...
Como o som que vem da rocha
E a rocha do pó do infinito. Numa melodia
que quebra o silêncio, onde:
A água jorra da fonte, e,
A águia sobrevoa os céus
Desenhando na penha um quadro
Inóspito no deserto, onde nasce a flor que és tu.
TIMÓTEO PERNAS
******************
És tu...
Numa multidão de espíritos
Onde náufrago meu corpo nu,
Na sede que sacia tua fonte
E defrauda o âmago
Que dos céus faz cair a luz,
Cor de sangue que me dá vida
Como uma pomba branca, que anuncia:
A montanha da Liberdade!
E faz brilhar o anjo que és tu...
Encontrado num olhar de desejo.
Autor: Timóteo Pernas
Como sinto falta do seu espetáculo!
Ah! Que saudade da infância
Em que tudo era teatro,
Que saudade dos risos e aplausos.
Ah! Que saudade da meu teatro!
Hoje eu só fujo de mim, de ti,
Com os momentos que estão passando
Com as dores que não estão doendo,
Com a verdade deixada no palco,
Com as cortinas que já não se abrem.
Ah! Que saudade do meu teatro!
— Anderson Abade.
De voz suave como a primavera.
Moça que ao cantar
Faz as orquídeas desabrocharem.
Moça que transmite a face do Criador
Impelindo-me ao crescimento.
Moça, confesso que ao lhe ver
Perco a tal da eloquência.
Moça que arranca o inverno
De um solitário coração
Moça, ofereço-lhe:
— a primeira e a enésima dança;
Anseio a oportunidade de dizer-lhe isso.”
—Moça, Anderson Abade.
Acordo e vejo que enxergo bem.
Bem, bom mesmo é te ver no horizonte.
Na vertical.
Por todos os lados.
Por todos os lados existe um lado de mim que é melhor deixar de lado.
Era.
Pois não deixei.
Dei-te todos meus lados, meu teto e meu chão.
Meu piso.
Minhas janelas.
Deite sobre todo o ser que há em mim.
Pise sobre mim, ande e desfile sobre o que enxerga de mim.
Contanto que não me deixes de lado,
mas sim, ao teu lado.
- João Victor Martins Ruyz
Quando tempo turvo
Até me dobro,
Até me curvo,
Mas não nego,
Não me entrego,
Não quebro,
Requebro!
Sou terrível,
Sou flex,
Sou flexível.
(geraldo trombin)
Apreciais a beleza dos lírios;
Acompanhais a fidúcia dos círios;
Pingais na irritada visão colírios;
Agradeceis a luz dos lampírios;
Aprendeis com a via-crúcis, os martírios;
Sonhais aos montes, aos delírios.
(geraldo trombin)
Quando é chegada a hora
da definitiva partida,
não há ódios,
não há pódios...
Só há despedidas.
(Edweine Loureiro
Saitama – Japão)
Desço o teu peito
Como se descesse uma escada
Com todo o respeito
A tua alma deve ser violada
(Autor: Dany Wambire)
-----------------------------------
Destapando o lindo véu
Essa vil humanidade
Vê no seu espelho, o céu
A sua mediocridade
(Autor: Dany Wambire)
Até onde eu sei, ninguém mais sabe
Senão no além da minha capacidade
E mesmo no resume da minha divindade
Que graça ao meu saber que não te cabe
Acreditar em mim quanto devia acreditar
Ouvir-me quando devia me ouvir seriamente
Mas ousaste em abandonar tão estupidamente
No momento de dor e aflição que me afogava no ar
Era tão leve o meu corpo naquele naufrágio do Índico
Socorros não ouvidos me saíam como música nas ondas
Os tubarões se espantavam ao meu profundo eco
Quando de verdades eu gritava a morte dos meus pais
Mas lhes avisei, que as nossas consciências estavam presas
Ao tempo do colonialismo que ainda não acabou no meu País.
Sanjo Muchanga
Um pobre resultado de um mero acidente
- Um animal pouco evoluído.
O orgulho de ser pó respirante...
Talvez, deste mesmo concebido.
O arqueado posicionamento dos cromossomos,
Com o batimento apótomo do coração,
Que finda, com uma última expiração...
Antes de saber quem realmente somos.
Inúmeras questões, nulos esclarecimentos,
Alguns cálculos, algumas prosas,
Algumas árvores, algumas rosas,
E a pele segue seu lindo esbatimento.
Vida, breve vida...
Tão breve quanto esse verso.
- Sérgio Schiapim
Um pobre resultado de um mero acidente
- Um animal pouco evoluído.
O orgulho de ser pó respirante...
Talvez, deste mesmo concebido.
O arqueado posicionamento dos cromossomos,
Com o batimento apótomo do coração,
Que finda, com uma última expiração...
Antes de saber quem realmente somos.
Inúmeras questões, nulos esclarecimentos,
Alguns cálculos, algumas prosas,
Algumas árvores, algumas rosas,
E a pele segue seu lindo esbatimento.
Vida, breve vida...
Tão breve quanto esse verso.
- Sérgio Schiapim
Infinitos cantos magnânimos,
Agregados à frequência senoidal...
Acumulada explosão vocal
Da extensão do que somos!
Onda carregada de informação...
Frases lindas transmitidas,
No calor da nota sentida,
No frio de cada recordação.
Trazendo atenção e encanto,
Nos sucessivos segundos.
Aliviando o antes impossível.
Sentir arrepios de espanto,
Habilidade de calar outros mundos...
Linda invisibilidade audível!
- Sérgio Schiapim
O esquecimento.
Whisky.
Cimento.
Sidney Summers
Não era pra ser assim,
Não confunda as coisas.
Ela responde.
Sidney Summers
Se diminuo o teu nome na verdade o aumento,
pois assim ele se destaca.
sei que não é assim que se encontra no documento,
mas é assim que ele deixa na poesia sua marca.
e o poeta de criatividade fraca
repete-o por falta de talento,
porém transforma a poesia outrora opaca
quando altera a tua certidão de nascimento.
então perpetua o tal sufixo
neste soneto. Que encaixe!
nunca vi outro mais significativo!
um codinome no qual fique fixo
todo o carinho que no mundo se ache
e caber dentro de um nome no diminutivo.
Para que nenhuma outra de ti as afane,
Essas outras poesias são tão ávidas pelos teus bens
Porque o valor delas ainda é inane.
Cinge teus versos com o amor que te tenho
Para pugnar a famosa inveja,
Expulsa-a na mesma velocidade que a ti venho
E na mesma intensidade que minha alma te deseja.
És, de todas as poesias, a mais preciosa,
És perfeita na escrita que é doce e na forma plana
E por te destacares assim grandiosa
É que prefiro-te e escolho-te, Poesia Parnasiana.
surgiu luminescente
envolvendo espaços
habitados pela saudade
(fiz-me lua
grávida de nós)
sem morada definida
hospedou-se nas janelas
dos sonhos esquecidos
(fiz-me música
recheada de bemóis)
contra ventos de aridez
engravidou a vida
com sementes de poesia
(fiz-me jardim
ousando girassóis)
doença
de um mundo
onde alguns
quebram regras
outros
quebram pedras
(e engolem
o inadmissível)
A Cecília Meireles.
Existia um vazio
Dentro dele nada
E, no nada, passava um rio
E, no rio, uma canoa
E, na canoa, uma peixada
E, sobre ela, uma pessoa
Entre o nada e o vazio
Uma ilusão imaginada.
Rômulo Reis.
A palavra como documento
Imortalizada através dos anos
Passando como páginas ao vento
Retrata nossos enganos
Pensadores descrevendo o sofrimento
O legado de homens insanos
Resiste ao tempo no movimento
A existência de versos soberanos
É minha paixão, admito.
A satisfação completa
Mesmo quando estou aflito
Através da linha reta
Um sentimento escrito
É alma do poeta.
Rômulo Reis.
Ela abriu o livro.
Ele lia o jornal do dia.
O mesmo trem,
Mesmo destino.
Lado a lado.
Livro e jornal.
O trem em movimento.
Livro aberto,
Sem destino.
Cinema na neblina
Rotas alteradas,
Mundo aberto
Destino:
Olhos fechados.
Jornal rasgado.
Vitor Marcelo Perrella Longo
Infante tardio, sentadinho no horizonte,
Em melodia com o destino,
Traz no avesso da sintonia,
As vozes caídas do azul da tarde.
Com sua batuta tange as cores púrpuras e
No auge de seu concerto,
A noite aplaude e o brilho bordado
Dos cristais de seu manto, assistem
Ao final glorioso do sol deposto pela
Diva noturna , artista tardia,
Que com seu holofote rouba a cena e
Deixa o pequeno maestro na coxia de
Sua eterna sina: discreto condutor...
Mal sabe ele, que com sua magia ,
Comanda a melodia que rege o Universo.
Angelo Colesel
Beijo
beijaço
briga.
Pura
garoinha de
verão.
'Queria''
Divindades da literatura
Por onde andei so ouvi inspiracao
Poesia enloquente,ardilosa de combate
Contos de revolta,odio e dor
Ensaios de critica bruta e pura
O povo chora,eu quero ouvir
A gente clama,eu quero entender
Minha gente,chora eu quero sentir
Eu quero tambem poder escrever essa dor
Levem me aos ceus da imaginacao
A oficina da magia de papel e caneta
Dem me tambem a fonte
para que possa transceder a prosa dos 4cantos do mundo
Que queres em troca?
Oferto te meu hemisferio esquerdo,minha gramatica,meu tempo
Materialize em mim o poder da escrita.
genética
De geração para geração
Donde se originam as espécies?
Como se transmitem as caracteristicas?
Desde a pré-história tens sido o alelo
para encontrar respostas para estas perguntas
E te pareas com a bioquímica e matemática até mesmo com física
E vais te expressando nas mais diferentes áreas do saber científico
Seja clássica, molecular, populacional,
Quantitativa,ecologica e Clínica
A Ciência dos genes, da hereditariedade
És o DNA que move este grande eucarionte que são as ciências biológicas
Amada, mal sabes tu de minha dor
Quão limitado sinto o coração
Derreado assim, sofrendo por amor
Sempre longe estendo-lhe a mão
Em orvalhada chuva de alvor
Toca-me braços fictícios de ilusão
Vácuo acetoso ao meu dissabor
Que me abraça na escuridão
De um vazio, sem nenhum calor
Poetisa Cléo Alves
Orlândia - SP
Está em mim tal amor peralta
É coluna das artes que emana
Tal qual fosse coisa insana
Em minh'alma pula e salta
Está em mim tal qual as cores
Como a brisa do amanhecer
Que desperta deitada nas flores
Em minh'alma se faz florescer
Está em mim tal qual tarde saudosa
Cujo sol se vai esconder
Está em mim tal qual noite chorosa
Que tão triste se põe a chover
Está em mim esse imenso querer
Nesta fala poética e amorosa
AUTORA: Poetisa Cléo Alves
Orlândia - SP
Houve entre nós um nó bem atado
quando o universo se vestia
nu e todo o seu tudo cabia
no solo do nosso leito molhado
na sudorese de corpos soldados,
ferro e fogo, beijos e mordidas,
mil onomatopéias e sopapos
─ duas rubras carnes intumescidas.
Houve entre nós um veloz estado
de entrega, tenso, descontrolado,
que no futuro ultrapassaria
os limites, as almas, as medidas...
Houve entre nós um tempero novo:
o ar de um era o ar do outro.
TEMPOS
Virá um tempo
do fim dos fins
feito este vento
a ventar em mim.
Virá um tempo
do entendimento
natural e nascido
na força do infinito.
Virá um tempo
do discernimento
de amor costurado
na tesoura do pecado.
Virá um tempo
do doar intenso
de amor, de asas e deste exercício
de se pular no seu próprio precipício.
H2SO4
É perfume, é maquiagem
Só um pouquinho já basta
Só um pouquinho já convém
H2SO4
Pra gente ficar bem
Eu vou ficar feliz
E você vai também
Se o Brasil golear, olê, olê, olá!
Mas lembre que seu filho criançola
Está aprendendo bem a decorar,
E que seu salário é quase uma esmola.
Se o Brasil ganhar, nós vamos gritar,
Mas não se esqueça que quem chuta a bola
Poderia estudar o DNA,
Se tivesse feito uma boa escola.
Pela seleção nós vamos torcer,
Mas da torcida de julho, não esqueça;
Nem daqueles milhões desviados.
Não deixe sua vista escurecer
Quando Fred fizer um gol de cabeça.
Somos loucos, não somos desvairados.
Ah! perguntas se eu chorei?
Oh! que pergunta cruel!
"A minha taça vazia
se enche de amargo fel!"
Quem não chorou pelo amor
que um dia o viu perdido,
… qual ave de asa quebrada
que encontra o ninho caído!
Ah! perguntas se eu choro?
Choro qual harpa quebrada
que sem ter inspiração
sola notas destoadas!
Marta Rosa
11 de abril de 2014
***************************
Paraty
Chegada em Paraty,
sua herança escravocrata
pairava no ar.
Pisei no chão,
nas mesmas pedras
juntadas pelos escravos
há 300 anos.
Seu casario é lindo,
e o litoral deslumbrante
Mas aquele passado
fala mais alto.
Rodrigo Lychowski, 11 de abril de 2014
********************
Bom Ver-te Cara "Mia"
Me alegro cara minha de ver-te tão de perto...
E mesmo banhados em solidão...
Teus olhos são dois faróis apontando o que há de mais belo...
Ouvi todos os teus amiúdes lamentos
Sorvi toda tua ansiedade...
E na intensidade de teu sonho de captura
Experimentei de mim mesmo a saudade...
Observando-te neste nosso arrulho
Vir-te a mesma moça fenecida...
Vir-te ainda doente pelo sarro de minha vida...
Não irei alvitrar o sensato aos teus ouvidos...
Tua mão estendeu-se...
Atendo teu pedido... Mais um ato de ilusão...
E se depois deste ensejo... Caso diga que não fico...
Seguiríamos felizes, tendo um do outro o coração?
Luana Thoreserc
****************************
Planeta Terra
Planeta que me recebe em teu seio
Majestoso chão guardando meus passos
Meu presente, meu futuro, meu passado...
Planeta de meus sonhos e de meus medos
Cada pedra, cada gota liquida...
Em cada partícula um segredo!
Diante tua grandiosa complexidade
Sinto que existir na guarda de tua atmosfera
é importante oportunidade!
Arrogantes seres somos nós
maculamos teu solo com fronteiras
deformamos tua natureza...
Perdão amada Mãe, frondosa em vida
Perdão é o que te rogo em minha poesia
Por tanta podridão e dor...Perdoe nosso desamor!
Luana Thoreserc
**************************
Meu ébano
Hoje o dia começou diferente
Senti a brisa sem meu rosto vindo com o tempo.
A esperança, o apego.
Onde está meu jovem príncipe?
Jovem ébano que me faz sucumbir em pensamentos?
Aonde esta meu futuro amante, se não vem com a brisa fria e calculada,
que me arrepia em desatinos e promessas?
Meu jovem príncipe, jogado por esse destino
Preso por caminho que de inicio não se cruzaram com o meu.
Ébano meu, olhos tão negros quanto o meu,
Encontre-me todas as noites em sonhos
e tira de mim a realidade que todos os dias corta meu coração ao meio.
Leidyanne Andrade
Para Iranaya Sena
Nem as cores do arco-íris,
nem o mar se preciso...
Nada mesmo se compara,
à beleza do teu sorriso!
Nem a brisa num fim de tarde,
nem a mais linda coisa que viso!
Nada... Mas nada se compara,
à beleza do teu sorriso!
Nem as cores da primavera,
nem as flores como aviso...
Nada disso se compara,
à beleza do teu sorriso!
Miguel de Souza
O véu negro da
noite anuncia o silêncio
na cidadezinha.
Chamuscar de sol:
a labareda esquenta a
tarde tropical.
Uma folha brinca
de ser barquinho na poça
d'água da chuva.
Uma folha tonta
aterrissa na calçada:
lembrança de outono.
Galho treme após
o voo do silente pássaro
-momento sublime!-
Miguel de Souza
Lá estava ele
O último romântico
Fantasiando sobre sua amada
Nos sonhos vibrando
Porque tinha conseguido
Falar com ela
Algum tempo atrás.
Mas pra seu azar
Era também o último na defesa
Fez falta no atacante
E foi expulso
Expulso também de seus sonhos
Porque foi para o vestiário
E não pode ver mais sua amada
A bandeirinha.
Por Filipe Saboya
Lá estava João
Afastado do grupo
Triste, sozinho.
Tinha sido rejeitado
Como um protótipo de papel higiênico
Que não passa no teste de qualidade.
Mas naquele momento
João se sentia pior
Do que um papel higiênico defeituoso,
Pois usar uma gravata
De uma cor diferente dos outros
É imperdoável!
(Rafaella Bomfim)
A vida baila, trapaceia e nos enlaça
faz-no machucar a flor mais bela, que vida ingrata!
A rosa singela não merece tal desgraça
Mas assim é que sou, assim que sinto
Nada posso fazer se o meu sentir lhe mata
Difícil mudar meu íntere confuso e sucinto...
...mesmo eu sendo o cara que lhe cravou no peito um espinho.
Deixe-me aqui andando em busca do meu sol,
Do que adianta sair por aí,
Se quando a noite chegar,
Todos estarão lá,
Pensando...
Nos seus desejos egoístas
E nos seus medos mais profundos.
O espelho refletindo,
Os vazios mais intensos,
Desse mundo frio,
Onde no fundo estamos (quase) sozinhos.
Procure o amanhã,
Encontre o horizonte,
Se perca e não fique aflito,
As nuvens irão flutuar,
E no fim te salvar.
Pois não existe o sim,
Muito menos o não,
O que você é?
O que eu sou?
O que nós somos?
Em mundo como esse onde mais nada vem do coração.
A todos eu peço perdão,
E também compreensão,
Mas quando o fim chegar,
O começo renascerá.
Ingrid Santos.
(Por: Gian Lucas Ramalho Bonetti)
Sempre fui um assunto muito polêmico,
Sou o mais obscuro filho do homem
Cavalgo pela a terra, sou o mal eufêmico
Causando dores que não somem.
Faço os homens perderem o controle,
Sou a bala que penetra e o faço sangrar
Sou o vento que o faz arrepiar,
Meu nome é medo, e eu irei aterrorizar
Ar, respire fundo e encare a morte
A culpa foi da expansão, religião ou da opressão?
Para mim seu sofrimento é minha diversão
Na guerra, as pessoas morrem sem razão.
********************
CARDÁPIO POÉTICO
Aprecio poemas
Que expliquem bem
As receitas de pratos novos,
Que façam barulhos de pratos,
Copos, talheres,
Que exalem cheiro de fumaça...
Poemas com temperos saborosos
Que superem as expectativas
Dos seus apreciadores e degustadores
Depois de serem preparados
E aquecidos em uma panela regada
Por um vinho puro
Curtido pelo tempo...
Aprecio poemas
Que são escritos todos os dias
Sem nunca chegarem ao fim!
Jean Carlos Gomes
***************
FAZENDO POEMAS
Fazendo-os na beira do fogão,
Em média temperatura,
No óleo morno...
Misturando-os ao tempero torradinho,
Refogando-os com o arroz
Dentro da panela de ferro
Que resiste ao tempo...
Sempre os fazendo sem nunca
Terminá-los por completo!
Jean Carlos Gomes Volta Redonda - RJ
Uma flor emurchecida
no meu livro… encontrei.
Foi depois da despedida
da pessoa que eu amei…
Marta Rosa,
13 de abril de 2014
Amor…, meu bem! Eu sei que 'stás distante
E que deixaste a mim —a tua amante…—
Deixaste um coração desenganado,
Que vive sempre triste, sem cuidado…
Busco-te, passo a passo, a cada instante,
A cada instante, amor, a cada instante,
No passo delirante e magoado,
Envolta em lembranças do passado…
O pranto no meu peito, vai brotando…
E no meio das lágrimas que choro,
"Vou a minha saudade alimentando".
E pra acalmar o pranto, que é sonoro
Preciso ouvir de ti que 'stás voltando
E que serás de novo o bem que adoro!
Marta Rosa,
13 de abril de 2014
Algum dia, há muitos anos atrás eu te vi.
Você era diferente do que é hoje
Você trabalhava, lembra?
Tinha um carro azul e muitas ferramentas.
Algum dia há muito tempo você era ativo
Não dependia de ninguém para nada e dizia que nunca ia depender
Mas hoje?
Hoje depende
Hoje você mudou.
É tão ruím ver você assim
Sinto falta do que você era antes.
Vê-lo assim hoje, me faz lembrar o que um dia você foi.
Camille Siray
Mestre
Dai-me um pouco de teu talento,
Dai-me um pouco de teus versos,um pouco de tua sabedoria.
Mestre. Ensainai-me a escrever
Ensinai-me a ver poesia
Dai-me coragem pros dias mestre.
Ajudai-me a viver novamente mestre. Ajudai-me.
Ar e argúcia =
Archote:
- arder...
Arciforme = arco, aliança
Alicerce.
Alnaldo + Artemis
Arnês- arma
=
A(R) MOR (TE)
Transforme meu transtorno em um retorno
de minha alma
numa estrada certa.
Restitua meu rosto - por poeira representado
e de olhar triste -,
permitindo-me sorrir.
Reestabeleça em mim teu respirar
e conte até três.
Se necessário, o faça mais que uma vez.
Tente lembrar-se da reza toda,
não de todas.
Somente uma ou outra.
Um salmo dois palmos abaixo da terra.
A fé mórbida adentrando a cratera, daquilo que outrora,
esperançosamente, tentávamos ser.
(João Victor Martins Ruyz)
Todos os dias
em seu uniforme laranja
ele varria as ruas
onde elas, desdenhosas, passeavam.
Ele nunca planejou varrer ruas
nem mesmo pediu pra nascer
isso simplesmente aconteceu
como alguém segue um caminho errado
sem saber por quê.
Todos os dias
os saltos altos delas delas passeavam
pelas ruas que ele varria.
Flávio Antunes Soares
Minha garrafa de vodca está no fim
só me resta mais um gole.
Lá longe um cachorro late
ferindo o silêncio madrigal
como se o mundo fosse acabar.
Minha garrafa de vodca está no fim...
Flávio Antunes Soares
No futebol com o gol,
Na biblioteca com a leitura,
No sarau com a arte,
Nas ruas com a cultura
Vem com maestria,
trazendo a poesia,
As mentes anestesia
Esse sentimento,
transborda nesses momentos,
não tem explicação,
seu nome é EMOÇÃO!
No futebol com o gol,
na biblioteca com a leitura,
no sarau com a arte,
nas ruas com a cultura
Vem com maestria
trazendo a poesia
as mentes anestesia
Esse sentimentos
transborda nesses momentos
não tem explicação
seu nome é EMOÇÃO!
Rangel Souza
Nasce o dia além da vidraça embaçada, ventos cortantes agitam a copa das árvores e perpassam o coração, alertando de que já é inverno. Um alvo lençol de geada cobre campos adormecidos de sonhos, acariciados de leve pelo sol. Espirais de fumaça misturam-se ao hálito da aurora e espalham aromas de pão e café, os quais escalam lentamente o céu, desprezando a ação dos ventos.
Talvez nossos sonhos sejam assim, flores-de-vento espargindo pedaços na imensidão, vencendo o rigor do inverno e hibernando em imensas nuvens de esperança.
E, após as chuvas, o sonho seja semente forte brotando nos campos da primavera.
Helena da Rosa
***********************
Seus olhos
Eu poderia perder todas as poesias
para permanecer em teus olhos.
Minhas voz se perde ao te contemplar.
Enquanto lagrimas saem dos meus olhos
Eu poderia te amar a noite toda
só observando os teus olhos.
(Leidyanne Andrade)
MATHEUS MINEIRO -
POET
Vulcão expele 5 milhões de pétalas
mas borrifo de gás metano e lava fica por conta dos corações e dos neurônios;
músculos e sentimentos constritores
enroscando do peito à cabeça
como uma píton de metros e metros.
deixar as pessoas tontas e distraídas
para assim sugar da sua corrente sanguina
toda tenacidade,
mas a motivação vem pra desentupir veias,arrebentar varizes;
colocar o ossos da coluna no lugar
ser 15 elefantas africanas no cio dentro de um pequeno pote,que é o mundo.
mesmo sobre um col-chão de clarofilito
cada braço da rua,
calçadas,me benzem.
sonho com um olho e fico atento usando o outro.
repito a mesma posição
pélvica e transversal
em que me encontrava
dentro da bolsa fetal
de minha mãe.
no entanto sinto torcicolo,
inflação, imposições,regras
chumbo no pescoço de qualquer um.
repúdio aos horizontes estancados dentro de um monóculo.
A Magia da Poseia
A magia da poesia é entrar na vida as vezes vazia
Conceber de momento e livrar do lamento
Encher de versos aproximar mentes
Acordar um coração dormente
Instantes interminaveis de amor
Em verso prosa e louvor
Musas imperiosas lindas e ardentes
Despertam incansavelmente
Pra meus versos ouvir um clamor
De esperança de afeto de amor
Pra quem tem paixões esquecidas
Palavras tão bonitas
Nunca findam, emergem
Um tom desvairado vem se unir
Pra quem estás desesperado um elixir
Amasso
Vivi cercado de pessoas hoje me sinto sozinho
Queria estar ao seu lado sentir seu carinho
Tem pessoas que me amam.
Adorariam viver perto de mim.
Mas quem eu amo está tão longe.
Eu me sinto vazio.
É por voce que sinto ternura a cada amanhecer
Emerge um afeto dentro de mim quero vocve aqui
Pra te tocar, sentir sua pele macia.
Seu perfume invadindo o ambiente.
Abraçar seu corpo gostoso.
Sensual e atraente.
Te pegar no colo voar pelo espaço
E nunca voltar.
Sem sentir teu amasso.
¨*****************
Jose Mansi Junior
Amasso
Vivi cercado de pessoas hoje me sinto sozinho
Queria estar ao seu lado sentir seu carinho
Tem pessoas que me amam.
Adorariam viver perto de mim.
Mas quem eu amo está tão longe.
Eu me sinto vazio.
É por voce que sinto ternura a cada amanhecer
Emerge um afeto dentro de mim quero voce aqui
Pra te tocar, sentir sua pele macia.
Seu perfume invadindo o ambiente.
Abraçar seu corpo gostoso.
Sensual e atraente.
Te pegar no colo voar pelo espaço
E nunca voltar.
Sem sentir teu amasso.
**********************
Jose Mansi Junior
A Magia da Poesia
A magia da poesia é entrar na vida as vezes vazia
Conceber de momento e livrar do lamento
Encher de versos aproximar mentes
Acordar um coração dormente
Instantes interminaveis de amor
Em verso prosa e louvor
Musas imperiosas lindas e ardentes
Despertam incansavelmente
Pra meus versos ouvir um clamor
De esperança de afeto de amor
Pra quem tem paixões esquecidas
Palavras tão bonitas
Nunca findam, emergem
Um tom desvairado vem se unir
Pra quem estás desesperado um elixir
Às vezes de tanta fome
A própria fome se come
E passa
E eu, que sou homem
Espero a morte da fome
Que agoura, mata,
E come de graça.
Eu rio, eu mar,
eu cachoeira, eu cascata
eu lago, eu lagoa,
eu chuva, eu poça
e quando em vez,
apenas uma gota.
poeta do amor
escreve dor
suor
escreve por
favor
transfere calor
ao leitor
colore o incolor
com a cor
do amor
poesia por favor
Pedro Vayssiere Brandão
Avidamente a vida
vindo ventar no meu quintal
Resolveu que aquela brisa
tava mais para vendaval.
E eu nessa ventaria
vendo crescer a vontade
ao invés de abrir sombrinha
preferi criar coragem.
Desde então vejo a verdade
vitimar meu carnaval.
(Façam festa foliões
que eu faço meu jogral)
Eu caminho para um lado,
o mundo venta pr’o outro.
Andando contr’esse movimento
acabo enxergando o passado
sem querer, faço o caminho
entre o passado e o passarinho
que o mundo já tinha riscado.
Resta saber se estamos
indo para o mesmo lado
eu e o mundo caminhando
para o paraíso perdido
ou para o caso sofrido
de desposar-me com o destino
e acabar matando Laio.
Que texto que se preze
Não foi por um momento
Somente experimento?
Felipe Gump
Relembra os maus momentos do passado
E mesmo quando tudo dá errado
Concebe uma esperança que persiste.
Entende os beijos plenos do viver
E tudo que ainda há de acontecer:
Enxerga o lado bom que sempre existe.
Felipe Gump
Eu não sou mais o que eu era
Nem sou o que penso ser
Nem muito menos o que você pensa que eu sou
Pois eu sou somente algo indesvendável
Assim como o vento
As pessoas passam
Assim como a flor
As pessoas murcham
Assim como nós
As pessoas morrem
Assim como os livros
As pessoas têm um fim
Assim como eu não sei quem eu sou
As pessoas não sabem quem elas são
Ana Carolina Cerqueira
Eu não sou mais o que eu era
Nem sou o que penso ser
Nem muito menos o que você pensa que eu sou
Pois eu sou somente algo indecifrável
Assim como o vento
As pessoas passam
Assim como a flor
As pessoas murcham
Assim como nós
As pessoas morrem
Assim como os livros
As pessoas têm um fim
Assim como eu não sei quem eu sou
As pessoas não sabem quem elas são
Poema: Viúva desesperada
FALE
CIDO
FALE
CIDO
FALE
POR FAVOR
Obs: enviei via e-mail a arte/composição gráfica deste poema.
Aqui e lá
Infiltram-se nos bosques com cabanas de palha
Nadam em rios de Saint-Hippolyte-Du-Fort
Escorregam em playgrounds de cores vivas
Correm de braços abertos ao som do Carnaval
Dançam, dançam e sorriem
Desfrutam o hálito matinal em vilarejos litorâneos
e sabem como isso é revigorante!
Crianças flutuam ao redor do mundo
E o enchem de graça
Grossos minutos
rematando o tempo
de qualquer jeito.
(Aparecida Gianello)
Mel,
pudim,
bombom,
mousse...
(suspiro...)
Fome?
Que nada.
É só saudade
de um beijinho doce.
(Aparecida Gianello)
Poema: Bicho bicho
O bicho bicho
tamen mata
mais o bicho homi
senti prazer
Obs: Envie via e-mail a arte/imagem deste poema.
marcelo.freitascom@gmail.com
ALDRAVIA
1
monto
cavalo
sorte
no
páreo
vida
2
mão
que
cava
versos
descobre
tesouros
3
teu
vestido
amarelo
rodopia
compasso
bolero
***********************
Criança
Vejo no olhar de criança
belo olhar de candura.
Olhar devota esperança
que belo olhar transfigura.
Só vejo anjos dizendo amém
pra todo recém-nascido.
Pois anjo a criança quer bem
por ter amor constituído.
Criança trás sempre emoção
pelo ser quem mais encanta,
nosso sensível coração.
Eu também já fui criança,
todos nós também já fomos,
palco de vida, esperança.
EMÍLIO SOARES DA COSTA
******************
FLOR!
É na flor
Que está contido
O doce néctar e sabor.
Flor!
Pureza, beleza e odor
Necessários para o amor.
(EDILSON LEÃO)
**********************
UMA CANÇÃO.
Compus prá você
Uma nova canção
Harmonizada de ilusão,
Sonhos, estrelas e luar.
Existe melhor lugar
Para se amar?
(EDILSON LEÃO)
Velhas casas sitiadas
entre as escuras pinceladas
das sombras das árvores
e os fantasmas da imaginação.
Rangem as lembranças imaginárias.
O vento abre janelas - entram os fantasmas, escondem-se entre os móveis de madeira
(dançam com as sombras).
De repente, arquejam as paredes,
A fuga absurda do tempo
deforma as imagens e a cidade fantasma
submerge-se na escuridão
e na névoa - Londres.
Isabel Furini
Velhas casas trancadas
entre as pinceladas das sombras das árvores
e os fantasmas da imaginação.
Rangem as lembranças imaginárias.
O vento abre janelas - entram os fantasmas,
escondem-se entre os móveis de madeira
(dançam com as sombras).
De repente, arquejam as paredes,
A fuga absurda do tempo
deforma as imagens e a cidade fantasma submerge-se na escuridão
e na névoa de Londres.
Isabel Furini
Acorda-me cedo, Aurora.
Quero ver-te colorindo meus olhos.
Trazendo meu café na cama.
Dando à luz ao nosso filho.
Acorda-me cedo, Aurora.
Alvoroce os pássaros.
Ponha lenha no fogo.
Esquente os filhos do mundo.
E seja a bela Aurora minha.
Acorda-me cedo, Aurora.
Tenho que trazer nosso pão.
Tome conta da casa.
O sol me expulsa ao trabalho.
Ah casa! Ah Aurora! Até amanhã cedo!
Rafael Alvarenga
**********************
Encontro de almas
Os sons de fora emudecem, não nos alcançando mais
O cosmo se reduz a "dois", apenas a nós dois e a ninguém mais
Nada mais me interessa, só tua presença me é necessária
Trasbordamos intensidade, imensidão de prazer
Corpos entrelaçados e corações acelerados
Respirações ofegantes, deleite e prazer incessante
Sinto-me tão vivo, sinto-me tão amado
Encontro de almas que em nossos corpos deságua
Os que não amam creem que é momentâneo,que é fugaz
Sei que é eterno pois são duas almas a se encontrar
Momento vivido, momento passado,
ainda sinto teu gosto, teu cheiro e teu toque de olhos fechados
Minha alma sorri, minha alma adormece
sonhando em te encontrar, de novo, no novo dia que amanhece
Marco Ávila
Vem lá o trem da noite
Enfunando as luzes estrelas
Vem buscar o meu amor
Que é vão
Como estas lanternas chinesas.
E...
Quando eu despencar lá de cima do céu
Serei milhares de feixes, peixes luzes
Pululando nestas águas
Tristes mares que tu choras.
*********************
8 DE MARÇO
As demandas de minha alma mima a mulher
Como se fosse assim o louvor dos pássaros,
O toque o vento, o brilho das estrelas.
Em silêncio prenúncio as palavras,
Em silêncio falo do amor dela,
E numa imagem de fotografia,
Alegria agora, amanhã de manhã,
E depois de amanhã...
Para alongar os momentos
Desse tal oito de março,
Como se o amanhã fosse um monumento
Ainda bastante distante.
(Por Alex de Souza Magalhães)
*********************
O SILÊNCIO DOS EXPOSTOS
Se tivéssemos o dom da liberdade,
as correntes do eu não acorrentariam
nas lembranças das tristezas da vida.
Se tivéssemos o dom da humildade,
o ego supremo da vaidade não afloraria em grande demanda,
para nos cativar na percepção de que o universo
conspira ao nosso favor.
Se tivéssemos a percepção da empatia,
muitos dos males que afligem a mente humana
tornaria num mar de alegria donde ser feliz é mais conveniente
do que ter razão...
Se tivéssemos a sensibilidade de ouvir a voz da verdade,
muita transparência favorecia os relacionamentos humanos
e a mentira seria uma peça de museu
a ser vista como repúdio à alma.
(Por Alex de Souza Magalhães)
Sentado num banco velho da minha cidadezinha,
E fico a olhar a criançada correndo na rua.
[O tempo tapetando louco, os gritos,
as vozes das crianças, que me vão ficando distantes...
Sossegue coração -, que não é nada disso não.
Ora, e como seria possível, se ali estou, junto
a elas brincando.
E acaso, não seremos todos nós crianças?
Chorando
Preciso entender o valor das lágrimas.
O calor do meu verdadeiro amor,
em contato com a indiferença com que me tratas,
provoca o aljôfar que se prende à flor,
solitária e vermelha, envergonhada...
Preciso compreender o sentido de continuar.
O valor da minha insistência,
diante de tantas dúvidas e enxovalhamentos,
desmerece toda a bondade que tenho,
deixando-me, por segundos, ao rés do chão.
Preciso compreender que existe o adeus.
O furor das minhas palavras,
embora pareçam agressivas e inflexíveis,
apenas escondem o medo de perder,
pois que a vida não faz sentido longe de ti.
Preciso aprender a silenciar.
Quem ama tem instintos e ímpetos...
Na brevidade da angustiante espera
- para quem faz esperar -
pode estar a razão de toda angústia.
Preciso reaprender a amar.
O amor que prende de verdade,
que sente o cheiro e está perto.
De promessas e singelas esperanças
meu corpo não aguenta mais.
Jogo sujo
Quando tergiversar, quero que seja assim:
Defeso desamar – desde o início até o fim.
Amarei cada polo – o meu, o seu também.
Posto ser, nossa vida, insondável vintém.
Sou patrono e preposto e meu coração ferve.
Ferve cru quando explode e, sem querer, levita,
dando, à artéria pulsante, a força que exorbita.
Sofra poeta, sofra! A maldição da verve.
O Código condena; a vida diz que não.
Apanho quase sempre – entre tapa e um sermão.
Se prefiro insistir, crendo ter a verdade,
meu delírio tocante, enche-me de maldade.
Quero sobreviver... Sentir e dar prazer!
Se não consigo a dois, prossigo sem você.
O sol se afoga,
e anoitece em minh'alma,
anoitece sempre,
desde a manhã
tudo que há é escuridão.
Fotografo a escuridão
na inútil tentativa
de retratar minha alma...
sou só parte da escuridão,
invisível,
invisível assim como o mundo para mim
e eu para o mundo.
Então adormeço,
entre nuvens de sombras,
no eterno não ser.
Amanda Leonardi
Ele se mata todos os dias,
vermelho, incendiando,
se afoga nos oceanos,
se esconde do mundo,
levando o dia embora.
Quase sempre na mesma hora,
ele se suicida,
sangrando,
em chamas,
se atira no infinito
e anoitece o mundo.
E o mundo adora isso,
adora a sua morte diária,
e as trevas que ele deixa,
pois sabe que sempre volta,
pra brilhar no céu,
sem nem mais saber por que,
para se matar mais uma vez.
Só para no outro dia,
fazer tudo de novo.
Amanda Leonardi
Queria só compor versos,
uns versos mais soberbos,
mas versos por demais soberbos
acabam virando poesia sem álcool,
e poemas tão sóbrios não sei se bebo...
Melhor é compor versos ébrios,
nem tão soberbos talvez,
mas menos sóbrios,
porque poesia deve ser ébria,
e deve ser bebida de um só gole, afogando a alma,
versos devem embebedar, intoxicar e quase matar.
Amanda Leonardi
Abracadabra,
abra o cadáver,
sem ver, nem haver,
abra, abra
uma visão macabra.
Amanda Leonardi
Nunca o sonho
Foi tão real
Nunca a vida
Foi tão doce
No momento
Em que a cor
Me pintou a alma
A cor única
Que só existe no céu
A cor dos teus olhos
A cor do teu corpo.
António Branco
E por acaso a aproximação.
Por não saber o que fazer
Escrevi. Estou aqui...
Por lhe querer tanto. Tento.
Contra mim mesmo intento.
Por desejo acreditei.
Escondida te olhei. (te olho)
Por receio me calei.
E nesse impulso forte e imenso.
Te beijei.
Mas você veio e anteviu...
Impossibilidade é esse deserto.
E assim despeço-me desse futuro.
Lindo, platônico, mágico, perto.
Contudo, muito incerto.
Angélica Vespúcio
Ele é todo prosa e verso.
Fala de palavras que perfumam meu dia.
Tem um rosto que ilumina.
Um olhar que chama (e clama).
Tem uma voz que Nossa!
É todo lindo, amável, pura arte e gentileza.
Perto dele sou desassossego.
Sou encontro.
Sou despedida...
De tanto querer, encontro-me assim...
Estou toda despida.
(de corpo, alma e coração)
Angélica Vespúcio
Posso sentir na pele o desejo que aflora
Seu cheiro e maciez de pele
Me saltam aos olhos e agora?
Sou como cachorrinho e você melódica.
E os passarinhos voam longe
Imagino você a me esperar cheirosa
No ninho gritos e sussurros dengosa.
Ó bela moça vaidosa,
Como outrora me quis num convidativo olhar
Quase parti sem te amar
Hoje pego-te no colo toda-hora.
E mesmo que a chuva fina caia
Quero molhar a te banhar
Viver esta linda história.
<< Yuri Souza >>
Amor que me enlouquece e aquece
Nos chamejantes despontar de arrepios
Nas horas mais tensas de um dia frio
De conluio com meu coração.
Amor que me sustenta na alvorada
E que bem mais sentida e apaixonada
Revigora-me as forças
Entre traços de sedução.
Amor que briga e protesta
E defende com tal zelo o que lhe interessa
Mostrando-me as garras de mulher apaixonada.
Amor que inspira a poesia
E que de tanto não se prestigia
Na doação de sua própria existência.
<< Yuri Souza >>