NOSSO ENCONTRO LITERÁRIO COM ASTRID
CABRAL
Realmente um dia proveitoso, inesquecível,
apetitoso. Dez de dezembro de 2016. Saímos de Volta Redonda às 8h5min, com
destino ao Rio de Janeiro para encontrarmos pela segunda vez com a notável e
magistral poeta Astrid Cabral. Fomos acompanhados do jornalista, acadêmico e
membro do Conselho Editorial da PoeArt Editora, Vicente Melo, nosso parceiro e
amigo literário já de inúmeras causas. Pela primeira vez podemos desfrutar da
agradável companhia do amigo professor e poeta — e nosso revisor oficial — Antônio
Oliveira Pena, verdadeiro e autêntico engenheiro da palavra no fazer poético.
Dia e tempo agradáveis, momentos de
conversas, trocas de ideias e viagem até inspiradora, pois contávamos as horas
para finalmente estarmos diante, mais uma vez (a primeira foi em três de
setembro para a entrevista e fotos...) da nossa mais nova conquista literária,
que com atenção, sinceridade e olhar atento nos recebeu, aplaudindo nosso
trabalho em favor da poesia.
Chegamos à rodoviária em tempo hábil e dali
fomos para o terminal do coletivo urbano que nos levou ao Largo do Machado,
nosso ponto de descida antes de nos descolarmos até o Parque Guinle (poucos
metros adiante), localizado atrás do Palácio Laranjeiras...
Até chegar a hora combinada de nosso Encontro Literário com a poeta, andamos
um pouco na praça do Largo, lugar com inúmeros produtos à venda (inclusive
grande variedade de livros), as pessoas transitando de um lado a outro,
contrastes habituais do cotidiano de uma cidade grande que nos deixa às vezes à
mercê de muitos acontecimentos.
Logo depois de lancharmos, chegaram até nós,
os amigos Ernani Mazza, professor e escritor de nossa cidade, só que agora
residindo no Rio, e o desenhista Flavio Vianna, autor de elogiados desenhos e
ilustrações.
Pontualmente às 14h já estávamos todos na
portaria do prédio, eu, editor desse trabalho, Vicente Melo, Antônio Pena,
Ernani, Flavio e o competente professor/poeta e organizador de livros Luiz
Otávio Oliani, umas das grandes promessas da nova poesia brasileira, autor
premiado e já reverenciado pela crítica especializada.
Finalmente subimos, sendo recebidos com
total alegria, carinho e atenção pela anfitriã, a poeta amazonense Astrid
Cabral Félix de Sousa, dona de uma poesia substancial, cujas palavras e cuja
construção geométrica dos versos resultam primorosos e tocantes quadros.
Apesar de já termos em mente um rito, tudo
fluiu natural e poeticamente, com leveza e grandeza em nossa apresentação,
agora com o trabalho/homenagem em mãos. Nossa conversa de mais de duas horas,
apesar de descontraída, foi pautada por diferentes diálogos com essa autora
genial, que convive com muitas personalidades literárias, viveu em lugares
diferentes aqui no Brasil e no exterior, quando serviu o país como Oficial de
Chancelaria juntamente com seu querido e saudoso marido, nosso também grandioso
poeta goiano Afonso Felix de Sousa (1925-2002), que a incentivou muito no mundo
das letras e com quem ela conviveu durante mais de quarenta e cinco anos, com
quem teve cinco filhos, um falecido ainda jovem e que muito a mestra lembra com
grande e merecida exaltação materna...
Primeiramente agradecemos a ela pela
recepção calorosa com que nos recebeu pela segunda vez, agora para entregarmos
o livro em sua homenagem que é o Vozes de
Aço, volume XVIII, resultado do XVI Concurso Nacional PoeArt de Literatura
2016, constituído de cinquenta poetas de dezessete estados brasileiros, de
cujas cem páginas, doze são destinadas à singela e justa homenagem a sua pessoa
e a sua obra. Nessa parte que chamamos de Capítulo
Especial, temos textos, dados bibliográficos, poesias, comentários e fotos
que ilustram e enriquecem mais um livro idealizado e organizado que traz Homenagem a mais um grande vulto da
literatura nacional, o qual, graças a Deus, pudemos conhecer e de cuja pessoa
pudemos nos tornar amigos. Além de sua foto de perfil, na capa da antologia,
evidenciando sua pessoa, dentro do livro constam algumas fotos de diferentes
momentos vividos pela nossa ilustre homenageada. Outorgamos a ela também um belo
quadro de vidro com moldura dourada contendo a capa da obra, fotos da autora,
depoimento de agradecimento e fotos de todos os poetas que constam da mesma.
Outro ponto alto de nosso bate-papo foram as
constantes lembranças de sua convivência de cumplicidade/parceria com seu
saudoso marido, o poeta Afonso Felix.
Nosso querido Ernani nos relatou algo de
grande valia histórico-literária, disse-nos que, quando em sua adolescência,
numa livraria no Rio, folheando um livro da poeta Cecília Meireles, ao olhar
para o lado, a magnífica autora contemplava-o, logo em seguida abraçando-o,
fazendo com que ele guardasse esse gesto tão amável (e o livro, que seria por
ela autografado) por toda a sua vida. Dois momentos do encontro que foram bem
emocionantes e gratificantes para mim, creio para todos ali naquela tarde tão
afetuosa e quente...
Ao término da conversa de mais de duas
horas, Astrid conduziu-nos a sua sala de jantar para juntos fazermos um
delicioso lanche com algumas iguarias saborosas, tais como bolo de nozes,
arroz-doce com um toque de limão, sanduíche de pão de forma com queijo prato,
guaraná e o tradicional cafezinho, que não poderia faltar, ah! as louças
brancas, os talhares e o guardanapo amarelo com margaridas coloridas deram um
tom especial e bem harmonioso na mesa, que durante um período tornou-se lugar
de puro encantamento de mais um sonho realizado ao lado desse ícone de nossa
poesia.
Hora dos agradecimentos finais para irmos
embora com a sensação de dever e mais uma missão literária cumprida com
simplicidade, dedicação e singeleza de espírito.
Essa Homenagem serviu para brindarmos os
oitenta anos da poeta, que foram comemorados oficialmente em vinte e cinco de
setembro, com algumas manifestações de louvor pela passagem dessa idade bem
vivida. E também recebeu dos filhos uma edição especial do seu livro Mínimas, com que gentilmente presenteou
a todos ali.
Nesse sábado, dia dez, enquanto, em
Estocolmo, seria realizada a cerimônia de entrega dos Prêmios Nobel em
diferentes modalidades (inclusive com a não presença do ganhador do Nobel de
Literatura, piada ou ironia, vamos dizer assim...!?) estávamos na cidade do Rio
de Janeiro, recebendo mais que uma premiação literária, a oportunidade, com
todos os adjetivos e qualidades, de conhecer e reconhecer mais um grande nome
de nossa literatura brasileira, algo grandioso, impagável, o que não temos
todos os dias em nossa vida.
Astrid Cabral, garimpeira de palavras,
refinada na escolha dos títulos para suas obras, nos leva a viagens através das
páginas de seus livros. Poeta octogenária, mulher de olhar atento, voz firme e
pulso forte, acervo vivo da Literatura Brasileira, premiada e reverenciada pela
crítica, merecedora da atenção da mídia, de estudiosos da área, de editoras,
enfim, para que as atuais e futuras gerações possam conhecer e degustar com
paladar apurado de sua Obra Literária, tão cheia de elementos que compõem nossa
terra, espírito, corpo, sentimento e ação homem/natureza!
Realmente o que plantou, frutificou e colheu
com merecimentos...
Então, abramos as janelas e deixemos sua
genialidade literária passar com primazia.
Viva nossa Mestra e, mais uma vez, o meu
muito obrigado por tudo!
POSTAGEM ENVIADA POR Jean Carlos Gomes
Domingo, 11.12.16
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