Para os “rapazes” de 1964
Para todos os amigos que ainda “carregam” algum sonho (não pecuniário)
“Cada
leitor é,
quando lê,
um leitor de si mesmo”
(Marcel Proust –
1871–1922)
“O preço da graça que recebemos é nos mantermos fiéis a ela, e nos tornarmos os
porta-vozes dela, a linguagem dela. A graça
quer aceder ao mundo através
da nossa boca que fala”
´(Hélio Pelegrino– 1924–1988)
A sobrecarga de informação
recebida por usuários
de internet está
mais ligada ao consumo do que à
produção,
na visão
de Luli Radfahrer, professor de comunicação
digital da USP.
A pessoa pode agora esta produzindo o mesmo que três antigamente, mas não está recebendo o triplo, e pode
sentir-se menos produtiva do que nunca, acredita David Allen. “Pode parecer paradoxal, mas as
novas ferramentas de produtividade estão
abalando a nossa capacidade de fazer as
coisas, e nos deixando paralisados pelo estonteante número de opções que oferecem”, ele reforça. O excesso de imagens está impedindo que “enxerguemos”?Quero dizer: que hierarquizemos,
que separemos o joio do trigo, que consigamos chegar ao NÚCLEO DO QUE VERDADEIRAMENTE IMPORTA.
Sim, ACELERAMOS A COMUNICAÇÃO.
Mas a temos aprofundado?
Não
tenho respostas prontas.
Alguém
tem?
Há
uma sensação
generalizada, de dúvida,
de perplexidade em muitos corações
e mentes.
Percebe-se uma espécie
de ”desencantamento
do mundo”,
usando a expressão
de Max Weber, ainda mais em um universo pós-utópico e, muitas vezes, árido.
Não
é
nostalgia. Conseguimos muito. Mas o reino do “comprar” basta ao ser humano?
Subir para uma classe é
poder comprar mais uma geladeira nas Casas Bahia? Na escola, deveríamos aprender a pensar. Não apenas a usar tecnologias.
Mas ensinar a pensar é
muito mais difícil.
Não?
Ficamos reduzidos à
pequena política,
sempre vil e mesquinha. Não
estou me referindo a ela: maniqueísta
e interesseira –
e que não
eleva o ser humano. Nosso cotidiano está
saturado de muita coisa que não
importa.
É
preciso –
como disse alguém
–,
não
sucumbir à
dispersão
promovida pelas infinitas distrações
nem à
banalidade de opinião.
Pensemos. Reflitamos. Nossa jornada é finita: a gente pode esperar. O
tempo? Não.
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