(ou poema sem a letra C)
Rosa em sossego deitou-se.
Aquietou seu espírito em imagens saudosas.
Deixou que o seu olhar vagasse.
Nos intervalos desiguais, nos desvãos obsoletos,
Mostrou-se resignada.
Pedro ao seu lado, insone, sem sons que saíssem dos seus lábios,
Anuiu em pensares não verbalizados.
Revolveu seus mais íntimos amores e sentiu-se arrasado.
Sentiu o odor de rosas em Rosa, mas não sentiu a Rosa.
Levantou-se devagar, sem sons, sem peso,
Vazio, etéreo, miserável.
Vestiu-se e sem ruídos e se foi.
Revisitou passados já dantes palmilhados.
Desenterrou dores não lembradas e já não eram dores.
Enterrou seus males para extrair seus venenos.
Dobrou a esquina, sem olhar para trás.
Subiu sem desespero novos e íngremes destinos.
Torneou o vazio dos tempos.
Tranqüilizou sua alma.
Bebeu o mel e o leite dos bem aventurados e justos.
Permitiu que a paz penetrasse em seu ser.
De agora em diante só margaridas seriam toleradas.
Eugenio Borges
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