enviado por Clarice Barbosa Vieira
Que a fraternidade toque a todos, hoje e sempre!
Encenação da Paixão de Cristo em 2012. Santo Antônio de Lisboa (Fpolis-SC). Foto/Arquivo: Celso Martins.
Hoje, segundo a tradição cristã, é dia de recordar a morte de Jesus. Momentos anteriores para sua ressurreição, no domingo que se aproxima. Gosto muito dessa palavra, ressurreição. Me encanta o seu som. A sua suavidade. Além de expressar o ápice da vida em seu sentido mais nobre, após uma doce e amarga interrupção. E como acredito que nada acontece por acaso, hoje eu, minha querida madrasta e meu fraterno pai bravamente
caminhamos no Parque Farroupilha, em Porto Alegre (Risos de felicidade…) Disse para ele a caminho de lá: — Pai querido, sabes que nada nessa vida é por acaso, né?! Pois então, cá estamos nós, meditando aos ares da verde e contemporânea capital do “Rio Grande”…E quem diria que no meio dessa luta em que vivemos hoje, estaríamos ludicamente caminhando? Há um mês, ou até menos, o médico que te atendeu em Brasília disse que não terias mais do que cinco meses de vida. Com “sorte” e quimioterapia, talvez seis meses…
Para quem só acredita (ou melhor, desacredita) no poder da medicina ocidental, talvez fosse se abalar com essa frase amarga do “Dotô”. Felizmente não é o caso da nossa família. Sim, ele começará o tratamento contra o câncer este mês. Terá que comparecer mensalmente ao hospital para consultas e para tomar as injeções intravenais. O que este médico não nos disse foi como seria a jornada a partir da notícia desesperançosa, que em outras palavras e sentimentos nos transmitiu a chegada apressada da passagem espiritual, ou como muitas pessoas preferem chamar, a morte.
E sabe o que decidimos fazer, tal qual o nosso mestre Jesus fez na querida e santíssima sexta de hoje? Celebramos a vida que então ressurge! Sim, tomamos o caminho da esperança sem olhar para trás. Não me refiro a esperança de autoajuda, que verbaliza em descrédito palavras de alento para passar um dia estressante, no meio de casamentos turbulentos ou trabalhos desgostosos…Me refiro a esperança que luta! Aquela que move nossa essência para a luminosidade do amanhecer próximo. A certeza que algo a mais está por vir e o mistério da vida nos sinaliza que caminho devemos seguir. Então cá estamos nós no sul, em meio a muito amor familiar, rindo das tristezas que vivemos porque é delas que tiramos nossos maiores ensinamentos. É da dor e do sofrimentos que podemos ressurgir, não há outro jeito. Se houvesse outro jeito, acredito que não seria dor…Talvez alegria, mas nada se compararia ao que meu coração sentiu e ainda está sentindo nesse momento que vivo, ao lado da minha família.
Para finalizar, gostaria de terminar essa publicação com o trecho de um hino do André Damázio, que considero muito pertinente e que me tocou muito desde a primeira vez que ouvi, no último 07 de março. Além de estar em comunhão com pessoas muito especiais, o propósito em questão era do servir ao próximo, inclusive e principalmente os mais necessitados:
“- Não perca a esperança de vencer.
– Lutar é parte da vitória.
– Ouça essa voz, é você amanhã!”
Feliz ressurreição para todos nós! Que a fraternidade toque a todos, hoje e sempre!
Paz e bem!
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