Preciso arder-me
nas chamas dos meus sonhos
Para escapar
desse universo agônico
E atravessar as
portas do dia
Pulverizadas pelo
fogo atômico.
Preciso erguer um
brinde à irreverência
E ao vinho
espúrio desses velhos odres.
Saber passar da
forma para a essência
E jogar fora meus
versos de sementes podres.
Quero rolar de
abismo para abismo,
Beber a borra
amarga do ostracismo
E domar o enigma
e seus velozes potros.
Preciso estar no
tempo e fora dele
Mudar de roupa ou
trocar de pele
Sair de mim para
viver nos outros.
Leonardo Só
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