A quem brindar a taça desta ira?
Que fazer desta morte que se nutre
da carne? Desta solidão de abutre
que dilacera entranhas de safira?
Que fazer deste enigma que se estira
feito pele de sapo em minha sombra?
Desta pompa dos ritos da mentira
Da inanição, varados pela pomba?
Que fazer desta rosa e deste espinho?
Deste morto ancorado nesta onda?
Que fazer desta nau que se arredonda
no ventre da mulher, devagarinho?
Desta paz que incendeia este caminho?
...
Leonardo Só
Poeta Clandestino
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