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Mário Quintana - Releitura

Aos lermos um poema que tenha algo de marcante, nos surpreendendo quanto a mensagem, nos fazendo vagar ao enlevo das palavras, acende em nossa mente o desejo de nos estendermos através daquele momento e com o autor travar um sublime diálogo de emoções.

O projeto Releituras é a expressão emotiva de um poema permanecendo através de novos textos com as características que cada leitor-poeta traz em sua visão pessoal; interpretando, opinando, redirecionando e multiplicando o poema em foco.

poema:
OS POEMAS 


 Os Poemas
(Mario Quintana)

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
 
 
 Releituras
 
 
Como acontece... 
 
Ao caminhar sobre pedras,
Na desordem da tempestade,
No toque da folha caída,
Gorjeios, arrulhos, lamentos
Simplesmente na imensidão do nada
De tudo emana poesia!

Na presença do silencio,
No reflexo da luz do abajur,
Pensamento divaga...
Emoção esparrama...
E então, o êxtase acontece... 
 
Clara Sznifer
 
  •  
Poema 

Como nuvem passageira
Carregada pelo vento
Assim são os poemas
Vão correndo pelo espaço
Deslizando velozmente
Respingando as emoções
Acelerando corações
Atingido por cupido
Encharcados de amor
De paixão de sedução
De alegrias
E até decepções
De acordo com o momento
Que nos chega ao coração.

Edite Capelo
  •  
Abra teu livro e observa
Em cada poema teu alimento
Em cada poema teu porto
Encanta-te com os pássaros
que pousam em tuas mãos
e que depois se vão, esparramando saberes

Ludimar Gomes Molina
  •  
Caixa secreta

Surgem os poemas de uma caixa secreta
Cuja fechadura cada um possui o segredo
Sabemos exatamente de onde e como vêm
Onde pretendem e desejam chegar
As trancas dos alçapões não os detêm
Mesmo sem porto seu pouso é inevitável
Se algumas mãos resistem em alimentá-los
Esses pássaros nômades seguem viagem
A procura de outras mãos afáveis
Que os acolham e os façam presentes
Endereçando-os aos carentes dos seus afagos
E neles encontrem os alimentos que os fortaleçam
Que os façam livres e possam o mundo conquistar

Olímpio Coelho

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