A Lista de Schindler: Grande filme nem sempre é obra
prima
“A Lista de Schindler”, o livro, é uma obra seminal que
reconstitui um personagem complexo da Segunda Guerra: Oskar Schindler, católico
de origem alemã, membro do Partido Nazista, que evitou a morte de 1.200 judeus
nos campos de extermínio da Polônia. O longa de 1993, dirigido por Steven
Spielberg, é um bom filme. Não é, de longe, uma obra prima, nem uma adaptação
fiel. É uma linda produção cinematográfica. Passa longe de um relato histórico
100% confiável.
O longa arrebatou uma série de prêmios: 68, segundo o iMDB. Só do Oscar foram sete: filme, direção, roteiro adaptado, trilha sonora, montagem, fotografia, direção de arte. Todos merecidos. Exceto pelo script. Se o livro de Thomas Keneally preza pela pesquisa, abrange grande parte da vida do protagonista, e busca elucidar como um membro do partido de Hitler se transformou em alguém capaz de arriscar os negócios e a vida salvando os judeus, o roteiro escrito por Steven Zaillian não consegue nos mostrar a causa de tal atitude. O filme, num todo, mostra de maneira esplêndida como os fatos ocorrem. Mas não explica o por quê.
Porém, é impossível não se emocionar. Toda história de pessoas que foram contra o preconceito, a intolerância, sofreram e agiram em prol da sociedade costuma gerar lágrimas do espectador. E Spielberg sabe manipular o material que tem. Contou com alguns dos melhores atores contemporâneos: Lian Neeson vive Oskar; Ralph Fiennes está assombroso na pele do cruel comandante nazista Amon Goeth; e sir Ben Kingsley encarna Itzhak Stern. Só por esse trio já vale conferir o trabalho, que é tecnicamente impecável: da reconstituição de época à música do mestre John Williams, aquele responsável por várias trilhas inesquecíveis (“Superman”, “Star Wars”, “Indiana Jones”). E tem a belíssima fotografia em preto e branco, que evoca os traumas e rancores mais obscuros do cineasta. Spielberg é judeu, igual à grande parte daqueles que controlam Hollywood. É natural que mostre a sua visão dos fatos.
Forte, impressionante, “A Lista de Schindler” é o caso de filme que alcançou grande repercussão e chamou ainda mais atenção para o livro em que foi baseado. Também é o caso de filme que não traduz toda a essência da obra literária. Mas precisa ser visto. Já deveríamos ter superado todos os preconceitos que temos. No entanto, crimes de intolerância continuam acontecendo. A dica é conferir o documentário presente nos extras do DVD, que traz depoimentos das pessoas salvas por Schindler. Este sim é obra prima.
O longa arrebatou uma série de prêmios: 68, segundo o iMDB. Só do Oscar foram sete: filme, direção, roteiro adaptado, trilha sonora, montagem, fotografia, direção de arte. Todos merecidos. Exceto pelo script. Se o livro de Thomas Keneally preza pela pesquisa, abrange grande parte da vida do protagonista, e busca elucidar como um membro do partido de Hitler se transformou em alguém capaz de arriscar os negócios e a vida salvando os judeus, o roteiro escrito por Steven Zaillian não consegue nos mostrar a causa de tal atitude. O filme, num todo, mostra de maneira esplêndida como os fatos ocorrem. Mas não explica o por quê.
Porém, é impossível não se emocionar. Toda história de pessoas que foram contra o preconceito, a intolerância, sofreram e agiram em prol da sociedade costuma gerar lágrimas do espectador. E Spielberg sabe manipular o material que tem. Contou com alguns dos melhores atores contemporâneos: Lian Neeson vive Oskar; Ralph Fiennes está assombroso na pele do cruel comandante nazista Amon Goeth; e sir Ben Kingsley encarna Itzhak Stern. Só por esse trio já vale conferir o trabalho, que é tecnicamente impecável: da reconstituição de época à música do mestre John Williams, aquele responsável por várias trilhas inesquecíveis (“Superman”, “Star Wars”, “Indiana Jones”). E tem a belíssima fotografia em preto e branco, que evoca os traumas e rancores mais obscuros do cineasta. Spielberg é judeu, igual à grande parte daqueles que controlam Hollywood. É natural que mostre a sua visão dos fatos.
Forte, impressionante, “A Lista de Schindler” é o caso de filme que alcançou grande repercussão e chamou ainda mais atenção para o livro em que foi baseado. Também é o caso de filme que não traduz toda a essência da obra literária. Mas precisa ser visto. Já deveríamos ter superado todos os preconceitos que temos. No entanto, crimes de intolerância continuam acontecendo. A dica é conferir o documentário presente nos extras do DVD, que traz depoimentos das pessoas salvas por Schindler. Este sim é obra prima.
A LISTA DE SCHINDLER
(Schindler’s List, EUA, 1993).
Direção: Steven Spielberg.
Roteiro: Steven Zaillian baseado em livro de Thomas Keneally.
Elenco: Lian Neeson, Ralph Fiennes, Ben Kingsley, Caroline Goodall, Jonathan Sagall, Embeth Davidtz.
Drama biográfico / Guerra.
195 minutos.
- Oscar: Filme, direção, roteiro adaptado, trilha sonora, montagem, fotografia, direção de arte.
- Indicação ao Oscar: Ator (Lian Neeson), ator coadjuvante (Ralph Fiennes), figurino, maquiagem, som.
- Bafta: Filme, diretor, roteiro adaptado, montagem, fotografia, trilha sonora, ator coadjuvante (Ralph Fiennes).
- Indicação ao Bafta: Som, direção de arte, maquiagem, figurino, ator (Lian Neeson), ator coadjuvante (Ben Kingsley).
- Globo de Ouro: Filme dramático, diretor, roteiro.
- Indicação ao Globo de Ouro: Trilha sonora, ator em filme dramático (Lian Neeson), ator coadjuvante (Ralph Fiennes).
André Azenha
(Schindler’s List, EUA, 1993).
Direção: Steven Spielberg.
Roteiro: Steven Zaillian baseado em livro de Thomas Keneally.
Elenco: Lian Neeson, Ralph Fiennes, Ben Kingsley, Caroline Goodall, Jonathan Sagall, Embeth Davidtz.
Drama biográfico / Guerra.
195 minutos.
- Oscar: Filme, direção, roteiro adaptado, trilha sonora, montagem, fotografia, direção de arte.
- Indicação ao Oscar: Ator (Lian Neeson), ator coadjuvante (Ralph Fiennes), figurino, maquiagem, som.
- Bafta: Filme, diretor, roteiro adaptado, montagem, fotografia, trilha sonora, ator coadjuvante (Ralph Fiennes).
- Indicação ao Bafta: Som, direção de arte, maquiagem, figurino, ator (Lian Neeson), ator coadjuvante (Ben Kingsley).
- Globo de Ouro: Filme dramático, diretor, roteiro.
- Indicação ao Globo de Ouro: Trilha sonora, ator em filme dramático (Lian Neeson), ator coadjuvante (Ralph Fiennes).
André Azenha