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Em poemas breves-quase velozes-sedentos-sem títulos, porém titulados pelo pronome de que trata cada poema -
EU: Do interlocutor para o poeta: o EU. (pronome-corpo-tempo): Ainda ontem/  descobri na hóstia/ o início do caos”.
E no último poema de EU, como de um cacto que se rasteja pelo deserto – este mesmo EU encontra a água que, para cada pronome, ajusta-se como elemento de vida, de erotismo, de purificação, de morte, de non-sense e de denúncia ou delação.
TU, encostado na parede pelo poeta que o pisoteia sem dó nem pena, mas o salva: Tu não és ninguém /portanto não sofras em vão.
No desfecho do TU, revela-se o jogo proposto e na ordem gramatical dos pronomes, o TU assume a liderança e só depois de metamorfosear-se nas demais pessoas, reassume-se no EU
ELE: Na unidade temática do jogo–brincadeira com os pronomes, o livro caminha enquanto “poesia sábia” . A terceira pessoa ELE, está distanciado – e é sujeito e objeto na cena, O fecho de ELE prossegue no lúdico pronominal, invertendo – e revendo – as posições “consagradas”,
NÓS: Primeira pessoa do plural, NÓS, voz plural, “a fala de um grupo”. E a atmosfera sombria explicita-se no desfecho de NÓS, em que a primeira pessoa do plural encabeça a “poli-position”, mas com a observância do equilíbrio para as variantes do positivo e do negativo no valorar esta sombra que ora sobrevoa e ora rasteja nestes poemas.
VÓS: Segunda pessoa do plural, a mais “clássica e cerimoniosa”, que formula ardiloso terreno nas complicadas ou hesitantes conjugações do VERBO nas concordâncias, que faz abrir os olhos e os ouvidos para a tarimba do poeta a enfrentar o desafio – neste caso aqui, em particular – do VERBO. Porém, VÓS são os outros, que não NÓS
ELES: Terceira e última pessoa do plural, difere de VÓS – pessoas de quem nada sabemos, nem de quem se trata, porque ELES, ainda que igualmente anônimos, estão à nossa frente e os apontamos.

Na função pronominal, em que de acordo com a cena, o texto somos ou nos identificamos com EU, TU, ELE, NÓS, VÓS, ELES - ora nomes próprios e sujeitos, ora meros objetos anônimos. 
 * Trechos do prefácio - Roberto Massoni 



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