Desenho de giz
sob a goteira do tempo.
Coando-se em mim
a morte constrói castelos
e estalactites...
Dente de leão
que o destino bafeja
a deriva dos ventos
... e tufões!
Nos tentáculos do deserto
o sol/criança gulosa
lambe-me, escultura de gelo.
Impetuosa corrente de vida
arremessa-se em meu peito
fraco/flácido papel de seda.
Na mesa de deuses famintos
o desjejum.
Sou boneco de açúcar!
Francisco Ferreira
Comentários
Nada que venha de você me soa como clichê, me parece mais expressões de carinho e admiração mútuas. Pode ser poética, mas é doloroso sentir-se um boneco de açúcar no desjejum de deuses famintos. Obrigado pela força sempre presente. Abraços fraternos.