OÁSIS - antologia do Prato de Sopa
Monsenhor Moreira - capa dura -
Ed. Costelas Felinas -
http://artesanallivros.blogspot.com.br/
Ed. Costelas Felinas -
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Veja o prefácio e leia alguns poemas.
Prefácio
Para o viajante no deserto a grande benção é
o oásis. A vida é dura contra areia e calor, mas se mantém porque o oásis a
retempera. Retempera, mas não a detém junto a si, porque por vocação será
sempre passagem em rota de viajante. E este sabe, ou não sabe, aonde quer
chegar, mas com certeza no oásis não pode morar.
Milagre vindo da água que assoma à superfície
e forma pequena lagoa, o oásis tem pouco espaço, tem poucos recursos, pode
albergar a poucos que obrigatoriamente têm que vir e ir, em ciclo contínuo.
Estranho destino ser tão essencial em tão
curta estadia. Ser vital por momentos. Mas não quaisquer momentos. Nos momentos
do cansaço extremo e do refazimento, ao oásis o viajante entrega o fardo desse
cansaço e aguarda novas forças para deixá-lo e retomar viagem. Precisa colher
coragem para seguir sua rota de areia e calor.
Ao matar a sede, o viajante pode olhar em
redor. Ao satisfazer o básico, pode despertar para o belo, pode abrir-se para a
colheita inesperada. A colheita do sensível que preenche a Alma. Sem sede e à
sombra, o viajante volta-se para si mesmo e percebe-se como pessoa. Dono de
pensamentos que retornam, de um coração que pode amar, busca no instinto e nas
estrelas uma nova rota e seu destino.
O oásis não se preocupa com os medos daquele
que por ele passa, e com palavras de silêncio lhe murmura: coragem, para chegar
a seu destino, ninguém pode furtar-se do caminho. Por isso não pare, nem no
espaço e nem no tempo. Muito menos no tempo remoendo o que passou, imobilizado
entre minutos que não deixa seguir adiante. Viajante, liberte-se do destino de
viver um tempo que já não conta e sofrer dores pelo que não deixa cicatrizar.
O oásis sabe que tudo é passageiro, os
viajantes, os frutos e até mesmo a água de sua lagoa que se entrega sem parar
ao vento e precisa ser reposta pelo coração da Terra.
E nessa incessante mutabilidade, só duas
coisas permanecem: a presença acolhedora do oásis e a gratidão de cada
viajante.
Deus abençoe o Prato
de Sopa por ser um oásis...
Deus abençoe a cada
morador de rua
em sua viagem...
Deus abençoe os
autores pela colheita inesperada de seus haicais...
** Roberto da Graça Lopes
Coordenador Grêmio de Haicai
Caminho das Águas
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POEMAS
Alceu Pires da Silva
No barco de pesca
a rede vazia —
Rajada outonal.
Alfredo Fernandes Pereira Neto
Luau diferente —
Ao redor da fogueira
jovens dançam reggae.
Darci Ribeiro
Final de tarde —
Caranguejos saem do mangue
na maré baixa.
Elizabete Conceição dos Santos
Amanhece...
Entre as flores do canteiro
as borboletas.
Hélio
Roberto Moreira Sérgio
Silêncio só...
As árvores somem
no meio do nevoeiro.
Comentários
Muita Paz para todos,
Cris