POEMA DE CARNE DIVIDIDA
Não escrevo só para a minha vida.
Nem só para a sua nem pra de ninguém.
Eu escrevo sim para as muitas almas
Que grande Pessoa disse que se tem.
Guardo no poema coisas que não vêm
E que quando chegam estão derretidas
Por um não-querer, não-chegar, não ter,
Coisas de mil almas, no ser divididas.
Como posso dar-te uma definição
Se dá-me o poema a carne dividida?
Se a cada hora sou contradição?
As minhas verdades adrede fingidas
Existem no ser como condição
De chegar ao cerne da (in)sincera vida.
Nem só para a sua nem pra de ninguém.
Eu escrevo sim para as muitas almas
Que grande Pessoa disse que se tem.
Guardo no poema coisas que não vêm
E que quando chegam estão derretidas
Por um não-querer, não-chegar, não ter,
Coisas de mil almas, no ser divididas.
Como posso dar-te uma definição
Se dá-me o poema a carne dividida?
Se a cada hora sou contradição?
As minhas verdades adrede fingidas
Existem no ser como condição
De chegar ao cerne da (in)sincera vida.
Natanael Gomes de Alencar
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