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Instante que não passa - Adriano Dornelas

Eis um silêncio – vazio!
Eu mesmo – um nada!
Penso que o ontem sempre foi um dia melhor,
Assim, permaneço hoje mais pobre, ferido, acabrunhado...
Não encontrei ninguém que me acolhesse...
Estou sendo banido (quem sabe, por mim mesmo)
Do meu próprio sonho,
Desistindo do reino que, neste mundo, não consigo encontrar.
Sou um libertino de coração errante
Tentando enganar-me, entendendo-me pouco...
Quantas vezes já me perdi na tentativa de me encontrar!?!
Guardo no peito a explosão de meus anseios,
Uma bomba (Meu Deus!) imensa,
Mas com a qual ninguém parece se importar.

O poeta vai então recolhendo
As ruínas que dentro dele apenas se acumulam
Até que um dia se arrependa
E tudo esqueça apenas para não sofrer.
O tempo é o vigia destas horas
E talvez remedeie algum dia, o poeta,
Porém as horas tardam e tão lentas se arrastam
E resta somente a dúvida se permanece ou parte
Procurando sobreviver...
Certeza tem apenas da sua dor...
Que não passa.

Adriano Dornelas
livro: Pegadas

Comentários

Hilda Curcio disse…
Poeta Adriano, seu texto dói, porque tem vida, e é bem bonito. Parabéns!

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