ESCREVEMOS PORQUE
Escrevemos porque alguém sempre nasce,
alguém sempre morre
e porque sempre para alguém que escreve tem alguém que lê,
porque é insuficiente respirar e insuficiente a algema para prender,
porque alguém quer sempre libertar-se ou mesmo ferir-se de palavras e solidão e companhia na mesma mão e contramão motiva a escrever.
Porque não temos irmãos
e os temos como coelhos,
porque os teus olhos são azuis ou pretos ou vermelhos,
porque as menores atitudes motivam, as maiores estimulam, porque nunca nos entenderemos e sempre nos falaremos e choraremos, assim como insensíveis sensibilizaremos.
Porque temos moral,
porque somos imorais,
porque usamos terno, porque temos cargo, encargos, desemprego, camiseta regata, porque adoramos funk, rock , porque detestamos música, porque vivemos pouco, muito, e sempre alguém nasce enquanto morremos e alguém morre enquanto nascemos.
Escrevemos porque o sol morre e nasce, dentro e fora.
Porque comemos ovos e não os comemos,
porque o ventilador funciona e não há luz,
porque o mar regurgita e baleias surfam e golfinhos sonham dominar o mundo, porque as ondas são espumas na boca envenenada do oceano, porque é doce a rocha entre os dentes das ilhas.
Escrevemos porque se parássemos simplesmente pararíamos e nada mudaria, então não paramos na pausa do vento, e vamos às crateras do teu rosto feminino e amarelo.
E se há filosofia insuficiente na suficiência das marés, entendemos que é só pegar o lápis e seguir o ciclo.
Escrevemos porque um dia alguém guiou nossa mão sobre as linhas que desobedecíamos.
Escrevemos porque a frustração de não nascer em perfeição de árvore nos tomou.
Escrevemos porque não podemo s nos casar com a borboleta que surpreende-nos o jardim.
Escrevemos porque queremos acreditar que é verdade a mentira de ciscar letras.
Porque existem mulheres delicadas nas janelas do sol.
Porque existem plantas vestidas de nudez de avenca.
Porque existem galhos de seios redondos e de amor macio.
Porque existem uvas que apertadas dão gozos excelentes de safras infinitas.
Por isso, escrevemos na dor o prazer de termos pouco tempo para muito anseio.
Escrevemos porque imaginamos olhos sobre o papel como barcos felizes vazios de pentagramas em eternidade.
Escrevemos pra deixar um pedaço de nossa carne banhada no sangue do signo.
Porque alguém sempre espera que escrevamos o seu nome verdadeiro.
alguém sempre morre
e porque sempre para alguém que escreve tem alguém que lê,
porque é insuficiente respirar e insuficiente a algema para prender,
porque alguém quer sempre libertar-se ou mesmo ferir-se de palavras e solidão e companhia na mesma mão e contramão motiva a escrever.
Porque não temos irmãos
e os temos como coelhos,
porque os teus olhos são azuis ou pretos ou vermelhos,
porque as menores atitudes motivam, as maiores estimulam, porque nunca nos entenderemos e sempre nos falaremos e choraremos, assim como insensíveis sensibilizaremos.
Porque temos moral,
porque somos imorais,
porque usamos terno, porque temos cargo, encargos, desemprego, camiseta regata, porque adoramos funk, rock , porque detestamos música, porque vivemos pouco, muito, e sempre alguém nasce enquanto morremos e alguém morre enquanto nascemos.
Escrevemos porque o sol morre e nasce, dentro e fora.
Porque comemos ovos e não os comemos,
porque o ventilador funciona e não há luz,
porque o mar regurgita e baleias surfam e golfinhos sonham dominar o mundo, porque as ondas são espumas na boca envenenada do oceano, porque é doce a rocha entre os dentes das ilhas.
Escrevemos porque se parássemos simplesmente pararíamos e nada mudaria, então não paramos na pausa do vento, e vamos às crateras do teu rosto feminino e amarelo.
E se há filosofia insuficiente na suficiência das marés, entendemos que é só pegar o lápis e seguir o ciclo.
Escrevemos porque um dia alguém guiou nossa mão sobre as linhas que desobedecíamos.
Escrevemos porque a frustração de não nascer em perfeição de árvore nos tomou.
Escrevemos porque não podemo s nos casar com a borboleta que surpreende-nos o jardim.
Escrevemos porque queremos acreditar que é verdade a mentira de ciscar letras.
Porque existem mulheres delicadas nas janelas do sol.
Porque existem plantas vestidas de nudez de avenca.
Porque existem galhos de seios redondos e de amor macio.
Porque existem uvas que apertadas dão gozos excelentes de safras infinitas.
Por isso, escrevemos na dor o prazer de termos pouco tempo para muito anseio.
Escrevemos porque imaginamos olhos sobre o papel como barcos felizes vazios de pentagramas em eternidade.
Escrevemos pra deixar um pedaço de nossa carne banhada no sangue do signo.
Porque alguém sempre espera que escrevamos o seu nome verdadeiro.
Natanael Gomes de Alencar
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