CONCURSO PPP 2ª etapa - o resultado sairá dia 05 de dezembro... Confira aqui em breve.
ATENÇÃO - os cinco poemas selecionados que passarão para a 2ª etapa do concurso são dos seguintes autores: Jouvana Whitaker, Adriana Griner, Ângela D'Avilla e André Foltran (escolhido duas vezes)
Os poemas selecionados aqui abaixo transcritos, serão julgados agora pelos jurados: Feitosa Abrantes, Fátima Borsari e Kátia Arantes - (poetas e professores de literatura)
E apenas 01 poeta será selecionado e terá seu livro publicado gratuitamente pela Editora Costelas Felinas, conforme regulamento postado em nosso blog.http://livroscostelasfelinas.blogspot.com.br/p/concurso-poe…
*** LEIA AGORA OS POEMAS SELECIONADOS:
poema de Jouvana Whitaker - (poema escolhido por Carlos Gama para o livro Contos para Recontar, do autor jurado).
Viajantes do tempo
Que vivem nas memórias
Que geram histórias
Assim como as ondas do mar
Que vão e que vêm
Pequenas recordações de outrora
Relembradas no tempo de agora
E através das palavras
Dispersas aos ventos
Encantam
Ouvidos atentos
Gravados e memorizados
Assim como as ondas do mar
Serão contos para recontar.
Que vivem nas memórias
Que geram histórias
Assim como as ondas do mar
Que vão e que vêm
Pequenas recordações de outrora
Relembradas no tempo de agora
E através das palavras
Dispersas aos ventos
Encantam
Ouvidos atentos
Gravados e memorizados
Assim como as ondas do mar
Serão contos para recontar.
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poema de Adriana Griner - (poema escolhido por Neli Vieira para o livro O Signo da Borboleta, da autora jurada).
viver sob o signo do sapo
e ser girino lutando com as águas
e sapo cantando nas pedras
e, vapt vupt, enlaçar o mundo
viver sob o signo do mar
eterno ir e vir
sempre igual e sempre distinto
viver sob o signo da lua
e ser um dia luz e um dia noite
um dia graça e um dia lixa
um dia dor e um dia paixão
viver sob o signo das águas
e escorrer por entre as quinas
e empoçar e correr rasteira
nunca o mesmo rio
viver sob o signo da borboleta
e sobrevoar de leve a terra
e assim, de leve,
existir
e ser girino lutando com as águas
e sapo cantando nas pedras
e, vapt vupt, enlaçar o mundo
viver sob o signo do mar
eterno ir e vir
sempre igual e sempre distinto
viver sob o signo da lua
e ser um dia luz e um dia noite
um dia graça e um dia lixa
um dia dor e um dia paixão
viver sob o signo das águas
e escorrer por entre as quinas
e empoçar e correr rasteira
nunca o mesmo rio
viver sob o signo da borboleta
e sobrevoar de leve a terra
e assim, de leve,
existir
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poema de Ângela D'Avilla - (poema escolhido por Geraldo Sant'Anna para o livro A Caminho do Umbigo, do autor jurado)
Começou assim:
A caminho do umbigo
desejo e gemidos
uma trilha que somente
nós conhecíamos
desejo e gemidos
uma trilha que somente
nós conhecíamos
*****
poema de André Foltran (poema escolhido por Cris Dakinis para o livro Adágio Ensolarado, da autora jurada)
A TEMPESTADE
[ 1 ]
A festa não tinha
hora para acabar.
hora para acabar.
Estávamos com tanta sede
que tomamos
direto na veia
a substância da nossa
liberdade.
que tomamos
direto na veia
a substância da nossa
liberdade.
E como estivéssemos
apaixonados
dançamos o ritmo
da nossa geração
tão distraídos...
apaixonados
dançamos o ritmo
da nossa geração
tão distraídos...
E como estivéssemos
embriagados
lançamos facas
uns nos outros
sem medo algum
de nos cortar...
embriagados
lançamos facas
uns nos outros
sem medo algum
de nos cortar...
[ 2 ]
Mas muito tarde
os cães da noite
anunciaram
a tempestade
os cães da noite
anunciaram
a tempestade
e não deu tempo
de retirar
todos os corpos
da varanda.
de retirar
todos os corpos
da varanda.
— Como explicar
os corpos
na varanda?
os corpos
na varanda?
— E todo aquele
tédio
nos casacos?
tédio
nos casacos?
nos perguntávamos
como estranhos
de uma mesma
festa.
como estranhos
de uma mesma
festa.
[ 3 ]
Arranhei tuas portas
na tempestade
desesperado
na tempestade
desesperado
mas você não tinha
nenhum adágio
ensolarado
o bastante.
nenhum adágio
ensolarado
o bastante.
— A tempestade
tanto acaba esta noite
como acaba
nunca, baby, disse
um penetra na
festa.
tanto acaba esta noite
como acaba
nunca, baby, disse
um penetra na
festa.
E isto, por enquanto,
é tudo o que temos
de mais bonito.
é tudo o que temos
de mais bonito.
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poema de André Foltran - (poema escolhido por Sidney Sanctus para o livro Musa Atômica, do autor jurado)
HECATOMBE
É quase noite na
Rua Pau Brasil.
É quase hora de
descer a musa
— a grande musa
atômica.
Rua Pau Brasil.
É quase hora de
descer a musa
— a grande musa
atômica.
Tiro as roupas, tranco
as porta: ela não tarda
a descer, e se me pega
ainda vestido:
— Darling, darling,
ainda escondido nesta
fantasia estúpida?!
as porta: ela não tarda
a descer, e se me pega
ainda vestido:
— Darling, darling,
ainda escondido nesta
fantasia estúpida?!
Toda noite jogamos
intermináveis partidas
de xadrez, e enquanto
fujo de seu cavalo ou
bispo, ela sussurra:
— Darling, darling,
você me pertence,
per omnia saecula...
intermináveis partidas
de xadrez, e enquanto
fujo de seu cavalo ou
bispo, ela sussurra:
— Darling, darling,
você me pertence,
per omnia saecula...
Se abro os olhos (depois
da eucaristia)
enquanto ela me beija,
e busco, nos olhos dela,
alguma nesga de piedade
só encontro sombras
(e aumento um grau
minha miopia)...
da eucaristia)
enquanto ela me beija,
e busco, nos olhos dela,
alguma nesga de piedade
só encontro sombras
(e aumento um grau
minha miopia)...
— Quando é que acaba
esta guerra? pergunto,
em lágrimas, enquanto
ela me chupa. A musa
atômica sorri (o sorriso
que há de matar-me
antes dos vinte)...
esta guerra? pergunto,
em lágrimas, enquanto
ela me chupa. A musa
atômica sorri (o sorriso
que há de matar-me
antes dos vinte)...
— Ora, darling, quantas revoluções
cabem num poema? depois me toma
à força... e como zomba, a malvada,
de minha resistência inútil...
cabem num poema? depois me toma
à força... e como zomba, a malvada,
de minha resistência inútil...
Pela manhã mamãe arromba as
portas do meu quarto devastado,
desvira a cama e a escrivaninha,
recoloca os livros na estante e as
minhas partes espalhadas no
tapete,
portas do meu quarto devastado,
desvira a cama e a escrivaninha,
recoloca os livros na estante e as
minhas partes espalhadas no
tapete,
e me costura, pedaço a pedaço,
fígado aqui, sexo ali, coração
lá... e resmunga:
— É sempre, sempre assim:
toda noite esta hecatombe!
fígado aqui, sexo ali, coração
lá... e resmunga:
— É sempre, sempre assim:
toda noite esta hecatombe!
Comentários
Parabéns a todos os selecionados, inclusive a André Foltran, com sua poesia incendiária.
Gabriela Claudino
Parabéns a todos pela classificação. Boa sorte na segunda fase. Aproveito para elogiar em especial a poesia de André Foltran, que considerei bastante incendiária.
Abraços de Gabriela Claudino.