A primeira
vez você nunca esquece, mas a segunda é uma sensação triste de burrice,
decepção, fracasso, condenação. Sim. Auto-condenação à idiotice eterna. Todo
homem trai. É uma constatação. O óbvio.
Fui traída
mais uma vez. Que ódio! “Odeio você!” (Grito.)
- “Não traí
você. Não tenho culpa. Não sou culpado!” (Outro grito.)
Ambos os gritos (o meu e o dele)
ecoam no nada, no oco. Eco. Eco em meu cérebro, em meu coração, em mim toda.
Melhor assim, porque traição é tudo a mesma coisa. E aprender número ordinal é
para isso mesmo – poder contar traições, maridos, amores...
Dois. Primeiro e segundo marido,
primeira e segunda traição. Primeiro e segundo... (Amores? Tentativas? Buscas?
Fracassos.) O terceiro, não. Ainda não existe o terceiro marido..., a terceira
traição. Mas eu já sei contar. Vai haver? Marido? Traição? Amor? Sim. Apenas
uma vez. Aprendi os números à força. Odeio Matemática.
Homem também
é mulher.
Mulher também
é homem.
Humanidade.
Vasculhe um
dicionário. Agora!!!)
Hilda Curcio (26/10/2005)
Comentários
Lucas Santos
coisas da humanidade mesmo...
Parabéns, Hilda Curcio!