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Em 01 de novembro de 2014 meus trabalhos serão expostos no OLEOWINE bar de vinhos, 23 rte de Meyrin, Genebra - com o lançamento do livro Cofre Aberto - Editora Costelas Felinas
E um monte de diversão para encontrá-lo na abertura desta exposição a partir das 17h.
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Quando o tempo
passa as lembranças assaltam o espírito. Que faço com as
lembranças? Afogo-as dentro de um lago ou as curto solitária saboreando cada
imagem registrada no cérebro que só a mim pertence ?
Recordar cada momento
passado junto a quem dividimos e cultivamos nossos sentidos são valiosos como o
ouro. Felizmente esse tesouro é privado e é protegido dos assaltos dos curiosos,
dentro do melhor cofre, a alma. Não é preciso cadeado, nem código secreto para
afastar nossos valores dos invasores. Nossas lembranças estão expostas,
roubem-nas se puderem! Esse é um prazer que todos saboreamos.
Os sonhadores e
românticos procuram manter viva as lembranças que regam o jardim da
juventude. Os cartesianos cultivam a prática e constroem a própria sepultura. A
cada um o quê merece. O medo de viver e o medo de morrer morrem com o
tempo, passam com a idade. O tempo corrói a juventude mas alicerça a
coragem. Eis um paradoxo. Compreendo essa transformação. Quando começo a
filosofar sobre o tempo e a perceber que o relógio continua o seu
passo para o futuro e o homem caminha para o útero da terra, chego ao ponto
crucial da compreensão da vida. Constato que a juventude se transforma e
caminhamos em passos cansados para um futuro cruel. Resta-nos as
lembranças de nossos bons momentos vividos. As tristezas deixemo-las trancadas;
solitários pensamentos
indesejáveis, cuja ação faz parte da nossa
historia. O importante é continuar colecionando alegrias e energia
suficientes para manter o desejo de continuar a viver. Não
podemos passar ao lado da vida sem vivê-la. Seria auto-punição.
Durante toda a minha vida
escrevi poemas, contos e crônicas de gaveta e tranquei-as a chave. Quero abrir
o meu cofre e expor, aqui, poemas que falam do que penso, de momentos alegres e
vividos, de indagações sem respostas, de crises existenciais, de pensamentos
espontâneos saídos do coração sem censura. Não tenho por objetivo escrever
sobre misérias e tristezas a fim de deprimir o leitor. Só desejo poder chegar bem perto de pessoas que
encontram na poesia uma forma de abrandar pesares, exprimir ale-grias,
desejos e revoltas contidos na alma de forma pacífica.
Cofre Aberto expõe a minha alma. Relata sentimentos de momentos vividos
que habitam o coração controvertido do ser humano feminino. Cofre aberto é um
desabafo. Em alguns momentos um grito de socorro. Não um grito de socorro de
uma mulher, um grito que representa a voz da mulher. Uma voz tantas vezes
emudecida pelo medo, pelo pudor, pela timidez.
Cofre Aberto é o som silencioso do espírito arrancado do peito e exposto
aqui, àqueles que procuram nas palavras e na poesia um esteio.
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