O rio São Francisco está secando.
É o que acredita Dom Luiz Flávio Cappio, bispo de Barra (a
545 km de Salvador), que ganhou fama internacional quando, em 2005 e 2007,
realizou jejuns cobrando do governo federal empenho na revitalização de toda a
bacia hidrográfica.
“É com muita tristeza que vejo o rio São Francisco secando”,
afirmou.
Noticia-se que a nascente do rio, em Minas Gerais, secou –
processo que se estende à foz.
“Não se preocupam com
a vida do rio”, complementa – como lembra matéria de Miriam Hermes –-,
salientando que a nascente do São Francisco que secou na Serra da Canastra
(MG), só foi notícia porque é a mais famosa.
“Muitas outras que formam esta bacia secaram antes”, insiste
o prelado.
Para ele, a falta de chuvas é apenas um dos fatores dessa
situação.
O bispo Cappio disse que se sente como São João no deserto,
“pregando para surdos”.
Para que não se
chegue a um ponto em volta, “é preciso conter o avanço desenfreado de projetos
econômicos e consequente desmatamento, para garantir a recarga dos aqüíferos e
a vida dos rios”.
Para o bispo, as
futuras gerações vão nos culpar pela sede que sentirão.
E continuaremos
pregando. Nem que seja no deserto (para os surdos, para os que não escutam os
gritos da natureza, para os alienados, para os mercantilistas, para todos os
que só pensam em cobiça, e para os só querem destruir a natureza).
Não é, Dom Luiz Flávio Cappio?
- EMANUEL MEDEIROS VIEIRA - (Salvador, setembro de 2014)
Comentários