“Se não for pela poesia, como crer
na eternidade?”
(Alphonsus de
Guimaraens Filho)
Sobra este afeto
(a muralha que me resta).
Sim, é este patrimônio que me cabe-
sem valor contábil,
o que amo,
contra o ruído, o mal e a bofetada.
Tribo perdida,
só queremos saber de nós mesmos.
Minha verdadeira cidadela é o território dos afetos.
transformado estou: no guerreiro que não me
imaginava mais, exaurido: ainda assim combatente.
Restaurado o menino que viu a regata:
é esta matéria mnemônica que tento re-fundar aqui,
papel em branco, nova manhã.
O latim do colégio ensinava que “recordar” vem de:
recordis”:
tornar a passar pelo coração.
(A poesia perpetuará esta fugaz manhã, despistando a
morte?),
vem, menino, sossega o coração na manhã azul,
me legitima na palavra
escrita,
eterniza o poema para os que vierem
depois:
é minha oferenda (o sentido desta peregrinação).
Comentários
É lindo! emociona-me. Imagina, só nesta semana duas amigas perderam um sobrinho, e outra o irmão. :(
- Será que eu entendi bem a msg. Cláudia Brino? gostaria tanto de confortá-las... seria este o poema?!
Parabéns, EMANUEL MEDEIROS VIEIRA! Sempre e muito grata pela tua sensibilidade. És sol! luz no caminho...
o link para o soneto ao amigo Emanuel: http://www.crisdakinis.com/2017/07/soneto-ao-amigo-emanuel-medeiros.html
Obrigadíssimo, querida Vera Tezza
Muito afeto para ti,
Gratidão do Emanuel e família