Confesso a vocês o meu erro
constante, teimoso, renitente e, acredito mesmo que infinitamente persistente e
repetitivo erro para com a língua portuguesa, no tocante á grafia do jeito.
Notem bem que desta vez ele, forçadamente foi
grafado com jota, da forma correta como preconizam os mais diversos filólogos e
dicionários.
Notem também que me referi á
língua portuguesa e não á língua pátria, pois o Brasil é a Pátria também do já
famoso “jeitinho” chamado de brasileiro e que dispensa apresentação de tão
conhecido tanto por aqui como por alhures, incluindo-se aí o além mar.
Nessa tradição brasileira de
a tudo se resolver ou a tudo se fazer, ou conseguir, mesmo que no
improviso, na ousadia, ou ainda na
contra-mão, usando-se de imaginação, sinuosidade e ginga para tanto, como se
pretender atingir tal resultado bamboleante com um hirto, seco e retesado jota?
Vocês já imaginaram o senhor
jota, reto, anguloso, ereto, intransigente, e enxuto de linhas como de
sinuosidades, todo engomado, provavelmente de piscinê, guarda-chuva ou bengala,
senão polainas e gravata-borboleta, bamboleando ao ritmo do improviso, pelas
curvas da vida, dando um “jeitinho” brasileiro?
Jeito minha gente, tem que
ser grafado com o ágil, sinuoso e irreverente Ge, Ge de gato, macio , ondulante e bamboleante,
que promete, oferece e que consegue chegar lá, atingir o objetivo na maciota
Vejam meus amigos, objetivo se
grafa corretamente com o indiscutível senhor jota, pois ele é único, ele é
certo, ele é meta, um ponto a ser atingido e, notem também que atingir que traz
a idéia de alcançar, de ganhar algo, de conquista, de prazer, já se grafa com o
nosso sinuoso e prazeroso Ge.
Então eu me pergunto e pergunto
também a quem possa me responder com convicção inquestionável, como grafar
geito com jota? Como transformar o nosso
geitinho em jeito seco e anguloso?
Que jeito mais sem geito gente!
- Mariza C. de C. Cezar
Comentários