Aguardente
A tarde cai em frias horas.
A coragem é pequena.
A garganta, triste.
À mesa, uma aguardente aguarda...
As mãos, não mais nuas,
Calçam luvas de lã.
A garoa escorre pelos olhos da vidraça.
Pelas ruas, ausências espalhadas...
À mesa, a aguardente aguarda...
Os olhos fechados buscam dias quentes.
A lembrança é como fogo, e queima!
E, a aguardente, ainda aguarda...
Da janela de madeira, pela fresta,
Um vento forte sopra casa adentro.
E, à mesa, apenas um copo vazio...
Luciano Marques
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