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VII ANTOLOGIA DE POETAS LUSÓFONOS

enviado por Folheto Edições


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Prefácio

É preciso passar sobre ruínas,
Como quem vai pisando um chão de flores!
Antero de Quental (1842-1891)


Vaguear pela Lusofonia faz-nos pensar, imaginar e mesmo sonhar com a Cultura que fortifica as raízes de um povo. Faz-nos adormecer pela poesia do vento, embalado pelas nuvens do sonho.
Por isso, escrever é algo mais do que espalhar letras, entornar palavras ou construir frases. Escrever é transmitir ideias, é concretizar desejos, é realizar sonhos, é prolongar a firme voz de comunicar. Escrever é cunhar identidade pela diversidade cultural que une países, regiões, cidades e aldeias.
O Padre António Vieira (1608-1697), referido por Fernando Pessoa (1888-1935) como o Imperador da Língua Portuguesa, deixou gravado na sombra do oceano da Lusofonia que um Livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive.
A Lusofonia que se espalhou ao longo dos séculos e inundou Continentes, continua bem viva através das sementes que todos os dias se lançam ao vento, na esperança de um dia germinarem e darem os seus frutos.
Foram imensos os homens e mulheres que muito deram às Letras da Lusofonia, que espelharam as suas palavras e as suas frases no reflexo de oceanos de letras.
A VII Antologia de Poetas Lusófonos é mais uma laje na senda do engrandecimento da Língua Portuguesa, tenha ela ou não algemado um acordo ortográfico. Essa elevação consagra-se a todos os Poetas que se congregam a este projecto. Que acreditam. Que o entendem. Que o acarinham...
É um desígnio, como desde o início foi arcado, que tem como finalidade a promoção dos Poetas e a Língua Portuguesa. Só isso nos possibilita melhorar edição após edição.
A todos os Poetas, mais ou menos eruditos, mais ou menos doutos, temos que agradecer e autenticar o respeitante valor. Agraciar, não apenas com palavras, mas também com acções. Nesse sentido, vamos impulsionando esta Antologia que nas várias edições já abrangeu mais de 350 Poetas provindos de 24 países de todos os Continentes.
É, essencialmente, um projecto de Esperança…
Incansavelmente içamos a bandeira da Lusofonia no mastro da Literatura, almejando que a alucinação das nuvens que telham o azul do céu, nos sirvam o sonho de bandeja.
Quando idealizamos, esperançados na conquista da promoção da Língua Portuguesa, conseguimos exaltar as nossas ambições e derreter o lacre de todas as muralhas que continuamente surgem no nosso caminho.
É um curso longo a percorrer.
Com a Lusofonia acondicionada na algibeira do pensamento, sempre preparada a ser usada, vamos arremetendo o isco ao nosso âmago com a ascensão da nossa Língua, seja promovendo os grandes nomes da Literatura Lusófona ou lançando ao rio da Cultura as nossas ideias, os nossos pensamentos os nossos poemas, como pescador que horas a fio vai acreditando e amparando a esperança de um peixe pescar. Mas, mesmo para pescar, é terminante aprender a esperar, sem desbaratar a esperança, como abrigava o poeta espanhol Ramón de Campoamor y Campoosorio (1817-1901) no delineamento da sua pena: Ensinai a esperar; porque com a isca da esperança tragamos o anzol da vida.
A Lusofonia é muito mais do que países físicos. A Lusofonia não pode estar limitada a fronteiras. Tem de deixar marcas, não como barco que desenha no oceano o seu rasto em direcção ao horizonte, mas sim, vincar na pedra cultural a nossa rota rumo à certeza como os caminhos de Lu Hsun (1881-1936): na terra não havia caminhos; foram feitos pelo grande número de passantes.
A VII Antologia é a continuação do encontro entre diversos poetas de variados e longínquos países, onde a distância é apenas terrena. É a união da Língua que consegue galgar todas as barreiras. É o encontro de todos aqueles que falam Português, independentemente da sua ideologia política, religiosa, cultural ou social.
É a Lusofonia Poética que Cecília Meireles (1901-1964) defendia como um espaço para publicação de música e de poesia de poetas da Língua Portuguesa. É o encontro do mesmo idioma, mas de cores variadas.
É neste horizonte de união, de encontro, que a VII Antologia de Poetas Lusófonos pretende levar, mais longe possível, as mensagens que os poemas dela transbordam.
Esta é uma Antologia que até pode ser a Última flor do Lácio, como Olavo Bilac (1965-1918) defendia a Língua Portuguesa. Mas será, sem desprimor, mais uma pequena raiz a vingar no solo da incerteza. Uma raiz que dará a sua planta, flor e fruto e conseguirá contender contra todas as intempéries.
Por isso, é que existe este encontro, esta união entre todos os Poetas que abraçam este projecto.
A Antologia de Poetas Lusófonos é de todos vós, Poetas. É de todos aqueles que honram e louvam a Língua Portuguesa.
E, enquanto admitirmos que vale a pena altercar pela Língua Portuguesa, como advogou Fernando Pessoa, devemos ter esperança porque as angústias mais cerradas deixam sempre clareira alumiada por uma réstia de esperança, como decretou o punho de Camilo Castelo Branco (1825-1890).
Sonhamos e conseguimos, com todos os autores, levar bem longe este projecto que já une Continentes sem pensar em raças ou religiões, mas sempre a criar laços que se unem e transformam na grande árvore da Língua Portuguesa que é a Lusofonia. Porque O mar da minha vida não tem longes como enalteceu o poeta açoriano Armando Côrtes-Rodrigues (1891-1971).


Adélio Amaro

Coordenador da Antologia de Poetas Lusófonos

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