Autor de "As Vinhas da Ira" recebeu Nobel por falta de opção, revelam documentos
DE SÃO PAULO
"Por seus trabalhos realistas e imaginativos que combinam humor,
simpatia e percepção social incisiva." Oficialmente, o escritor
norte-americano John Steinbeck (1902-1968) ganhou o Prêmio Nobel de
Literatura de 1962 por essas razões.
Documentos
divulgados pelo jornal "Svenska Dagbladet" revelam que a Academia
Sueca, na verdade, concedeu o prêmio ao autor por considerar que não
havia "nada melhor".
Associated Press |
John Steinbeck, autor do livro "As Vinhas da Ira", em foto de 1965 |
De
acordo com o jornal, o autor de "As Vinhas da Ira" bateu outros 66
candidatos apesar de não estar no auge de sua carreira literária. Mas os
outros finalistas, o dramaturgo francês Jean Anouilh, a escritora
dinamarquesa Karen Blixen e os britânico Lawrence Durrell e Robert
Graves não conseguiram convencer os quatro integrantes do júri.
Um deles, Henry Olsson, disse na época que "não há candidatos óbvios e a comissão está em uma situação nada invejável".
Blixen foi retirada da lista por ter morrido naquele ano; Anouilh tinha
poucas chances porque seu compatriota Saint-John Perse tinha vencido o
prêmio em 1960, e os jurados consideraram que Durrell ainda não estava
maduro o suficiente para receber o prêmio.
Restavam
Steinbeck e Graves, mas o comitê optou por não premiar o britânico, por
considerarem que sua carreira era "limitada à poesia", --embora Graves
tenha escrito vários romances históricos.
No
entanto, a eleição das vozes polêmicas e muitos levantaram contra. E
próprio Steinbeck, em seu discurso, disse: "Em meu coração pode haver
dúvida se eu mereço o Prêmio Nobel, em vez de os outros homens a quem eu
respeito e reverencio".
(enviado por Madeleine Alves)
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