estilo poético que reúne versos
de vários autores, resultando por fim num arremedo de poema com sentido
completo
Veja os poemas
Mar, belo mar selvagem
A onda que desprendes,
Entre tormentas tristes e
bonanças
Cobre de espumas o penhasco
escuro.
Quero boiar a tona das
espumas!
Acolhe-me caridosamente
Que os canalhas do mundo me
provocam.
Eu quero! Eu quero... seus
braços
Nada de esperanças!
Por que vive o homem?
(versos dos
poetas: Vicente de Carvalho, Pablo Neruda, Camões, Ribeiro Couto, Castro Alves,
Cassiano Nunes, Augusto dos Anjos, Mário de Andrade, Artur Rimbaud, Carlos
Drummond)
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VERSOS À BOCA DA NOITE
(título do livro de Carlos Drummond de Andrade –
Antologia Poética)
Vem
Cupido, soltar-me desses laços,
tu,
que em ímpeto abrasas escondida
entre
as ondas com ânsia poderosa!
Ah,
se ao menos teu nome ouvir pudera!
Mulher
celeste, oh! Anjo de primores!
Que
embelezada e solta em tal ambiente,
sombra
amiga, em que possa adormecer
imenso,
eterno amor te consagrei
não
me apagando a existência
e
na idade do amor envelheci.
Sim!
Tudo em ti é para mim sagrado,
pede-me
a vida, porque tudo é teu.
Vês,
querida, o horizonte ardendo em chamas?
A
lua na janela bate em cheio
num
dos teus gestos, florido e mavioso
deliciosa
síncope do gôzo.
Deise Domingues Giannini
(versos dos poetas: Alvarenga Peixoto, Gregório de Matos, Santa Rita Durão,
Claudio Manuel da Costa, Maciel Monteiro, Gonçalves Dias, Bernardo Guimarães,
Francisco Otaviano, Laurindo Rabelo, Álvares de Azevedo, Luiz Delfino, Casimiro
de Abreu, Machado de Assis, Castro Alves, Bernardino Lopes, Raimundo Correia)
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Término do caminho
Como quem pára ao fim de uma jornada
E vai nela (ai de mim!) palpando e vendo
Quando depois do sol não vem mais nada...
Logo em minha alma a luz ia perdendo
Aonde vais, meu coração vazio?
Ergues nas mãos as rosas do Passado
A luz do teu olhar tênue e sombrio
Qual se fosse num túmulo encerrado
Pois sei que a dor maior do meu tormento
Que ainda me punge e fere sutilmente
Enquanto o mundo gira em sombras, lento...
Todo envolto num nimbo pardacento
O céu coalhado tem um ar ausente...
E ali fico num largo esquecimento
(versos dos poetas: Afonso Lopes Vieira,
Bocage, David Mourão Ferreira, João de Deus, Camilo Peçanha, Bernardo Passos,
Alice Moderno, Villaespesa, Antonio da Fonseca soares, Humberto Del Maestro,
Antonio Machado, Antero de Quental, Antonio Sardinha, Reis Quita).
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Desejo
Minh’alma de sonhar-te, anda perdida,
Quando em meu desvelado pensamento
Serei eu alguma hora tão ditoso,
Canta! Busca na vida o que é perfeito.
Duas almas que tarde se encontraram.
Ânsia de amar! Oh, ânsia de viver!
Prende nas tuas minhas mãos cansadas
Quando, no outono, ocasos tristes douram
Como, importuno amor, inda procuras
O desejo maior de toda a gente.
Thereza Ramalho Figueiredo
(Versos dos poetas: Florbela Espanca, Francisco Manuel
do Nascimento, Francisco Manuel de Melo, Fernanda de Castro, Julio Dantas,
Manuel Laranjeira, Maria Helena, Mário Beirão, Marquesa de Alirna, Virgínia
Victorino)
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Mulher
“Boa noite, Maria! Eu
vou-me embora,
Hei de lembrar-te sempre
com ternura.
E olha que escuridão há
lá por fora!
Bem reconheço a loucura.
A mulher surge sempre na
hora,
Como uma tangerina
temporã madura,
E na luz entreaberta da
aurora
cheia de zelo e ternura.
É nelas que estão
amalgamadas
Em eterno montão de duro
trigo,
O sol que doura as neves
afastadas.
E viverás em plenitude
comigo.
Seus lábios rubros e
suas mãos delicadas.
Não, não atente para o
que digo.”
Marly Marduco Palma
Autores: Castro Alves, Vinícius de Morais, Olavo Bilac,
Vicente de Carvalho, Narciso de Andrade, Guimarães Rosa, Pablo Neruda, Neusa
Simões Carito, Regina Alonso, Garcia Lorca, Fernando Pessoa, Peilton Sena,
Humberto del Maestro, Bebel Mendonça e Leandro Luiz Rodrigues.
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Creio como o filósofo mais crente
na dura labuta de todos os dias
Meu verso é sangue. Volúpia ardente.
Não me constranjo de sentir-me alegre.
Por que falsa mesquinhez me rasgaria?
Ocupo o cotidiano com a indiferença sublime.
Quando, em meu peito rebentar-se a fibra,
qual branca vela na amplidão dos mares,
esticando-se como quem vai ao céu,
façam digno de vós o meu suspiro!
Ludimar Gomes Molina
Augusto dos Anjos, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira,
Mario Quintana, Carlos Drummond de Andrade, Cláudia Brino, Álvares Azevedo,
Castro Alves, Vieira Vivo, Claudio Manuel da Costa.
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Bacanal
Era uma tarde triste mas límpida
e suave
numa sempre diversa
realidade.
Dormem as sombras na alameda
vou meu
caminho seguindo
à procura de quem me entenda
por virtude do muito imaginar
deixando erguer a virginal
camisa
depois... desperta no febril
delírio.
É sempre no passado aquele
orgasmo
chegam os gays para acabar com
essa pouca-vergonha.
Olímpio Coelho de Araújo
Castro Alves, Vinicius de Moraes, Manoel
Bandeira, Patativa do Assaré, Cecília
Meireles, Luiz de Camões, Manoel Maria Du Bocage, Casemiro de Abreu, Carlos
Drummond de Andrade, Luiz F. Veríssimo
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