rimas em que a primeira palavra de um verso deriva-se da última palavra do verso anterior, amplificando-a.
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O Ócio
O convite que ora faço
É para a vida celebrar
Celebrando a vida, afastamos a morte
Deixando a alegria se instalar.
Antes do amor, o corpo busca energia,
energizando-se com frutas e delícias.
Um vinho tinto para o gozo apimentar
E um branco se o cansaço chegar.
Clara Sznifer - cepelista
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Claudio Carmo (Vencedor do concurso Trajes Poéticos)
Francisco Grácio Gonçalves
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VITALIZANDO
CONTRÁRIOS
Jorge Nascimento
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os poemas publicados aqui participaram do concurso Trajes Poéticos
realizado pelo Clube de Poetas do Litoral - salvo os poemas dos autores
cepelistas que foram os julgadores do concurso.
O Ócio
O convite que ora faço
É para a vida celebrar
Celebrando a vida, afastamos a morte
Deixando a alegria se instalar.
Antes do amor, o corpo busca energia,
energizando-se com frutas e delícias.
Um vinho tinto para o gozo apimentar
E um branco se o cansaço chegar.
Clara Sznifer - cepelista
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RIMA AMPLIFICADA
Vem letra simples.
Unida a outra.
E mais outra.
Avoluma-se em um
crescente.
Crescendo se agiganta.
Vem a frase.
Com crase.
Que classe.
Estilo.
Amplifica-se.
Amplificando o fonema.
Vem ela a rima.
Rimando entre versos.
Embeleza a folha.
Fantasias.
Devaneios.
Desejos.
Paixões.
E ela se achando.
Acha-se agora em prosa.
Nervosa.
Sorvida.
Provada.
Palavra.
Simplesmente.
Fonema.
Rima Amplificada.
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PERDÃO
Ei, eu te perdoo!
Perdão lhe entrego, sem
questionar
Se meu verso for vago para
ser aceito,
aceite, assim mesmo, sem
protestar.
Não há motivo para
indiferenças vazias,
quando o amor grita, pestaneja...
Não chore,
choro de dor,
o pior é momentâneo,
partiu e não vai voltar,
volte as lembranças boas
para onde estavam.
O coração da sua doce
criança irá te abrigar...
Thais Lemes Pereira
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Chocolate
A escura calda no pote se derrama
derramando a clara como a
sobrepor-se
e a mistura do cacau extasia e me
chama
ao momento, antes amargo, agora
tão doce,
adoçando a vida e lhe dando
sabor.
Saboreando então como se fosse
um chocolate que reage ao
estupor,
delicio-me no tablete bicolor.
Deise Domingues Giannini - cepelista
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PORCELANAS DE ORVALHO
Quando subimos o olhar prodigioso
E ao longe as aromatizámos,
Sentimos a tal correlação
Que se viria a revelar benévola
E que muitas vezes nos forneceu
O firmar da arte desirmanada.
Esse silêncio que nos
intacta,
Dilacerou-nos o
racionalizar,
Racionalizando-se no
austero,
Abandonando-nos,
dementes,
Perante tal
excelência singular.
Esses desertos,
Essas areias secas,
Secando esses pós
mortos
Que ressuscitam
E florescem
Na
incomensurabilidade
De impugnações,
Não se alcançam
Alcançando dominar.
E…
São engenho
Que embute,
São faísca
Que atinge,
São sabor,
Que tolhe,
São perfeição,
Que permanece.
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Ah! Este banquete que me deleita!
Este licor que minha alma alimenta.
Alimentando minhas fraquezas.
Enfraquecendo minhas fortalezas.
Este pecado divinal a que me entrego
Entregando de bandeja o meu prazer
À minh’alma que no
prazer se deita!
Ludimar Gomes Molina - cepelista
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Lembranças perdidas
Queria querer
Querer eu queria
Esqueci de querer
Esqueci que queria
Queria lembrar
Lembrei que esquecia
Esquecia o presente
Lembrei o passado
Esqueci um tempo
Esqueci onde ia
Lembrei que amei
Mas esqueci o dia
ValquiriaImperiano
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Deleite
Oh! Benesse dos sentidos!
Supremo paladar de iguarias
sorvendo líquidos e sólidos
solidificando o encanto
de degustar finos néctares
Oh! Regozijo do sentir!
Amplos sabores saboreando
claras e escuras delícias
Vieira Vivo - cepelista
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Não
quero a vida insincera,
sinceridade
é o que quero,
querendo
que cada fera
ferocidade
supere,
superando
seu inferno,
infernizado
e interno,
internalizando
o belo,
embelezando
o diverso,
diversificado
em verso
versificado
e vital,
vitalizado
em contrários,
contrariando
irreais,
realizando
o ser vário.
Natanael
Gomes de Alencar
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A
Menina
existe
a menina
habita-me
com sede
sedenta
de histórias
curiosa
da vida encanta
encantada
por magia
e
tudo que espanta
teme
o desconhecido
a
dor assusta
assustada
chora
eu
apenas olho
olhando
espero
vai
passar
Benette
Bacellar
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Deixe
Quero saber seu nome
para escrevê-lo dentro do peito
somente para deixar no eterno,
Quero saber seu nome
para escrevê-lo dentro do peito
somente para deixar no eterno,
eternizando
assim o que considero perfeito:
Um
coração emaranhado
emaranhando
vai ficando cada vez mais
no
carretel do desejo.
Pamela
dos Santos Gomes
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Quero
quero
o sabor
saboreando
o beijo...
assim
quero
querendo
os lábios seus.
pois
de tanto querer
fico
imaginando
o
que posso mais querer
desse
afeto meu.
Jorge Nascimento
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RATOEIRA
A
vida corre, corre, corre.
Correndo
você tenta acompanhar os seus passos,
mas
logo em descompasso entra,
entrando
assim em colapso.
Num
lapso de tempo tudo se perde,
perdendo
o tempo do seu ontem, do seu hoje e até do seu amanhã.
A
vida rói, rói, rói,
roendo
vai as unhas dos seus dias,
dos
seus queijos, dos seus lampejos, dos seus beijos.
Beijando
o ar você tenta, tenta e tenta,
mas
seu sonho não se alimenta, não se sustenta.
Não
dê bobeira! É uma ratoeira!
A
vida é danada, engana, mente,
mentindo
veementemente todos os seus acertos,
acertando
inclemente bem no coração dos seus erros.
Errante,
você segue, você vai, você se esvai!
A
vida só corre, corre, escorre,
Não
se sabe para aonde.
Quando
mais se precisa, ninguém socorre.
Socorro!
Socorro!
Coitada:
a vida também morre!
E
com ela, com você, eu também morro!
Geraldo
Trombin
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CINEMA
Apagam-se
as luzes,
iluminando-se
a tela
com
histórias que seduzem.
Sedutor,
o projetor:
projetando
sonhos
a
quem nunca os realizou.
Edweine
Loureiro - Saitama / Japão
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