E os girassóis voltaram a sorrir...
Quantas vezes,
no curso dos dias, giramos tão em torno de nós mesmos que não reparamos no que
há à nossa volta? Quantas e quantas flores desabrocham e cumprem seu ciclo sem
que sequer olhemos para elas?
Foi assim que
certo dia reparei num pequeno campo de girassóis, plantado em um terreno
localizado em uma das ruas pelas quais passo todos os dias. Corria,
como sempre, o meu trajeto já
batido pela rotina diária, mas naquele dia, tudo foi diferente. Não tive como
não reparar aquela luz vinda do amarelo intenso dos girassóis e daquele
movimento delicado em torno de si buscando a luz do sol... Mas não era um movimento isolado. Todos
faziam seu bailado sincronizados e em conjunto.
E a flor do girassol, tão linda
parecia sorrir, convidando para seu delicado bailado, fazendo-nos
repensar as belezas da vida e afinal, por quê e para onde corremos tanto?
O tempo parecia ter parado. O girassol parecia sorrir.
A visão daquele momento pareceu
eterna, mas não durou mais que alguns
minutos. Mas foi o suficiente para que despertasse o “insight” tão conhecido por quem escreve. Não
houve como resistir àquele momento de
inspiração que chega de uma vez e transborda para o papel, traduzindo todo o
sentimento represado, se mol-dando em prosa ou poesia. E assim nasceu a poesia
“O girassóis voltaram a sorrir” e o que se sucedeu depois foi
consequência. O sorriso dos girassóis
possibilitou a reunião de outros textos, também frutos de reflexões que nos
tomam em situações inusitadas como essa que
ocorreu com a pequena plantação de girassóis.
Pode parecer
estranho, mas os girassóis sorriem. Sim, eles sorriem cada vez que desabrocham e se voltam à luz do
dia. E ao se voltar à luz do dia eles transmitem e transmudam em poesia. Assim é a vida. Assim é o viver. E,
se agirmos tal e qual os girassóis, veremos que a vida possui muito mais beleza
e poesia do que se imagina. Veremos, que somos capazes de buscar a luz e emitir
nossa luz própria. Veremos que, acima de qualquer situação que estejamos
passando, não somos tão destituídos de alegria que não possamos sorrir, ainda
que seja um sorriso de leve.
Os girassóis
voltaram a sorrir e nos convidam a sorrir para a vida. Basta aceitarmos o convite e seguir. - por Adriana Pavani
ed. Costelas Felinas - livros e revistas artesanais
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