Todos no mesmo barco
Independentemente da opinião que
cada um tenha sobre o ex-governo Dilma Rousseff, o que é naturalmente legítimo;
independentemente da opinião que cada um tenha sobre o impeachment da
presidenta, o que é naturalmente polêmico, é imprescindível lembrar qual foi o
projeto, qual foi a proposta que venceu as eleições presidenciais em outubro de
2014.
Porque falo isso? Ora, sobre as
questões mencionadas acima pode-se convergir ou divergir, ter opiniões iguais
ou totalmente contrárias. No entanto, em relação a proposta que venceu as
eleições, é preciso ter clareza.
Se, de fato, o voto no Brasil é
símbolo do exercício pleno da democracia como o Tribunal Superior Eleitoral –
TSE faz questão de propagar e, deve ser respeitado, não há como concordar com o
que vem ocorrendo no país. O Brasil passa por mudanças contrárias ao projeto
que a maioria da população, através do voto direto, escolheu.
O impeachment, portanto, sem
entrar no mérito da sua análise, não elimina o compromisso do governo em dar
continuidade ao que vinha sendo implementado. Destaca-se, ainda, o fato de que
o atual presidente da República, Michel Temer, era vice na chapa de Dilma.
Isto é a teoria, na prática o que
se observa cada vez mais e com maior nitidez é que a retirada de Dilma Rousseff
da presidência do Brasil tinha como objetivo principal a mudança de projeto do
país, do projeto sacramentado pelas urnas em outubro de 2014. Assim sendo,
podemos afirmar que a tão decantada democracia está sendo vilipendiada à clara
luz do dia.
O projeto que venceu as eleições
presidenciais e que Michel Temer deveria cumprir, não propunha o desmonte do
estado brasileiro com a entrega de suas riquezas e do patrimônio público. O
projeto que venceu as eleições, não apregoava a retirada e/ou redução de
direitos trabalhistas, O projeto que venceu as eleições, não engessava o estado
no que se refere ao atendimento das necessidades básicas da população.
Independentemente do juízo de
valor que cada um faça sobre o impeachment, os que vivem da sua força de
trabalho (ativos e aposentados) agora estão todos no mesmo barco. Se não houver
muita luta para tentar barrar o que está sendo imposto, o povo mais uma vez vai
pagar a conta e os patos da FIESP ainda rirão da nossa cara!
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