Guardo comigo o caderno de poesias de minha vó Francisca Elisa de Souza Monteiro, datado de 1892, em que ela escrevia
seus poemas em letra gótica e bem traçada, que eram dedicados a alguém de sua
amizade. Esse caderno, para mim, é uma
verdadeira relíquia. Coloco na
capa deste meu livro, a dedicatória que
ela escreveu para seus pais.
Para Walter Winter Santos, meu marido e eterno amor de 66 anos de
convivência.
LEIA ALGUNS HAICAIS DA AUTORA
Djalda Winter
É noite. Olho o céu
E vejo o clarão da lua
Penso em Debussy.
Ralar as espigas
Dá trabalho, mas, compensa:
Pamonha gostosa.
De
asas abertas
A andorinha corta os ares:
É dona do espaço.
Meu jardim branquinho
Parece um conto de fadas:
Geou toda a noite.
Urubus em festa,
Parecem brincar de roda:
Farejam carniça.
É
dia do Livro.
O menino da Amazônia
Nunca viu um.
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