Prefácio
“Ponto de
Partida”
Tudo
na vida começa de um ponto é o que se afirma. Basta encostar a ponta da caneta
na folha em branco e surge o ponto inicial de um texto, a interrogação que
sugere uma pergunta, a exclamação admirativa ou, simplesmente, aquele ponto que
marca o final do que fora começado.
A vida de um poeta nasce como tudo mais,
dependente também de um ponto, ou seja, daquele momento especial em que o autor
faz o primeiro verso. E esse ponto
estende-se reticente até o momento
decisivo em que o poeta reconhece a importância de entregar ao público aquele
acervo considerável de sonhos carinhosamente colecionados para si mesmo,
durante a vida inteira e que, agora, sem mais delongas, sente necessidade de
expansão.
Cynira
Antunes de Moura segurava, há muito, a indocilidade que cerca todo autor,
fruto do desejo de entregar ao público versos engaveta-dos com ternura, quem
sabe, por quanto tempo! Aqueles versos, companheiros de momentos inspirados e
de colóquios com a própria alma, nascidos de um sorriso ou, como na maioria das
vezes, de uma vertente emocional que salga palavras nascidas do coração e
lavadas em pranto morno e solitário.
“Ponto
de Partida” é o primeiro livro de Cynira
Antunes de Moura. E, com todo o carinho de quem, há muito, segue seus
passos pelas trilhas da Poesia, faço votos para que este livro, “ponto de partida” de outros que ainda
virão, encontre na alma dos leitores a receptividade a que faz jus a
sensibilidade da autora, exposta sob a forma de lindos versos. - por Carolina Ramos
O príncipe
A meu marido
Desde pequena adorava
as histórias infantis,
e com afã devorava
contos de fadas gentis,
anões cheios de poderes,
reis e príncipes viris.
Adolescente
sonhava
que
eram histórias reais,
sonhando
cantarolava
aos
servidores leais
de
um príncipe encantador
que
sempre amava demais.
Romântica até a alma
conservo ainda comigo,
sonhos que vivo com calma
com o meu príncipe amigo,
pois conquistei, meus senhores,
um amor que é meu abrigo.
O
meu príncipe real
é
tal qual sempre sonhei,
alto,
moreno e leal.
Minh’alma
a ele entreguei
e
em seu peito forte e amigo
a
cabeça repousei.
E, senhores, saibam mais:
acaba a história de fada
depois das bodas reais,
porém, eu que vivo amada,
continuo minha história
com a ventura almejada.
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