“Pegadas” é um
desses livros que nos fazem exclamar: poxa, ainda há esperança na vida! Ao
longo de seus onze poemas – ora, pouco é não escrever! – o poeta, e não há
melhor adjetivo para descrever Dornelas neste compêndio, percorre seus caminhos
mais sombrios, valiosos, pungentes marcando seus passos em cada
letra/palavra/verso. É, antes de qualquer coisa, um livro de quem viveu e ainda
sente, em que cada momento nele transformado em poesia segue a pulsar: O poeta vai então
recolhendo/As ruínas que dentro dele apenas se acumulam.
O autor é hábil
ao recorrer ao silêncio para falar o que precisa ser lido, ser colocado para
fora do peito, pois ofício de poeta é transformar pedra em caminho; é do caos
que nascem as formas, nascem as pegadas de quem
soube caminhar: O silêncio do poeta fala. E não basta sonhar enquanto a vida
prossegue, Adriano é, com toda certeza, um dos Vira-lua do Quintana, a
saciar não apenas sua fome de lirismo, como a de quem com ele percorre essas
páginas de poesia.
Ao poeta, digo
em sincera amizade: não basta! Entrega-te novamente ao ânimo! Tua pena é a mais
nobre, caro amigo: ser servo da palavra que modifica.
Ainda bem que existem os poetas. - por Hernany Tafuri – Juiz de Fora,
novembro de 2012
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