Todos os poemas escritos até 2013 tiveram, agora, interferências pontuais de ambos os autores.
Em cada texto de Cláudia Brino foi encaixado, harmoniosamente, um verso
oriundo de um outro poema de Vieira Vivo, constante, também, neste livro. E os
escritos de Vieira também se sentiram, prazerosamente, encaixados pelos versos
de Cláudia. As interferências encontram-se impressas em itálico nos poemas.
COSTELAS FELINAS - livros e revistas artesanais
o fazer poético -
poema de Cláudia Brino
no
branco do papel
a
vertigem da palavra escrita
em
pausa permanente.
os
olhos investigam memórias
aromas
e sacrilégios,
porém
o
verbo decadente,
que aflora aos pelos,
repousa
a caneta
e
sobre o papel
a
vírgula exposta, como cicatriz,
recebe
toda a dor deste momento.
lâmina viva
poema de Vieira Vivo
Uiva
a palavra sobre a fronte
ao
valorizar a vertente
nos
meandros das estrofes
Preconizando
delírios
somente
para o deleite
da
língua sobre a fala
E
assim cravar os signos
na carne da memória
num
abstrato cardápio
diante
dos calendários.
Comentários
"Encaixe está me divertindo bastante, adorei tudo o que li até agora. Primeiro, selecionei e marquei o que é de Cláudia Brino e o que é de Vieira Vivo, depois, leio o poema, quando percebo o verso encaixado, saio à cata do poema do qual ele foi retirado, aí marco as respectivas páginas pra uma futura leitura. Está bem gostoso". (Hilda Curcio)