O autor de Haicais Ásperos vem, agora,
em prosa "danificar" aquilo que temos de mais precioso: nosso ego, -a manhã
é para as borboletas, o período da tarde é dos marimbondos- a cada texto
avançado o leitor poderá sentir a mesma picada que ocorre na pág. 09.
Ficamos inflados, nos preenchemos de
tudo aquilo que imaginamos ser, mas a picada, ah! a picada desfigura não só a
face, ataca os falsos de fé, corrompe a pele da soberba e nos coloca como
atores em um teatro onde no cenário é revelada a máscara caída e a inércia dos
tolerantes.
Ficamos como personagens de uma
história que sabemos há muito fazer parte, e como leitores à procura de uma
fuga, desejamos do autor o mesmo dedo na boca que aparece na capa . - por Cláudia Brino
A ÉTICA DO PÃO
Uns se intitulam
a nata do leite cultural e outros são alternativos em vender a alma
politicamente na Costa do Sol. No dossiê do pão doce, o Rei de Copas diz que
está cansado, o homem da farinha alternativa diz que está cansado, o bobo da
corte agora amigo do Rei de Copas está sem rumo...
No dossiê do pão
doce sem açúcar, o infiltrado também conhecido como o dodói, diz que quer comer
do pão da ética e fala para todos também comerem o pão da ética.
O problema é que o alternativo cansado já
falou que não tem mais farinha, que o padeiro não faz mais o pão doce há
décadas, pois a ética do pão morreu desde que começaram a implantar feudos
culturais na região.
O radical diz
que tem a fórmula para fazer o pão, mas esquece que não há mais farinha...
Tudo isso
ocorre devido à intolerância, vaidade e claro falsidade, pois se dizer cansado
e santo, se dizer cansado e salvador da pátria, se dizer radical e ir para
guerra... Realmente não dá para acreditar em palavras plantadas num trigo podre
e burro, que tem a audácia de dizer que quem planta o bem plantará o bem e o
contrário só discórdia... Engraçado ver isso tudo dentro de um fóssil de pão em
seu miolo, que contém um alternativo, um radical, um Rei de Copas, um bobo, um
padeiro e um faroleiro a enxergar tudo isso.
Quero pão!
Também quero sonho! Quero luz e sal!
O que adianta
um ter a fórmula e não ter a coragem, o que adianta um ter a farinha, mas vende
ela a troco de migalhas, o que adianta o Rei de Copas insistir nesta guerra em
vão. O faroleiro do Arraial sonhou com a união de todos os falsos reis de
feudos culturais junto com os radicais, os alternativos e com os guias da luz
do Farol para sim produzirem o pão doce novamente. Realmente só é um sonho ver
todos juntos.
A Ética do Pão
nunca existiu, pois o que falta para todos na verdade é coração e simplicidade
nas palavras vindas do Farol.
O Farol é o
nosso guia, é a nossa fé de um dia ver tudo em perfeita harmonia.
A dualidade existe e é inata, mas quem sabe
a nata vire rosquinha e o farelo uma fórmula alternativa de uma paz, mesmo que
seja provisória dentro de uma Ética do Pão.
Vou indo, pois
o carro do pão está passando na minha rua!
- Está passando
em sua porta o carro do pão! Pão doce, pão de pizza, bolos, tortas e muito
mais...Está passando em sua porta (palavras vindas do coração) o carro do pão
(vida)!
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