“Os
idiotas vão
tomar conta do mundo, não
pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”.
(Nelson Rodrigues)
O assunto deste texto pode estar superado. Mas vamos lá:
Moro indaga, Lula diz não.
O advérbio
“não” é repetido. O juiz insiste.
Onde está
verdade? É
a pergunta de filósofos– desde os pré-socráticos. Ou desde sempre.
Com todo respeito às
crenças,
às
pessoas mortas, sugiro que uma caravana de sábios, juízes, advogados, promotores,
denunciados –
vá
a um Centro Espírita.
Chamem os mortos. Busque-se um médium da estatura de um Chico
Xavier.
(Peço
perdão
pelo humor medíocre.
Mas não
era humor o que pretendia.)
E dona Marisa –
com todo o respeito aos mortos –
(insisto) dirá
se o tríplex
era do casal ou não
se ela gostava de praia ou não.
(Não
gostava de praia? Tal colocação
já
não
parece verdade. Nos tempos de presidência,
nos finais de ano, parecendo bem felizes, Lula e
dona Marisa vinham aqui para
Bahia, para a praia de Inema, local privado, de grande beleza, em Aratu, protegidos da curiosidade alheia por militares. Outros
presidentes também
faziam isso.)
Para não
parecer parcial, indague-se ao senador Aécio
Neves o que ele e o juiz Sérgio
Moro cochichavam em certa ocasião.
Quando o neto do Dr. Tancredo recebeu a Medalha do Mérito Militar, comecei a ficar preocupado.
Ainda na ditadura, falava-se muito da “volta aos quartéis” – dos militares.
Explicando para as novas gerações:
“volta
aos quartéis”, significava o regresso dos
militares às
suas funções
constitucionais.
Era uma esperança,
um alento.
Insistiram tanto na
tal dessa volta que Jaguar disse : “Espero
que não
seja a minha”.
Por que ele, como tantos brasileiros, fora preso na
ditadura.
Que não
começassem
a prender todo mundo de novo.
Para quem não
viveu aquele período
de AI-5, de Médici,
é
muito difícil
entender.
O que somos sem memória?
O senhor Fernando Henrique Cardoso e consorte (viva na época), também
apreciavam muito as praias privadas, com imensa segurança.)
De Collor, “Breve”, eu não
lembro se ia também
para tais locais privados.
Apenas uma lembrança:
quando ele chamou o Doutor Ulysses de “velho”, de bate pronto,
O honrado senhor
respondeu: “Sou velho, mas não
sou velhaco. E os remédios
que tomo são
todos prescritos pelo doutor”.
A frase Ulysses significava muita coisa. Cabe ao generoso
leitor interpeta o sentido da mesma –
mais no final do pensamento.
Dispersei-me.
Também
gostaria de saber quem mandou comprar a refinaria de Pasadena, nos EUA,
que causou um prejuízo
de mais de 800 milhões
de reais aos cofres públicos.
Ah, dona Dilma.
O meu, o teu, o nosso dinheiro, paciente leitor.
Será
que foi a dona Marisa?
Jogar a culpa nos mortos é
“muito
feio”, como dizia
uma professora do antigo Curso Primário.
Há
pessoas que têm
compulsão
pela mentira. É
doentio. Chegar a ser uma espécie
de mitomania.
Termino. Mas creio que, além
da violência
que assombra o Brasil, o fundamentalismo, o maniqueísmo, os xingamentos, os opróbrios, as ignomínias dirigidas –
ou desqualificação
pura e simples de quem é
contrários
às
“nossas” posições – afetam a própria democracia, o espírito civilizatório, a convivência generosa.
Sem argumentação,
não
chegaremos a nada.
Está
difícil?
Está.
Más
é
preciso um imenso esforço
pessoal para que possamos, de uma vez por todas, conviver com posturas alheias,
com aqueles que não
comungam com nossas posições.
Eles não
são
inimigos. São
brasileiros que nem nós
(é
claro que não
estou falando de torturadores, de pedófilos,
de traficantes ).
(Salvador, maio de 2017)
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Jefferson Rodrigues