HUMBERTO DEL MAESTRO nasceu em Vitória-ES, em 27 de março, onde concluiu seus principais estudos e iniciou sua carreira de poeta e escritor. Sua obra é versátil, uma vez que foi buscar argumentos em mananciais clássicos, de autores universais, fator que veio enriquecer sua lírica. Possui, no momento, cinquenta livros publicados e outros em preparo, tanto em verso como prosa. É detentor de inúmeros prêmios e participa de dezenas de entidades literárias, Brasil afora. Mantém intercâmbio permanente com poetas e prosadores, dentro e fora do país, e sua bibliografia é extensa, citado já pelos mais expressivos críticos literários do momento. É responsável pela crônica literária LITERATURA & ARTE, onde divulga autores e livros. É imortal da Academia Espírito-santense de Letras, cadeira 20.
** postagem enviada pelo autor
Não
pelejo por amigo Poeta
metido a rico,
nesta
estrada para o além. tenho
ares de samurai.
Se
Jesus está comigo Todo
poema que publico
não
me falta mais ninguém. desfila
de “black-tie”.
Ao
longe, de madrugada, Escuto
o vento soprando
por
sobre o mar, terno e lindo, na
manhã cheia se Sol
a
pequenina jangada e
o murmúrio vai lembrando
parece
a lua dormindo. o
canto de um rouxinol.
Passa
o vento num arrulho, Inverno,
está longe a aurora,
a
noite é fria, lá fora. a
noite é fria demais.
Como
é gostoso o barulho Os
ventos passam lá fora
da
chuva, caindo agora. gemendo
como chacais.
Amo
a noite, ela é só minha, Não
se envergonhe quem chora,
seu
mistério me seduz. doce
rotina cristã,
Nela
meu sonho caminha pois
as lágrimas de agora
embriagado
de luz. serão
risos amanhã.
Queria
morrer inteiro, Não
me acanha nem me aterra
mas
estou indo aos pouquinhos esta
falta de troféu.
e
só Deus sabe o roteiro O
que perco aqui na terra
dos
meus pobres descaminhos. ganho
em juros lá no céu.
Acordo,
olho o céu e vejo Essa
mancha exígua e preta,
que
a manhã imaculada no
seu colo, alvo e desnudo,
traz
as delícias de um beijo lembra
frágil borboleta
que
roubou da madrugada. toda
feita de veludo.
Penso
ainda ser menino, Cai
a chuva murmurando
correndo
à toa na rua, e
os pingos, em disparada,
empinando,
sem destino, são
formiguinhas nadando
a
branca raia da lua. nos
ribeirões da calçada.
Adoro
esses sons agudos Quando
vens toda enrolada
da
tua fala divina do
teu banho matinal,
e
os teus pezinhos miúdos cheiras
a terra molhada
que
lembram tanto da China. ao
passar do temporal.
O
Sol tem ares de pranto, Os
seus olhos cor de jade,
na
tarde que morre agora, de
uma ternura sem lei,
mas
sempre existe um encanto, foram
feitos da saudade
no
doce olhar de quem chora. de
um mundo que eu inventei.
Em
cada trova que escrevo, A
lua mansa, pacata,
apanhada
assim ao léu, parece,
vagando ao léu,
acendo,
com muito enlevo, uma
canoa de prata
uma
estrelinha no céu. no
lago imenso do céu.
A
trova em palavras pinta Amizade
é água-marinha,
um
quadro, às vezes, de dor. amor
é fogo que estua
Num
simples traço de tinta, e
inocência é criancinha
toda
amargura do autor. tocando
flauta na rua.
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