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A MEDIC' ENSINA, SÓ DEUS CURA - Márcia Brabo

O propósito da autora é propagar seus conhecimentos de forma menos técnica, com mais humor e amor à humanidade, de modo a alcançar todas as faixas etárias e profissões, divulgando-os em rimas e pequenas histórias poéticas, para mostrar como o corpo humano funciona. Para isso, dividiu a obra em Órgãos Externos e Internos, como se eles próprios falassem de si, solicitando cuidados, doações e fazendo campanhas, a fim de sensibilizar o ser humano a olhar para o próximo e si próprio.



A Face

É com “Ela”, que me deparo com reverência
Diariamente, quando cada ruga, conto.
E mesmo sem espelho,
diz nossa infalível impaciência:
- A maquiagem, retoco!

Na verdade, e de preferência
Muitas vezes, reboco,
Para esconder novas rugas,
 em sua vã inconveniência!
Mas, no pescoço dificilmente remoço,

Pois aí, a flacidez está “uma indecência”,
Necessitando da cirurgia com urgência!
Por isso, lá vem o botox em sequencia
Para garantir em meses,
o que já não tinha em anos!

Já que qualquer trauma se mostra com frequência,
E a cicatriz não fica “debaixo dos panos”!
O botox não dá a mesma permanência
Que a cirurgia, mas traz menos danos

Sem o peso na consciência
De como ficaria, ao longo dos anos!
No entanto, enfim, noto uma inconsequência,
Em toda essa transformação,
humana ou desumana?

- Minha despersonificação, na essência!
Não estava nos meus planos!
Então rosto, não seja objeto de experiência:
- Volte a ser Humano!

- Peça clemência!
- Sorria, e mostre suas rugas e vincos,
em todos os ângulos!

Mas, primeiro confira: - Seu plano tinha carência?

As Mamas

Mais conhecidas como seios,
Quando grávidas, drenam o alimento
do bebê herdeiro
Mas, aos homens, causam “tesão e desnorteio”,
Pois são bonitos, mesmo quando em exagero!

Se pequenos demais... Próteses substituem-nas, com esmero.
Conforme apontam, ao sul ou ao norte,
são mensageiras
Se, precisarão do sutiã, como aliado e esteio,
Para mantê-las firmes e sempre inteiras.

Surgem aos pares, para seu galanteio,
Prontas ao afago, e ao aconchego certeiro.
Por isso, cuidem delas, “mulheres fagueiras”,
Para, se possível, nunca perdê-las!

São o símbolo do sexo feminino faceiro
Que numa competição, chegam primeiro.
Invadem a mente dos homens “sem rodeios”,
Sem perceberem, o quanto “elas” são traiçoeiras.

Os homens merecem vê-las?
Só quando seguirem o conselho derradeiro:
- Em vez de palavrões, usem as palavras com zelo,
Ao elogiarem esses “seios feiticeiros”!
  
Sejam falsos ou verdadeiros,
Ainda assim, são os principais modelos
De como a natureza foi pródiga em fazê-los
Nem que seja, só para olhar ou mordê-los!

Mesmo assim, experimente entretê-los:
- Verá que são felizes ponteiros
Sem nenhum farol desordeiro,
Para deter seu suave balançar arteiro!


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Comentários

Cris Dakinis disse…
Eu tenho a sorte de ter adquirido esse livro da Marcia Brabo. Sensibilidade extrema e poemas primorosos. Veja que maravilha o trabalho poético nesse exemplo aqui postado acerca de rugas. Ela fala dos anos, ela cita os panos (a pele, os anos); diz sobre a efemeridade... em um passar de meses! E por fim, os planos. E a carência do plano? Ela, doutora e poetisa indaga ao final... Grande escritora, boa sacada! O seu poema é eterno. Parabéns pelo livro novamente e pelos outros poemas que lá estão :)

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