Antecipo-me: a tecnologia e a era digital são das maiores conquistas da
humanidade – quando usadas para o Bem. (que os
gentis leitores perdoem-me a platitude...).
O uso do celular se popularizada cada vez mais.
Acredita-se que, em 2020, haverá mais pessoas com celulares do que
com eletricidade ou água
no mundo, segundo previsões
da empresa de tecnologia Cisco.
Apesar das facilidades que esses objetos concedem (visualização de filmes e programas de TV,
realização
de transações
financeiras e acessibilidade), estudiosos
afirmam que pessoas podem apresentar um padrão de uso problemático, conhecido como “nomofobia”
(A palavra é
uma abreviação
do inglês
“no
more phone phobia”,
e foi criado no Reino Unido para descrever “a compulsão pelo telefone móvel.)
Matéria
de Gabriela Albach para o jornal “A
Tarde”
(de Salvador), informa que Japão,
Coreia do Sul e China “reconhecem
esse vício
como uma questão
de saúde
pública
e têm
programas de saúde
que tentam abrandar o problema”.
No Brasil já
existem institutos voltados para a chamada “desintoxicação
digital”,
quando o “uso
excessivo de aparelhos ligados à
internet gera prejuízo
na vida real do usuário”.
O psicólogo
Cristiano Dias –
coordenador do Grupo de Dependências
Tecnológicas
–
escreve: “O
que assusta é
que eles são
muito parecidos com os manifestados por dependentes de drogas. Exemplo: quando
não
está
com o seu smartphone não
mão,
o usuário
fica irritado e ansioso”.
Estudo feito no EUA (informação
da mesma matéria
citada) pela organização
SecurEnvoy mostrou que os donos de smartphones conferem o celular pelo menos 34
vezes ao dia.
A pesquisadora brasileira Anna Lúcia King, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), realizou uma pesquisa e constatou que 34% dos entrevistados afirmam
ter alto grau de ansiedade sem o telefone por perto.
A União
Internacional de Telecomunicações,
mais de sete bilhões
de aparelhos celulares estão
em uso no mundo.
Que fazer? É
um processo muito difícil
–
pior, quem sabe, para as novas gerações
que cresceram com a existência
do telefone móvel.
Já
disse, em outro texto, que a internet é
a maior praça
pública
do mundo.
Como usar essa praça?
Não
tenho respostas. Poderia cair em lugares-comuns, como “educar os jovens”, “buscar o equilíbrio” etc., mas já não tenho idade para dar conselhos, e
antiguidade não
é
posto...
Prefiro, então,
terminar com Belchior (que estava traduzindo a “Divina Comédia”, de Dante Alighieri
(1265-1321)–
o que é
uma tarefa hercúlea:
“NA
HORA DO ALMOÇO”
(BELCHIOR –1946-2017)
(Vencedora do Quarto Festival Universitário
da MPB (1971):
“Cada um
guarda mais o seu segredo/A sua mão
fechada, a sua boca aberta/O seu peito deserta, sua mão parada/Lacrada e selada/E
molhada de medo”
(Salvador, maio de 2017)
postagem enviada pelo autor
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rodrigo arantes