LANÇAMENTO MAIO / 2017 |
PREFÁCIO
Sabemos que dia após dia o Homem busca novas descobertas
e, nestas descobertas, o campo das Letras se faz presente – fazendo-se presente,
a imaginação cresce e o desenrolar das ideias nos textos borbulham cada vez
mais.
Espera-se que o leitor atente para as situações possíveis
da vida, e a partir delas se encante com a personagem Madalena, em “Relatos Perversos, ou não...” – sem
falar que cada um traz dentro de si um pouquinho de ‘Madá’. Aqui, há o retrato vivo das observações de uma mente fértil,
poluída – como dizem alguns, que gosta de ouvir histórias e recriá-las...
Assim, vem à tona
a edição desta história, a história de uma pervertida
que busca espaço no campo material (trabalho) e, por conseguinte, tenta viver
uma de empreendedora, uma mãe, e – sem deixar passar o lado amoroso.
A MORTE DA BORBOLETA
Muitas vezes pensamos na morte como um ato triste, fúnebre
– mas na verdade, pelo menos para nossa cultura, é (para outras culturas nem
tanto). Outro dia pensei na morte da borboleta – claro que a partir de um
simples fato.
Caminhava eu pelas ruas da cidade quando, ao cruzar uma
avenida, a pobre da borboleta não desviou – entrou na contramão e eu também não
consegui desviar da mesma. Apesar dos pesares: borboleta laranja, com pintas
pretas saltitantes, fatal!
Fato simples, mas que leva a pensar – não pelo simples fato
de pensar, mas pelo simples fato da vida não passar de segundos – claro que ao
pé dessa eternidade que se consta aos olhos dos estudiosos do planeta.
A mesma
– mesmo eu tentando desviar – chocou-se contra o meu automóvel e caiu a poucos
metros. Caiu já sem vida. Doeu-me o fato dela cair. Olhei pelo retrovisor: lá
estava ela estendida ao chão: asas juntinhas e o corpo tombado, sem vida. Somos
assim também – e em muitas situações.
Somos insolentes: nem voltei para dar assistência, não fui
enterrá-la, ou pelo menos avisar os parentes – consolar os amigos... – como
somos! E isso acontece com todos os humanos.
A dor
alheia não pesa tanto – ou pesa? Ou escondemos os sentimentos para tentarmos
sobreviver nesse mundo ‘quase sem porteira’? A reflexão nem sempre evidencia a
razão, mas por vezes a emoção também aflora. E quando uma ou outra aflora,
sempre temos os problemas à tona. Esse vir à tona é o fator complicador.
A morte
da borboleta é apenas um fato gerador – simples, mas é. A vida em si deve ser
repensada, desfrutada com valor. Usar a razão, mas também dar evasão a emoção –
afinal, como diz o cantor: “somos humanos!”. (25/09/2010)
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